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Alimentação do Pepino do Mar: o que Eles Comem?

Alguns animais parecem ser tão estranhos, que fica até mesmo difícil imaginar o que eles, de fato, comem. Se você já viu um pepino do mar, certamente, sabe como esse equinodermo é um tanto quanto peculiar. Mas, o que ele come, afinal? E, como se alimenta? Ele, tem boca, inclusive?

Bem, essas e outras questões, você vai descobrir a seguir.

Como é o Sistema Digestivo do Pepino do Mar

Pois é, como a grande maioria dos animais, o pepino do mar também tem um sistema digestivo, mesmo que sejam componentes um pouco diferentes do que estamos habituados a conhecer como aparelho digestivo. Pra começar, existe um tubo que possui um tamanho mais ou menos uniforme, e cujo comprimento pode atingir até 4 vezes o comprimento do próprio corpo.

Esse tubo é enrolado e suspenso por um mesentério, que nada mais é do que uma membrana que liga vários órgãos de certos animais. Falando nisso, os órgãos que compõem o sistema digestivo do pepino do mar são (exatamente nessa ordem) a faringe musculosa, um curto esôfago, um estômago ovoide, um longo intestino enrolado e a cloaca.

E, sim, o pepino do mar, incrivelmente tem uma boca, que é coberta de pequenos tentáculos, assim como o seu corpo. E, é aí que ele mostra do que se alimenta de fato: detritos orgânicos que encontra no fundo dos mares enquanto rasteja pela superfície do lugar.

Com os tentáculos, o animal pega o alimento e leva diretamente à sua boca. Basicamente, funciona assim: ele coloca areia com os detritos em sua boca, e, em seguida, repele areai limpa, engolindo os detritos, que são o seu verdadeiro alimento.

Pepino do Mar no Fundo do Oceano

Bom salientar ainda que são, no total, cerca de 30 tentáculos que os pepinos do mar têm em seu dorso, e que vão transportando, e que possuem terminações nervosas nas extremidades, o que facilita detectar os detritos.

Ah, e esses tentáculos ainda são limpos antes do animal sair em busca de alimento, geralmente, à noite. Como os pepinos do mar conseguem limpá-los? Simples: eles são retráteis, o que facilita bastante esse processo. Afinal, eles precisam estar livres de qualquer sujeito para que se detecte a comida com mais facilidade.

Mas, o que são Esses Detritos Orgânicos, Afinal?

Os detritos (ou resíduos) orgânicos que servem de alimento ao pepino do mar nada mais são que sobras de animais e vegetais que simplesmente não tinham utilidade na cadeia ambiental onde estavam. As origens podem ser as mais diversas possíveis, indo de restos de processados industriais, alimentos consumidos em restaurantes e residências, e até mesmo restos de animais mortos.

A questão é que esses materiais podem causar problemas ambientais caso não sejam devidamente tratados, podendo causar contaminação a animais, plantas e até mesmo seres humanos que consumirem algo dali. É justamente por isso que animais como os pepinos do mar são chamados de faxineiros dos oceanos, já que eles contribuem para a limpeza desses materiais.

Além da ajuda providencial desses equinodermos para tratar esses detritos orgânicos, nós também desenvolvemos técnicas que possibilitem essa limpeza. Os detritos recolhidos através dessa técnica, inclusive, podem servir de adubo orgânico com o intuito de servir para a fertilização de solos, por exemplo.

Uma Digestão que Alivia Efeitos de Mudanças Climáticas

Pode parecer incrível, mas p processo de alimentação e digestão de detritos orgânicos do pepino do mar não apenas limpa os oceanos, como também pode minimizar os impactos de grandes mudanças climáticas em corais. Essa foi uma descoberta interessantíssima feita a partir de uma pesquisa da Universidade de Sidney, na Austrália, publicada no “Jornal de Pesquisa Geofísica”, em 2012.

Ao se alimentar dos detritos orgânicos que normalmente come, o pepino do mar acaba diminuindo a acidificação no mar. A questão é que as mudanças climáticas, por sua vez, aumentam a acidificação desse ambiente, o que é bastante prejudicial para os corais.

O processo que possibilita o pepino do mar realizar essa menor acidificação do seu habitat é que, durante a sua digestão, ele que o carbonato de cálcio presente nos detritos que come. Já as fezes do animal liberam a substância na água, o que, automaticamente, eleva o pH do local. Quando ocorre a dissolução de CO₂ na água (devido às mudanças climáticas), o efeito é o contrário.

De acordo com a mesma pesquisa, não seria necessário aumentar a quantidade de pepinos do mar, e sim, preservar os que já existem. Os problemas é que esses equinodermos são apreciados como iguaria em diversas partes do mundo, como Japão e China, o que tem feito as suas populações ao redor dos mares diminuírem drasticamente.

Em suma, é preciso preservar esse e tantos outros animais da fauna marinha, já que, além de serem seres fascinantes, ainda pode ajudar a equilibrar coisas que, no fundo são nossa culpa. Até porque uma simples alimentação sua de detritos, já ajuda bastante em questões sérias como as mudanças climáticas.

O que Outros Equinodermos Comem?

Interessante notar que mesmo pertencendo ao mesmo grupo, os equinodermos possuem hábitos bem distintos, incluindo aí, a alimentação. Por exemplo: enquanto os pepinos do mar se alimentam de detritos, ou seja, basicamente de resíduos mortos, as estrelas do mar são ávidas carnívoras e predadoras. O alimento preferido destas, inclusive, são as ostras.

Já os ouriços do mar, também equinodermos (e, por isso, parentes próximos dos pepinos do mar) comem algas, que são trituradas através de seus dentes calcários. Por sinal, a maior parte dos ouriços do mar se alimenta de plantas marinhas, mas, eventualmente, podem comer matéria orgânica morta.

A serpente do mar (mais um equinodermo) alimenta-se de pequenos crustáceos, moluscos e outros animais, sendo carnívoras, assim como as estrelas do mar. E, por fim, os lírios do mar, que possuem em seu cardápio plâncton e outros detritos, colhidos pelos seus tentáculos. Nesse sentido, são bem parecidos com os pepinos do mar.

Como se vê, é um grupo bem inusitado de animais, e que mesmo de aparência tão estranha aos nossos olhos, podem ser bem interessantes de serem estudados, e até mesmo mostrar que podem ser úteis na natureza, assim como os “faxineiros marinhos”, ou os pepinos do mar.

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