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Porque Não Tem Esquilo no Brasil?

E quem foi que disse que não existem esquilos no nosso país? Inclusive são conhecidos também como esquilos brasileiro.

Alguns estudiosos afirmam que os esquilos da América do Sul ainda são subestimados, pois acreditava-se que eram poucos numerosos. Com as novas descobertas hoje sabemos que não é bem assim, ao contrário o número é bem maior do que se acreditava. Através de novas pesquisas foram encontrados ao menos cerca de 6 espécies ainda não conhecidas, através de estudos genéticos foi possível essa descoberta.  

Porque Não Tem Esquilo no Brasil

Esquilo na Floresta
Esquilo na Floresta

Em nosso país os mais famosos esquilos brasileiros são o serelepe, quatipuru e o caxinguelê, esses são os nomes mais comuns do esquilos do nosso país.

São animais bem comuns por aqui e também em outros lugares do planetas, mas ainda assim eles não são muito conhecidos pelos sul americanos, porque será?

Os esquilos são encontrados em uma diversidade de florestas do tipo tropicais, talvez por isso no Brasil eles não são vistos com frequência, já que preferem ficar bem longe das cidades e optam por viver no meio da mata. Eles gostam de saltar de uma árvore para outra e fica mais isolado de muito movimento. O fato de serem animais reservados impacta também na falta de informação sobre eles aqui na América do Sul, pois dificulta a coleta de dados para estudos e fotos das espécies.

Alguns cientistas estudiosos estão bem aplicados a descobrir mais sobre esses animais por aqui. Uma equipe composta por brasileiros e norte-americanos estudam a diversidade de espécies e sua evolução em uma área biogeográficamente que pega da América Central e vai até a América do Sul, compreendendo o Brasil, uma parte do Sul do México e algumas outras.

Espécies de Esquilos

A maior parte dos esquilos aqui da nossa América do Sul são pertencentes a família Sciurinae, esses residem em sua maioria em florestas fechadas, no nosso país se encontram especialmente na Amazônia e Mata Atlântica.

Já havia um trabalho de pesquisa realizado por profissionais do Museu de Zoologia de São Paulo e outras Universidades que listava ao menos dezoito espécies da família Sciurinae nos países da América do Sul, dessa lista são 6 esquilos que povoam o Brasil.

Mas essa não é a única espécie encontrada por aqui, outra espécie que habita por aqui é o Sciurillus pusillus, são animais pequeninos e bem diferentes uns dos outros, por isso também chamado de esquilo – pigmeu. Um animal tão pequeno e ao mesmo tempo tão complexo, os cientistas ainda não descobriram com grupo de outros esquilos ele se relacionada. Na verdade até os dias de hoje somente 6 espécies eram reconhecidas no nosso país.

Outros estudos mais recentes foram mais a fundo utilizando uma árvore filogenética, uma espécie de árvore genealógica que possibilita relacionar a evolução das espécies, dessa forma entendendo a diversidade delas.

Com mais tecnologia para analisar essa questão foi possível entender que o número de espécies existentes é maior do que se pensava.

Os resultados objetivos demonstram uma grande diversidade de esquilos em toda América do Sul, incluindo o Brasil. Através de evidências genéticas foi descoberto cerca de 6 novas espécies além das já reconhecidas. Então os números começaram a mudar, e agora garantem existir cerca de dez espécies de Sciurini em nosso país. Ao todo, somam então onze espécies no Brasil.

Estudando o DNA das Espécies Encontradas

Esquilo com Nóz na Boca
Esquilo com Nóz na Boca

Alguns métodos são bastante utilizados nesses estudos, por exemplo nos EUA os cientistas de lá utilizam um método chamado de sequenciamento genético. Com esse método é possível ser mais eficaz na hora de tratar sequências de DNA mesmo utilizando amostras mais deterioradas ou mais antigas.

Nesse caso, os profissionais procuraram obter a sequência completa de DNA das organelas celulares. A mitocôndria, que é responsável por fornecer energia às nossas células, é um material genético que vai da mãe para o filhote.  Dessa forma, mesmo nas espécies mais antigas foi possível garantir uma grande quantidade de informações.

Essa tecnologia facilitou o reconhecimento de muitas espécies que nem seriam analisadas por falta de material. O material utilizado no estudo, ao menos uma terça parte, veio de museus que se formaram no século passado. Mesmo com o grande avanço nos estudos da diversidade desses animais na América do Sul, muito ainda precisa evoluir.

Esses estudos causaram uma grande revolução no que diz respeito aos nomes utilizados nos esquilos tradicionalmente, no final das contas foram quatorze gêneros reconhecidos, e ao menos  quarenta e seis espécies da família Sciuridae. Apesar disso, ao menos um gênero ainda não tem nome científico, e não para por aí, já que as seis espécies citadas nos estudos ainda precisam ser investigadas a fundo sua identidade.

Para comprovar a eficiência dessa metodologia, as amostras antigas utilizadas que não se esperam muita coisa o sucesso foi grande, amostras antigas geralmente são bem degradadas pelo tempo.

Nas amostras antigas o sucesso de investigação para o genoma foi de 50% em sua maioria, em casos ainda mais difíceis como amostras de 120 anos, foi encontrado todo o genoma mitocondrial.

Em um estudo tão importante assim, já com tantas possibilidades ainda temos um trabalho pela frente. O próximo passo dos cientistas é nomear as novas linhagens evolutivas, um trabalho muito minucioso.

Uma pesquisa muito cuidadosa deve começar a partir de agora, onde os pesquisadores vão precisar levantar toda literatura produzida por outros estudiosos acerca dos esquilos americanos, para assim confirmar se no passado algumas dessas espécies já não tenham sido reconhecidas.

Caso se confirme que essas espécies ainda não tenham mesmo um nome citado em nenhum material já escrito, os cientistas devem batizá-las com um nome científico. Os profissionais que estudam a biodiversidade, conhecidos também como taxonomistas, devem continuar incansavelmente estudando e pesquisando sobre o assunto. Enquanto isso ficamos ansiosos para descobrir o nome desses nossos novos amigos, não é mesmo? Alguma sugestão. Conta aqui em baixo para gente e até a próxima.

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