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Cultivo e Safra do Mangostão no Brasil

O cultivo e, obviamente, as características da safra do mangostão no Brasil caminham a passos bastantes vagarosos. A fruta é uma típica variedade de clima subtropical e tropical úmido, originária do Sudeste Asiático, mais especificamente de países como Myanmar, Nepal, Tailândia, Vietnã, Laos, Camboja, entre outras regiões próximas.

O mangostão é reconhecido pelo seu sabor doce e bastante original, porém nem de longe esse pode ser considerado o seu grande trunfo. Longe disso!

A presença de substâncias antioxidantes, anti-inflamatórias, adstringentes, antifúngicas, antivirais, antimicrobianas, antibióticas, entre inúmeras outras, torna essa fruta uma das exuberâncias das não menos exuberantes e originais florestas do Sudeste Asiático.

De acordo com os registros mais fidedignos, essa espécie foi introduzida no Brasil por produtores japoneses que imigraram para o Brasil no início do séc. XX. Eles passaram a cultivá-lo em pequenas propriedades, principalmente nos estados da Bahia e Pará; e mais tarde no Espírito Santo e São Paulo; sempre com a característica de uma produção modesta e familiar.

As causas desse, digamos, caráter pouco expansivo do plantio do mangostão no Brasil – com safras bastante modestas quando comparadas às dos países de origem da fruta – estão associadas ao pouco conhecimento que se tem dessa espécie, a uma safra modesta e limitada a um único período no ano, além da exigência de um clima tipicamente subtropical para o plantio.

Além disso, a distância entre os estados considerados principais produtores e os grandes centros consumidores também dificulta a sua ascensão, sem contar os altos preços resultantes justamente desse caráter restrito do cultivo do mangostão no Brasil.

Características do Cultivo e das Safras do Mangostão no Brasil

Safras discretas (reduzidas a uma única entre os meses de junho e agosto) e uma área de plantio que não ultrapassa os 270 hectares fazem do cultivo do mangostão no Brasil algo tão exótico quanto a própria fruta.

Por isso mesmo, pouca ou quase nenhuma informação há a respeito dessa prática, e só o que se sabe mesmo é que os estados do Espírito Santo, Para e Bahia são os que mais têm se dedicado ao seu cultivo nos dias atuais.

O cultivo do mangostão torna-se bem mais viável quando feito por meio das suas sementes, que devem ser extraídas de frutos maduros, fortes e vigorosos.

Logo após, elas devem ser lavadas para a retirada de todo e qualquer resíduos e colocadas para germinar ainda com um bom nível de umidade (não podem ser deixadas para secar) em um substrato à base de palha de carnaúba, pó de serra, areia, cascas de arroz queimadas; ou outro material mais à mão, e que garanta uma boa drenagem e umidade razoável.

Se tudo ocorrer bem, entre 15 e 19 dias já será possível produzir uma espécie de plântula com boa germinação, que ainda deverá ser transplantada para uma estufa improvisada (algo como um saco plástico perfurado no fundo) contendo um substrato adequado para o seu desenvolvimento.

Essa “estufa” com as mudas do mangostão deverá ser colocada em uma região sombreada, com boa luminosidade indireta; e os cuidados deverão resumir-se à irrigação constante (com o fim de manter a umidade do substrato), administração de uma boa adubagem, eliminação de possíveis ervas daninhas identificadas, entre outros cuidados.

Caso essas recomendações sejam atendidas, em um prazo que pode variar entre 18 e 24 meses, os mangostões (que já terão entre 35 e 45 cm) poderão ser transplantados para um local definitivo; e aí então é só seguir com as principais técnicas de manejo, com vistas a fornecer à espécie condições próximas das que ela encontra no seu habitat de origem.

Além do Cultivo, Safra e Manejo, o que mais Interessa Saber Sobre a Cultura do Mangostão no Brasil?

Há uma carência de dados mais concretos acerca das melhores práticas (as mais indicadas) do cultivo do mangostão no Brasil, além do manejo e colheita das safras.

Logo, a recomendação é a de que se atenda, da melhor maneira possível, às exigências que são típicas de uma espécie oriunda das singulares e exóticas regiões do Sudeste Asiático.

É importante, por exemplo, atentar para a administração de uma boa adubagem, geralmente à base de cálcio, nitratos, fósforo e potássio; além de micronutrientes capazes de estimular a produção de frutos vigorosos, fortes e saudáveis, que são os que apresentam entre 120 e 140 g durante o período da safra.

Podas de formação, retirada de ervas daninhas, além do raleamento durante a frutificação, também são práticas recomendadas, especialmente nas primeiras semanas após o surgimento dos primeiros botões florais, pois é o que garante uma boa frutificação sem comprometê-la definitivamente.

Quanto às pragas que acometem o mangostanzeiro, é bom ficar atento aos ácaros, que manifestam-se por meio do escurecimento (ou aspecto ferruginoso) da fruta, o que diminui sobremaneira o seu valor de mercado e contribui para tornar ainda mais problemática a cultura dessa espécie no Brasil.

Também deve-se dar atenção ao ataque de abelhas, em especial as do gênero Trigona, que agem destruindo os frutos ainda precoces; o que faz com que a eliminação das colmeias num raio de 300 a 400 m seja uma das práticas recomendadas de manejo durante o cultivo do mangostão no Brasil, com vistas a produzir a sua única safra da forma mais adequada possível.

A Comercialização e as Formas de Uso do Mangostão

Como vimos, um caráter exótico, safra única, preços elevados, pouco conhecimento da espécie, entre outras razões, fazem do cultivo do mangostão no Brasil quase como uma prática amadora.

Para se ter uma ideia do que estamos falando, basta saber que 1 kg da fruta não costuma ser encontrado por menos do que R$35,00, especialmente nas regiões Sudeste e Sul do país.

Os seus principais estados produtores (Pará, Espírito Santo e Bahia) geralmente ficam com os exemplares de menor qualidade (aqueles que não se prestam à exportação – para serem vendidos por uma exorbitância nas regiões Sudeste e Sul do país), que são vendidos em feiras e mercados, como é típico da lei que rege a oferta e procura dos produtos.

Quanto ao seu consumo, o mais tradicional é o in natura (o seu principal uso), porém, nas distantes regiões do Sudeste Asiático, costuma-se extrair da sua casca, por meio da decocção, poderosas substâncias antioxidantes, anti-inflamatórias, antifúngicas e antivirais.

Enquanto das suas folhas, por meio de infusões, extrai-se poderosos agentes antimicrobianos e bactericidas, bastante eficazes no combate a diarreias, disenterias, parasitas intestinais, entre outras afecções semelhantes.

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