Home / Plantas / Quem Eram os Mestres de Açúcar? Quem Eram os Lavradores?

Quem Eram os Mestres de Açúcar? Quem Eram os Lavradores?

Até meados do século XV, as ilhas de Chipre e Madeira eram o centro da produção de açúcar. Mas tudo mudou com a descoberta do Novo Mundo. A viúva da Governadora das Ilhas Canárias Beatrice de Bobadilla e Ossorio sabia que em agosto de 1492 ela deu a Cristóvão Colombo vários ramos de cana-de-açúcar que mudariam completamente a economia do mundo inteiro? Pouco mais de cem anos se passaram e os europeus lutaram pela posse das plantações brasileiras.

Metrópole do Açúcar

Na década de 1520, as primeiras plantações de açúcar apareceram em Cuba e na Jamaica. Em 1540, havia 60 plantações de açúcar no Brasil português e em 1630 já eram mais de trezentos. Nessa época, foram as colônias portuguesas na América do Sul que se tornaram o principal fornecedor de açúcar para a Europa. O volume de açúcar produzido na década de 1620 foi de cerca de 700 mil arrobas (1 arroba = 11,5 kg). O açúcar foi transportado em caixas projetadas para 20 arrobas. No total, foram exportados de 30 a 40 mil casos de açúcar por ano, e o faturamento total da capital brasileira (província) de Pernambuco com a Europa foi estimado em 1.050.000 florins holandeses.

Em 1621, com o início da nova etapa da Guerra dos Oitenta Anos entre a Holanda e o Império Espanhol, que naquela época incluía o Reino de Portugal, a Companhia das Índias Ocidentais Holandesas considerava as “manchas de açúcar” do Brasil Português um petisco. O que era o Brasil português naquela época, ou melhor, seus “açucareiros” – Pernambuco? A grandes distâncias umas das outras, cidades e vilas estavam espalhadas, nas quais predominavam as populações de negros e nativos americanos. Em um assentamento padrão, geralmente localizado perto de uma plantação de açúcar, até vinte pessoas brancas e cerca de cem negros viviam. Uma aldeia assim produzia anualmente de 8 a 9 mil arrobas de açúcar. Os principais portos através dos quais o açúcar era exportado estavam localizados em uma área chamada Viana (hoje estado brasileiro de Espiro Santo).

Quem coordenava a parte de beneficiamento de açucar era chamado de Mestre do açucar. Existiam dois tipos de lavradores de cana. Os lavradores de cana obrigada, que só podiam trabalhar com a cana, no caso moe-la, em certos engenhos. Arrendatários, fruto de uma sociedade colonial. E os lavradores de cana livre, que tinham permissão de moerem cana no engenho que conseguissem. O número de navios exportadores de carga variou de 29 a 80 peças por ano. Tratavam-se principalmente de caravelas com um deslocamento de até 350 toneladas.

O chefe da administração da província era o capitão Pernambuco, cuja residência ficava na cidade de Recife (Recife). De 1621 a 1626, este cargo foi ocupado por Matthias de Albuquerque, conde Aligretti (do famoso gênero Albuquerque, o futuro “herói dos dois continentes”). Ele foi substituído por Diego Luis de Oliveira, que governou a região açucareira até 1630.

Da Holanda para o Brasil

História da Cana de Açúcar
História da Cana de Açúcar

Ninguém no Brasil tinha dúvidas de que os holandeses repetiriam seus ataques – afinal, o comércio mundial de açúcar estava em jogo. E a liderança da colônia entendeu corretamente a situação. A Holanda começou a preparar um ataque a Pernambuco em 1628, aproveitando o aumento de avalanche no número de investidores da VIC após o sucesso de Peter Hain, que capturou a “frota de prata” espanhola com milhões de pesos a bordo da costa de Cuba.

A Holanda alocou 67 navios com 1.170 armas sob o comando de Hendrik Corneliszoon Lonk, que foi o segundo oficial em Hane durante sua famosa “viagem de prata”. Nesses navios havia 3.000 soldados sob o comando do coronel Jonicker Diderik van Wardenburg.

Hendrik Corneliszoon Lonk
Hendrik Corneliszoon Lonk

A coleta foi realizada em lotes. Os primeiros navios foram para o mar em maio – junho de 1628, e os últimos – em outubro – novembro de 1629. Os principais navios holandeses estavam em Cabo Verde, no Oceano Atlântico, em 27 de junho de 1628, e em 4 de outubro os oito primeiros navios apareceram perto de Recife.

Naquele momento, havia 57 navios mercantes portugueses no porto da cidade aguardando o carregamento de açúcar. A guarnição do forte consistia em 200 soldados e 650 policiais. Dada a milícia, os portugueses não poderiam expor mais de 2.000 pessoas. Albuquerque, que soube do esquadrão holandês, requisitou imediatamente parte dos navios mercantes: 38 deles foram convertidos.

Ilustração de Marias Albuquerque
Ilustração de Marias Albuquerque

Enquanto isso, em 9 de fevereiro de 1630, recebia uma mensagem do governador das Ilhas Cabo Verde, Joan Pereira Corte Real, de que outro grande esquadrão holandês estava passando, rumo a Pernambuco. Albuquerque tentou forçar os preparativos, mas já em 15 de fevereiro, a frota Lonca apareceu nas águas da província. A equipe de desembarque de Wardenburg desembarcou perto da cidade de Olinda.

Partidários Portugueses

O objetivo de Albuquerque era evitar o pânico entre a população da província e suprimir as possíveis ações de saqueadores que desmoralizaram completamente os defensores da capital colonial portuguesa em 1624. Em geral, o capitão-geral estava se preparando para organizar uma boa guerra de guerrilha para os holandeses. Para esse fim, esconderijos com provisões e armas foram preparados na selva. Na selva, a meio caminho entre Olinda e Recife, em um antigo moinho no rio Recife, Albuquerque criou um acampamento fortificado cercado por entalhes e pântanos artificiais, que ele chamou de “assentamento de Jesus o mais doce” (Arraial do Bom Jesus) ou “o forte real de Jesus o mais doce” (Forte Real do Bom Jesus). Esse campo durante os longos cinco anos tornou-se a residência do superintendente da Defesa, onde voluntários se reuniram para querer lutar contra os holandeses.

Forte Real do Bom Jesus
Forte Real do Bom Jesus

Os espanhóis não tinham navios suficientes, e algo tinha que ser feito com urgência. Em maio de 1630, um novo imposto foi introduzido na Espanha e em Portugal – “dinheiro do navio”, além de impostos especiais sobre açúcar e sal, que foram usados ​​para construir novos navios. Em agosto, foram alocados recursos (cerca de 20 mil escudos) para o frete e o reequipamento dos navios mercantes portugueses, que deveriam iniciar uma nova expedição a Pernambuco. No entanto, os espanhóis não conseguiam distinguir nada.

O conde Olivares, favorito onipotente do rei Filipe IV, convidou as comunas da cidade portuguesa a equipar e enviar 4.000 soldados ao Brasil às suas próprias custas, mas os Estados portugueses rejeitaram esta oferta. Eles responderam que a guerra de cinco anos atingiu duramente o parlamento, as pessoas e os comerciantes estavam ficando mais pobres, e os humildes súditos do governante espanhol não se atreviam a cumprir o sagrado dever real para ele – proteger as colônias do Império. O chefe da Câmara Municipal de Lisboa, Conde de Castel Nuevo, escreveu a Philip em outubro de 1630 que não havia dinheiro no tesouro da cidade de Lisboa e Porto. Essa carta atingiu seu objetivo: a expedição a Pernambuco foi cancelada.

Veja também

Buganvílias Rosa

Cuidados com Buganvílias em Vasos

Se você deseja adicionar um toque exuberante e colorido ao seu jardim, a buganvília é …

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *