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O Que é Biosfera, Litosfera, Hidrosfera e Atmosfera? Diferenças

O planeta Terra é cheio de características fascinantes, e entre elas está o fato dela ser disposta em camadas bem distintas, cada uma com a as suas peculiaridades.

A seguir, vamos explorar mais isso.

Em comparação aos outros corpos celestes que fazem parte do Sistema Solar, o planeta Terra possui algumas peculiaridades bem interessantes. Uma delas, por exemplo, é que a temperatura média em sua superfície é de uns 15º C, ao contrário de outros planetas, que ou possuem uma temperatura muito maior, ou muito menor do que essa.

Ou seja, podemos dizer que, comparada aos seus “irmãos celestes”, a Terra possui um equilíbrio climático muito latente, o que possibilita, inclusive, a existência de vida por aqui. Isso, acrescido de alguns outros itens importantíssimos, como água, e junto a esses, o próprio oxigênio (que faz parte da água, inclusive).

O Que é a Biosfera?

Nesse sistema, existem o que chamamos de camadas, onde a primeira que vamos citar aqui é a biosfera. O nome significa literalmente “esfera da vida”, ou seja, é todo o lugar em nosso plante que simplesmente existe vida. É onde acontecem as interações entre os seres vivos como um todo, e este com os elementos naturais que fazem parte dos seus respectivos habitats.

Esse é um dos motivos, inclusive, pelos quais os ambientes da Terra são tão diferenciados entre si, possuindo aspectos particulares de elementos como luminosidade, relevo, clima, vegetação, entre tantos outros. A biosfera, por sua vez, consiste basicamente no agrupamento de todos os elementos que dão possibilidade de vida no planeta.

A mesma biosfera é constituída por três elementos naturais que são de suma importância para a manutenção da vida na Terra. São eles: a litosfera, a hidrosfera e a atmosfera. A seguir, falaremos detalhadamente cada uma dessas camadas.

Características da Litosfera

Essa parte da Terra nada mais é do que a estrutura física e sólida propriamente dita do nosso planeta. Estrutura essa que inclui, por exemplo, rochas, formas de relevo e dinâmicas relacionadas à formação desse mesmo relevo, como é o caso do movimento das placas tectônicas, do vulcanismo e dos terremotos.

Contudo, apesar da Geologia entender a litosfera como sendo a parte mais externa e sólida do nosso planeta, no sistema terrestre como um todo, ela envolve não somente a estrutura, como também as dinâmicas que interferem nela, mesmo que essas questões estejam no interior da Terra.

De um modo geral, a litosfera também é conhecida como crosta terrestre, sendo, obviamente, a camada do planeta que é onde vivemos. Trata-se também da camada mais fina da Terra.

Historicamente falando, durante os séculos XVI e XVII, eram as explicações bíblicas que permeavam a idade do nosso planeta, dando algo em torno de uns 4 mil anos, mais ou menos. Já entre os séculos XVIII e XIX, surgiram inúmeras teorias e modelos  de cálculo para essa questão, só que apresentando números bem imprecisos ainda.

Foram os modelos do físico William Thompson (o chamado Lorde Kelvin) que, por sua vez, influenciaram cientistas entre o final do século XIX e o início do século XX, com eles admitindo a possibilidade da Terra ter mais de 400 milhões de idade pelo menos.

Contudo, foi somente com o avanço dos métodos de datação radiométrica que se pôde estabelecer a idade aproximada da Terra recentemente: cerca de 4,5 bilhões de anos. A partir desse ponto, cientistas passaram a criar a escala de tempo geológico, que vai do nosso atual tempo presente até o momento de surgimento do planeta.

Solo: Uma Das Camadas da Litosfera

A parte visível da litosfera é chamada de solo, e possui espessuras bem variadas, podendo ir de pouquíssimos centímetros a vários metros abaixo. O material que compõe o solo é constituído por matéria mineral e matéria orgânica, ambas sendo o “substrato da vida” nos ecossistemas por aí.

Os solos, na verdade, são o resultado da composição das rochas. Estas, passaram anos e anos por um processo de intemperismo físico, químico e biológico. E é por causa desse processo que as mais diferentes camadas recebem o nome popular de horizontes. O conjunto desses horizontes é que compõem o perfil do solo em si, e através disso, permite-se identificar o seu estágio de formação.

Solo

Atualmente, os solos podem ser classificados entre “agricultáveis” e “não agricultáveis”. Na maior parte das terras que não são apropriadas para a exploração agrícola, elas são localizadas nas mais altas altitudes, como, por exemplo, nos picos do Himalaia, ou em regiões que sejam desérticas frias e quentes, onde existem restrição na temperatura ambiente e na falta de água.

Já as áreas mais exploradas para a produção agropecuária são justamente aquelas com características opostas: áreas com climas que sejam favoráveis, e que tenham pluviosidade e temperatura adequadas, além de solos férteis. Inclusive, a fertilidade natural dos solos depende da sua composição química, primeiramente.

Fora isso, a fertilidade dessa parte específica da litosfera também está ligada à capacidade dela reter água, material orgânico e oxigênio. Neste último caso, a capacidade do solo vai depender da sua estrutura física, especificamente, se ele é poroso e “aerado”.

Manto: a Parte Abaixo da Litosfera

Logo abaixo da litosfera, existe uma camada bem mais densa chamada de manto, que alcança cerca de 2.890 km de profundidade. Pode ser divido entre manto superior e inferior.

O superior fica entre as profundidades entre 50 e 400 km, e existem uma parcela dele entre os 100 e os 350 km de profundidade, denominada de astenosfera. A camada que fica acima das astenosfera é justamente a litosfera.

E, entre os mantos superior e inferior há uma área de “transição”, cujo nome é mesosfera, e alguns autores ainda nomeiam de mesosfera o lugar que fica entre a astenosfera e a parte do núcleo.

Manto

Já o manto inferior ficam entre as seguintes profundidades: 650 e 2.700 km, e é constituído de minerais silicáticos de ferro e magnésio, principalmente.

A partir do interior da Terra, a “primeira” camada propriamente dita está entre 2.700 e 2.890 km. E, com uma temperatura que varia entre 3.000 e 5.000º C, e com uma espessura de pelo menos 3.400 km, finalmente temos o núcleo, que é a camada mais quente e mais profunda do nosso planeta, sendo constituído basicamente de ferro e níquel.

O Que é Deriva Continental, e Qual a Sua Relação Com a Litosfera?

Após o desenvolvimento da cartografia com o passar dos anos, além da produção cada vez maior de mapas extremamente precisos, ficou mais evidente ainda que havia uma espécie de “encaixe” entre as costas leste da América do Sul e a oeste da África. Inclusive, desde séculos passados,  já se cogitava a possibilidade de ambos os continentes terem sido um só no passado.

O meteorologista alemão Alfred Lothar Wegener foi quem, há algumas décadas atrás, empenhou-se em pesquisar melhor a concepção da translação continental, inclusive, indo bem além das evidências geográficas, como, por exemplo, os estudos na área de paleontologia.

Nesse sentido, entre as informações conseguidas por Wegener, destaca-se a presença de fósseis pertencentes à flora de Glossopteris, que foram encontrados em países de diversos continentes, como Brasil, África do Sul e Índia. Também entre os achado do meteorologista se encontra a ocorrência de fósseis do réptil Mesossaurus tanto no Brasil, quanto em países como a Austrália.

Ou seja, essas e mais outras tantas evidências apontam que os continentes que compõem atualmente a litosfera pertenciam a um mesmo bloco continental. Foi então que Wegener fundamenta aquilo que chamamos de deriva continental, onde existia um grande continente no passado chamado de Pangeia.

Alfed Wegener

Com o aprimoramento das descobertas científicas, soube-se que a Pangeia se fragmentou por volta do período Triássico, mais ou menos há 220 milhões de anos atrás. A partir dessa fragmentação, é que surgiram a Laurásia (formada por América do Norte, Europa e Ásia, com exceção da Índia) na parte norte e a Gondwana (que compreendia América do Sul, África, Antártida, Austrália e Índia) ao sul.

Já o único oceano entre esses grandes continentes foi denominado de Pantalassa.

Características da Hidrosfera

Como o próprio nome já dá a entender, a hidrosfera é a camada da Terra formada por água (que, por sinal, compõe a maior parte da parte externa de nosso planeta, cobrindo cerca de 70% de toda a sua superfície). Essa parte, por sinal, agrega todos os estados da água conhecidos pela ciência, desde o sólido até o gasoso.

Algo importante a se compreender é que a água em si é um dos elementos mais fundamentais para a manutenção da vida na Terra, já que atua tanto na transformação do clima, quanto na dinâmica do relevo que faz parte, por exemplo, da litosfera. Ou seja, trata-se de algo imprescindível para a existência dos seres vivos, e também para as características físicas de seus habitats naturais.

Além da divisão de estados nos quais encontramos a água em nosso planeta, há ainda uma subdivisão que classifica esse elemento em água doce e água salgada. A primeira é mais propícia para consumo humano e de tantos outros animais (a depender do seu estado de conservação, evidentemente).

Mesmo a superfície da Terra possuindo inacreditáveis 70% de água, isso não quer dizer, contudo, que o volume de todo o nosso planeta seja composto majoritariamente por esse elemento. Até mesmo porque, como já deu pra notar, esse percentual diz respeito apenas à parte superficial do planeta. Podemos dizer que a maior parte dele, de fato, é composto por rochas em estado sólido ou líquido, além de vários tipos de minerais.

Por sinal, uma descoberta recente indica que existe um oceano dentro da Terra, debaixo da crosta mais grossa, e o seu volume, segundo evidências, seria em torno de 3 vezes maior do que todos os oceanos da superfície juntos. Essa imensa quantidade de água estaria na porção inferior da crosta, mais precisamente em um mineral denominado de ringwoodite.

Tirando isso, as águas superficiais do planeta são tão importantes que a partir do momento em que cientistas querem encontrar alguma evidência de vida fora da Terra, a primeira característica procurada do local visitado é justamente a existência de água em seu estado líquido.

Água Para Consumo e Sua Conservação

Na sua grande maioria, as águas que estão presentes na parte mais superficial da Terra, são salgadas e são elas que compõem os mares e oceanos. Inclusive, foi exatamente nesse tipo de ambiente que surgiram as primeiras formas de vida a habitarem nosso planeta.

Estima-se que, ao todo, cerca de 97% da hidrosfera da Terra seja feita de água salgada, enquanto o pouco que resta é doce, sendo que a maior parte desse tipo está concentrada em geleiras.

Ou seja, apenas uma ínfima parcela de toda a quantidade de água existente no planeta é, de fato, própria para consumo de muito animais (inclusive, nós, seres humanos). Essa água doce está presente em rios, lagos, lençóis freáticos, entre outros lugares. Ou seja, isso mostra o quanto é importante ter cuidado e preservar essa parte da hidrosfera do planeta se não quisermos problemas futuros.

Água Para Consumo

Claro, existe o que chamamos de “ciclo da água”, que consiste em fazer a sua renovação. Contudo, nas últimas décadas e séculos, nascentes estão sendo sistematicamente destruídas, muito por conta da poluição dos cursos e reservas de água. Isso sem contar ainda questão naturais, como erosão e sedimentação dos rios. Isso tudo pode fazer com que a água fique mais escassa no futuro.

Só que não apenas a água doce precisa ser urgentemente preservada, como também a de origem oceânica. Isso porque são nos mares e oceanos que vive a maior parte da vida na Terra, o que inclui, é bom salientar, algas e fitoplânctons, que são justamente os seres responsáveis pelo maior emissão de oxigênio do planeta (ainda mais do que as florestas tropicais, diga-se de passagem).

Fora isso, é importante manter o equilíbrio ecológico da Terra preservando todos os ambientes naturais o quanto for possível. E, isso inclui, evidentemente, as nossas águas.

Plástico: Um Vilão Para a Hidrosfera do Nosso Planeta

Que a poluição é um grande mal pata o meio ambiente como um todo, disso já sabemos. Porém, existem alguns elementos que conseguem ser mais prejudiciais do que outros nesse sentido. É o caso do plástico, por exemplo. E, pode ser qualquer tipo de plástico: garrafas pet, papel filme, sacolas, copos e embalagens feitas com esse tipo de material.

Segundo pesquisas realizadas por cientistas nos últimos anos, cerca de 80% dos resíduos encontrados nos oceanos são de origem plástica. Pra se ter uma ideia, são cerca de 46.000 fragmentos de plástico localizados em cada 2,5 quilômetros quadrados dos mares e oceanos, sendo a maioria originária da terra firme, sendo que 27% é composta por aquelas sacolas de supermercado.

Outros estudos ainda comprovam que, para cada quilo de algas e plâncton desses ambientes, há a presença de, pelo menos, uns 6 quilos de plástico. E, se levarmos em consideração que são justamente esses seres os maiores responsáveis pela oxigenação do nosso planeta, isso indica que o problema do plástico nos oceanos é gravíssimo.

Sem contar ainda que a vida animal é imensamente afetada por conta desse problema, não sendo nem um pouco raro nos dias de hoje encontrarmos por aí animais marinhos mortos por asfixia, ou mesmo por lesões internas causadas pela ingestão destes e de tantos outros polímeros. Segundo estimativas, esse material é responsável pela morte de cerca de 1 milhão de aves marinhas todos os anos.

Plástico no Oceano

E tem ainda mais um detalhe estarrecedor: muitos animais marinhos fazem parte da alimentação humana. Ou seja, a cada ano que passa, com esse nível de poluição que as águas da hidrosfera vêm enfrentando, estamos literalmente ingerindo cada vez mais plásticos (além e outras toxinas) ao comermos animais que estejam infectados.

Além disso, segundo a ONU, a estimativa é que até o ano de 2050, a quantidade de plástico nos oceanos supere o número de peixes nesses mesmos lugares. Para que isso não ocorra, seria necessária uma redução drástica do consumo de produtos feitos a partir de plástico, fazendo uso, em contrapartida, de produtos que sejam circulares, ou seja, que possam ser reciclados.

Em suma, pequenas mudanças nos hábitos diários podem ajudar bastante a preservar o meio ambiente da hidrosfera quanto à poluição de plásticos nesses lugares. Além disso, governos poderiam ajudar nessa questão, implementando leis que proíbam plásticos descartáveis, ou mesmo o incentivo à produção desse tipo de material que não seja proveniente do petróleo.

Características da Atmosfera

E agora chegamos a esta camada que faz parte do planeta, e que corres ponde aos gases que estão circulando desde a sua superfície até uma determinada distância antes de adentrarmos no espaço sideral propriamente dito. O ar em geral é o componente principal desse tipo de ambiente, sendo constituído basicamente por dois gases: o oxigênio e o hidrogênio.

Fora esses dois que citamos agora, a atmosfera também é formada por pequenas frações de vapor d’água, nitrogênio, além de outros gases, como é o caso do dióxido de carbono, por exemplo, que, inclusive, é um regulador climático da mais alta importância para o nosso planeta, mesmo que seja encontrado em um volume relativamente pequeno.

A composição da atmosfera como um todo pode ser considerada homogênea, contudo, ela se diferencia em camadas distintas, a depender das características térmicas de cada uma delas. São as seguintes: troposfera, estratosfera, mesosfera e termosfera. A seguir, falaremos a respeito de cada uma delas.

Troposfera

Aqui temos a camada mais baixa da atmosfera, representando o espaço da superfície terrestre como um todo. É um local único onde os seres vivos podem respirar sem dificuldades, sendo aqui que acontece boa parte das condições climáticas do planeta, de acordo com especialistas na área.

É uma camada que se estende 20 km do solo localizado na linha do Equador. Lembrando, inclusive, que toda e qualquer modificação de gases e entram e saem da atmosfera têm que passar, necessariamente, pela troposfera em primeiro lugar, antes de chegar ao seu destino propriamente dito.

A troposfera também contém cerca de 80% de toda a massa atmosférica, além de possuir também 99% dos vapores de água e aerosóis de toda a camada da atmosfera. Sua profundidade é de em torno de uns 17 km nas latitudes médias do planeta, sendo mais profunda nos trópicos, com cerca de 20 km nas regiões polares.

Troposfera

É na parte mais baixa da troposfera que ocorre um atrito com a superfície do nosso planeta, o que influencia no fluxo de ar. Esse limite é conhecido como planetário.

A composição química dessa camada é o que podemos chamar de uniforme, com exceção do excesso de vapores d’água. Inclusive, as fontes desses vapores se encontram na superfície por meio dos processos de evaporação e transpiração. Destaque-se também que a temperatura dessa camada diminui consideravelmente com a sua altura, com a evaporação da água também diminuindo.

A pressão atmosférica atinge diretamente o nível do mar, e também diminui conforme aumenta a altitude da camada em questão. Isso ocorre, por sinal, devido ao equilíbrio hidrostático da atmosfera, fazendo com que a pressão seja igual ao peso do ar acima de um ponto qualquer.

Estratosfera

Sendo a segunda maior camada da atmosfera terrestre, a estratosfera se encontra a aproximadamente uns 50 km de altitude a partir da superfície, e é onde se encontra a famosa camada de ozônio. Essa parte do planeta concentra em torno de 19% dos gases atmosféricos, possuindo poucos vapores d’água, e também quase não apresentando nuvens.

A movimentação do ar nesse ambiente acontece no sentido horizontal, e é justamente na interação entre a estratosfera e a troposfera que a distribuição de gases atmosféricos é influenciada. Ao mesmo tempo em que é rica em gás ozônio, ela também é pobre em oxigênio. Aviões supersônicos e balões metateológicos passam nessa camada.

E, como já mencionamos, é aqui que se encontra a camada de ozônio, uma cobertura gasosa de grande importância para a manutenção da vida no planeta, já que é ela que absorve os raios ultravioleta emitidos pelo sol, e que são extremamente danosos a todo e qualquer organismo vivo.

Estratosfera

Foi na década de 80 do século passado que cientistas finalmente conseguiram comprovar que a emissão de gases poluentes na atmosfera influenciava negativamente na composição da camada de ozônio. Esses gases (produzidos pela indústria) destroem as moléculas de ozônio, o que compromete esse camada, deixando o planeta mais vulnerável à ação dos raios ultravioleta.

Em 1987, com o objetivo de evitar um verdadeiro colapso ambiental, a comunidade internacional assinou o chamado Protocolo de Montreal, um documento onde diversos países se comprometem a acharem um jeito de emitirem cada vez menos gases poluentes.

Fora a intervenção humana (que é bastante grave, diga-se), fenômenos naturais, como é o caso dos vulcões, também desestabilizam a camada de ozônio, só que em escala bem menor.

Mesosfera

Imediatamente acima da estratosfera, a mesosfera se encontra a uns 80 km de altitude, mais ou menos, possuindo aproximadamente 35 km de espessura. Trata-se de uma região da atmosfera pouco estudada, portanto, sabe-se pouco a respeito dela. Porém, o pouco que se sabe dela é que se trata de uma região bastante fria da atmosfera, possuindo temperaturas entre -10º C e -100º C.

Aqui a temperatura cai proporcionalmente ao aumento da altitude do local, e quanto mais longe da superfície, os gases presentes nessa camada se tornam mais e mais rarefeitos, especialmente o oxigênio. Como resultado prático disso, temos o aumento da incidência de radiação ultravioleta sendo emitida pelo sol.

Mesosfera

Apesar de ser em geral um lugar de gases rarefeitos, os elementos presentes aqui são densos o suficiente para vaporizar corpos celestes que sejam bem pequenos. A depender do tamanho, meteoros rapidamente se vaporizam ao entrarem nessa camada atmosférica, impedindo, portanto, que atinjam a superfície da Terra.

Devido à vaporização de diversos tipos de metais, inclusive, na mesosfera, temos uma imensa quantidade de átomos de ferro, além de outros tantos metais, oriundos de pequenos corpos celestes.

Termosfera

Essa é simplesmente a camada mais quente da atmosfera, com temperaturas que podem atingir inacreditáveis 1.000º C. Essa temperatura tão alta é resultado do acúmulo de gases que absorvem calor, incluindo aí o oxigênio atômico. A sua altitude em relação à superfície terrestre é de cerca de 500 km.

Na termosfera em si estão inclusas duas outras subcamadas, que são: a ionosfera e a exosfera. Nessa primeira parte, a radiação solar faz com que os átomos que estão presentes na parte superior da termosfera sejam ionizados. Essa subcamada reflete as ondas de rádio, filtrando a radiação solar de maneira diversa, causando alguns fenômenos bem interessantes, como a aurora boreal.

A ionização da ionosfera é provocada por raios X e gama oriunda da radiação solar, e devido à sua elevada energia, esses raios são absorvidos por moléculas de nitrogênio e hidrogênio.

Termosfera Aurora Boreal

Já a camada externa à ionosfera se chama exosfera, e se encontra a partir da espessura da primeira (que é entre 400 e 500 km). A exosfera é talvez a parte menos conhecida da atmosfera como um todo, onde ocorre uma grande diminuição da densidade de gases atmosféricos. É também na parte onde eles se dispersam para todo o espaço sideral, à medida que a temperatura vai caindo.

Importante lembrar também que na exosfera, o efeito da gravidade terrestre já é quase inexistente. A partir dela, já estamos praticamente no espaço, fora dos limites do planeta.

Salientando que por causa de grandes mudanças na produção de energia solar estão causando, com o passar dos anos, extensas flutuações na camada externa da atmosfera.

De acordo com pesquisas, o Sol está passando por um período de atividades baixas, semelhantes aos verificados nos inícios dos séculos XIX e XX. E é muito provável que essas mudanças influenciem a mecânica de toda a nossa atmosfera.

Como Surgiu a Atmosfera?

De acordo com estimativas baseadas em evidências científicas, a atmosfera surgiu a aproximadamente uns 4 bilhões de anos atrás. Logo após a Terra ter sofrido um fortíssimo aquecimento em toda a sua extensão, o ambiente do planeta começou a esfriar gradativamente, sendo expelido de seu interior vapor d’água, além de uma quantidade enorme de gases e outros elementos.

Todo esse material se dirigiu aos poucos em direção ao espaço sideral, enquanto que uma pequena parcela desses elementos se fixou ao redor da Terra, o que só foi possível graças à força gravitacional.

A primeira atmosfera que surgiu aqui era composta por gases com substâncias altamente tóxicas, tornando o ambiente um lugar inviável ao surgimento de vida no planeta. Somente a partir do surgimento dos oceanos que a atmosfera como um todo começou a sofrer alterações mais positivas.

Essas mudanças foram bastante proporcionadas pelas plantas que apareceram nos mares, pois através de sua fotossíntese, elas puderam ir modificando o meio ambiente ao redor do globo, e diminuindo consideravelmente o verdadeiro “inferno” de calor e gases venenosos que a nossa atmosfera primitiva era.

Inclusive, a configuração atual da atmosfera como a conhecemos hoje só veio a surgir cerca de uns 65 milhões de anos atrás, justamente no período de extinção dos dinossauros.

Curioso perceber ainda que a temperatura global do planeta variou muito no decorrer de todos esses milênios. Registros paleoclimatológicos, por exemplo, indicam que há cerca de 1 bilhão de anos atrás, a temperatura da Terra era de uns 22º C em média. Contudo, após esse período, houve um resfriamento contínuo, com muita oscilação nesse aspecto.

Pra se ter uma ideia, no último período glacial que o planeta teve (o que foi cerca de 10 mil anos atrás, mais ou menos), a temperatura global era, em média, de apenas de 8º C.

Registros na Atmosfera Evidenciam Extinção em Massa

Quando se fala em extinção dos seres vivos a nível global, muitos pensam logo na grande catástrofe ambiental que dizimou os dinossauros, por exemplo. Contudo, cientistas descobriram recentemente que houve uma extinção ainda maior do que essa, ocorrida há uns 2 bilhões de anos atrás.

Essa informação foi conseguida por meio de uma pesquisa realizada na Universidade de Stanford. Contudo, ao contrário do que se possa imaginar, essa extinção de proporções gigantescas aconteceu não com animais de grande porte, e sim, envolvendo micro-organismos bem pequenos.

Mesmo no tempo em que a biologia do planeta era formada única e exclusivamente por micróbios, extinções em massa podem ter ocorrido sem deixarem registros fósseis. Em suma: há 2 bilhões de anos, não existia vida complexa na Terra, o que torna inviável encontrar algum registro 100% confiável do que realmente aconteceu com os seres vivos naqueles tempos.

Meteoro

A descoberta da extinção que nos referimos no começo só foi possível por conta do estudo da barita, que é um mineral coletado nas Ilhas Belcher, localizadas em Hudson Bay, no Canadá. A questão é que esse mineral guarda registros dos níveis de oxigênio da atmosfera. E, justamente, com base nas amostras coletadas, descobriu-se que a Terra passou por enormes mudanças em sua biosfera.

Foi a partir disso que se soube que cerca de 2 bilhões de anos atrás aconteceu uma queda significativa de vida no planeta, e que só ´foi possível saber pois se descobriu que os níveis de oxigênio do período também diminuíram drasticamente.

Inclusive, o tamanho da biosfera no decorrer das diferentes épocas geológicas continua sendo um grande desafio para cientistas do mundo todo. E, esse mais recente estudo feito em Stanford só mostra que o quanto biosfera e níveis de oxigênio e dióxido de carbono na atmosfera estão interligados.

Essa relação, por sinal, tem despertado novas e intrigantes evidências científicas. Uma delas, por exemplo, diz que a fotossíntese dos micro-organismos e o intemperismo das rochas criaram uma quantidade significativa de oxigênio na atmosfera, mas que, com o passar do tempo, esses níveis foram entrando em declínio.

O Fundo Dos Oceanos: Uma Das Maiores Biosferas Existentes

Não é difícil de supor que existam mais seres vivos vivendo na água do que em terra firme, afinal, 70% do planeta é composto desse elemento. Seguindo o mesmo raciocínio, podemos dizer também que as maiores biosferas existentes na Terra estão nos oceanos. O que se descobriu recentemente é que há uma diversidade ainda maior no fundo deles.

Uma equipe de cerca de 1200 cientistas de 52 países diferentes estudou a biosfera dessa parte dos oceanos no decorrer de 10 anos, e descobriu que existe meio que uma “Galápagos submersa”, com um ecossistema que abriga, cerca de 5 km abaixo, de 15 e 23 bilhões de toneladas de micro-organismos.

O Fundo Dos Oceanos

Pra se ter uma ideia do tamanho disso, esses minúsculos seres vivos pesam aproximadamente 300 vezes mais que a massa das mais de 7 bilhões de pessoas existentes no mundo atualmente. Já no que diz respeito a volume, eles ocupam em torno de 2 bilhões de quilômetros cúbicos (que é quase o dobro do volume de todos os oceanos do mundo).

A diversidade de espécies no fundo dos oceanos é quase tão imensa quanto a Amazônia, e nesse lugar vivem basicamente três formas de vida distintas: bactérias, archaea (são micróbios que não possuem núcleo ligado à sua membrana) e eucariontes (que são micróbios, ou mesmo organismos multicelulares que têm células nucleadas, além de organelas ligadas à sua membrana).

Contudo, é bom salientar que a biosfera das profundezas dos oceanos ainda é algo relativamente novo, e que precisa ser mais estudado para termos mais informações confiáveis a respeito dos seres que habitam esses lugares. Por sinal, para estudar esses espaços melhor cientistas perfuraram cerca de 2,5 km no fundo dos oceanos, além de terem recolhido amostras de micróbios que foram provenientes de minas nos continentes e buracos com alguns quilômetros de profundidade.

Maior Biosfera Terrestre: A Floresta Amazônica

Considerada a maior floresta tropical do planeta atualmente, a Amazônica também é detentora da maior biodiversidade do mundo, abrigando, por exemplo, mais de 30 mil espécies diferentes de plantas. E, lembrando que podem existir muitas outras que ainda não foram descobertas pela ciência.

A área de extensão dessa floresta é de cerca de 5,5 milhões de quilômetros quadrados, abrangendo desde a região Norte do Brasil, pegando mais alguns outros estados, e chegando até fora da fronteira.

A Floresta Amazônica

O clima do local é predominantemente equatorial, com abundância de chuvas, sendo uma floresta bem úmida. Já a vegetação dali se divide em três tipos: o igapó (que tem por símbolo a vitória-régia), a várzea (que tem como característica ser repleta de seringueiras, jatobás e palmeiras), e a chamada mata de terra firme (que é a que possui árvores com dezenas de metros de altura).

Além da quantidade enorme de plantas, a floresta Amazônica também abriga uma biodiversidade imensa de animais, cuja fauna inclui tucanos, araras, cutias, pacas, além de inúmeras espécies de répteis, anfíbios e peixes.

Sem contar ainda que a região possui a maior bacia hidrográfica do mundo, com uma extensão de aproximadamente 6 milhões de quilômetros quadrados. Contudo, devido à devastação que o local vem sofrendo nas últimas décadas, a região já perdeu mais de 13% de toda a sua cobertura vegetal, por conta da expansão agrícola e das madeireiras como um todo.

Necessidade de Preservação de Todas as Biosferas

Certamente, um dos grandes desafios da humanidade nos próximos anos é a preservação das diversas biosferas que fazem parte do nosso plante, seja na floresta Amazônica (que vem sendo bastante devastada nos últimos tempos), seja nos oceanos (que vêm sofrendo com uma contínua poluição, especialmente, devido ao descarte de plástico).

Ou seja, tanto as atividades humanas, quanto a produção crescente em determinados espaços geográficos estão contribuindo para uma agressão cada vez maior ao meio ambiente. E, é importante lembrar que na natureza tudo funciona na base do equilíbrio, e isso implica dizer que preservar o meio ambiente também significa preservar a nós mesmos.

Isso porque, a partir do momento em que certas biosferas como florestas e oceanos são devastados, o planeta aquece mais, e mudanças climáticas acabam causando mais e mais desastres ao redor do mundo. Isso sem contar ainda que a saúde das pessoas como um todo também é comprometida com isso. Ressaltando ainda que muitos dependem de uma natureza saudável para tirarem seu sustento, como, por exemplo, o caso dos pescadores.

Portanto, preservar os muitos tipos de biosferas que temos no planeta não é apenas para o bem-estar dos seres que vivem nelas, mas também para o nosso próprio bem-estar. Quanto mais a natureza adoece, nós também adoecemos junto com ela. Ou seja, toda e qualquer medida que vise a preservação do meio ambiente é importante e preciosa de apoio.

Até mesmo porque, de acordo com estimativas, se as biosferas existentes na Terra não passarem a ser melhor preservadas, nas próximas décadas, cada vez mais catástrofes irão acontecer, como secas, enchentes e até falta de comida. Cabe, portanto, ficar de olho para que a Terra, com suas biosferas e sua atmosfera possa “respirar” mais aliviada.

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