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Clone de Cajueiro e Rejuvenescimento Com Podas

A clonagem de cajueiros, e as inúmeras técnicas de podas, fazem parte de um sistema bem mais amplo, que tem como objetivo obter variedades mais saborosas, com maior valor comercial, que desenvolvam-se mais rapidamente; e que, dessa forma, tornem determinadas culturas realmente viáveis.

Nesse contexto, surgem procedimentos considerados bastante avançados, que em uma das suas mais exitosas conquistas produziu variedades como a Embrapa 51 – um tipo rústico, resistente a pragas e a longas estiagens, altamente produtivo, entre outras características que são típicas dessa espécie.

Na verdade, um procedimento de clonagem é uma das últimas fases (se não a última) do processo de cultivo de uma planta – bem antes mesmo da seleção de mudas, implementação de técnicas de adubagem, e até mesmo das podas de rejuvenescimento.

Por meio do que há de mais moderno em engenharia genética são selecionadas as melhore espécies, com características de apresentarem um potencial de modificação do seu sequenciamento, o suficiente para que, a partir de uma “planta-mãe”, possam ser produzidas variedades ainda mais sofisticadas.

Esse é um tipo de ferramenta que vem sendo posta em ação desde o início dos anos 80, quando os produtores perceberam que o plantio tradicional, por meio de sementes ou mudas provenientes do cajueiro tradicionalmente conhecido, não correspondia às necessidades dos novos tempos.

Foi necessário que técnicos da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Ceará (EPACE) arregaçassem as mangas e fizessem todo o esforço possível para finalmente colocar o país no 1º mundo no que diz respeito à clonagem de espécies como o cajueiro.

E foi por meio da clonagem do “cajueiro-anão-precoce” que esses novos tempos finalmente chegaram, proporcionando uma produtividade até então impensável.

Clone De Cajueiro E Rejuvenescimento Com Podas

A apreensão da tecnologia para a clonagem de cajueiros, em especial do já agora bastante famoso “Embrapa 51”, foi o resultado de um longo e elaborado processo de pesquisa científica, que envolveu a escolha correta das mudas com um bom grau de variação do seu sequeciamento genético, que culminou na produção de uma variedade única.

O Embrapa 51 possui características bastante singulares, como a sua incrível resistência a longos períodos de seca, ataque de pragas, alta produtividade, rápida germinação e crescimento, sem contar a sua capacidade de produzir até 1 tonelada de castanhas por hectare, contra os não mais do que 200 ou 300 kg proporcionados pelo tipo comum de cajueiro.

E mais: essa variedade ainda produz pseudofrutos testados e aprovados pela indústria de produção de sucos, que faz determinadas exigências para a aquisição de carregamentos, como por exemplo, a exigência de variedades com adequado teor de açúcar, pouca acidez, alta produtividade de suco por 100 g, entre outras características que fazem toda a diferença para o êxito desse segmento.

Árvore de Cajú
Árvore de Caju

E como se tudo isso não bastasse, pragas que outrora configuravam-se como verdadeiros flagelos dessa cultura, hoje são praticamente inofensivas, como são os casos do Oidium anacardii, a Lasiodiplodia theobromae (a resinose), a Antracnose, a Podridão-preta-da-haste, entre inúmeras outras enfermidades das quais o clone do “cajueiro-anão-precoce Embrapa 51” é praticamente imune.

Além Da Clonagem Do Cajueiro, a Importância Do Seu Rejuvenescimento Com Podas

Como um conjunto de técnicas de poda capaz de auxiliar os processo de desenvolvimento de um cajueiro, recomenda-se, por exemplo, aquela que propõe-se a substituir por completo a sua copa.

Esse manejo é geralmente utilizado em cajueiros que apresentam algum tipo de anomalia, como nos casos de espécies que não produzem frutos, apenas ramagens, folhas e flores que acabam utilizando-se dos nutrientes do solo apenas para esse fim.

A técnica consiste em eliminar galhos e ramos do cajueiro e substituí-los por novos galhos e ramos provenientes de um cajueiro clonado, preferencialmente os do tipo “anão-precoce”. Essa substituição é feita por meio de enxertos desses ramos, de forma a manter todo restante da estrutura original da planta.

Há também uma técnica conhecida como “poda por seleção”. Nesse caso, você deverá eliminar apenas alguns ramos selecionados (geralmente entre 6 e 10% do total) que apresentem algum tipo de anomalia ou doença. E como apenas 39% dos cajueiros de uma plantação respondem por mais de 2/3 da produção, é possível promover, com isso, uma espécie de uniformização da produtividade.

E, por fim, o rejuvenescimento de cajueiro por meio de podas – um dos processos que antecedem as práticas de clonagem e que pode ser decisiva para uma produção satisfatória da espécie.

Aqui, o objetivo é não substituir totalmente a copa. Em primeiro lugar, é preciso realizar todas as fases da chamada “substituição de copas” (com exceção da enxertia), inclusive com a sua decaptação, e logo após proceder ao controle de pragas do cajueiro, por meio do uso de um bom fungicida (como o oxicloreto de cobre) e um inseticida para a eliminação de cupins.

30 dias após esse procedimento, já é possível perceber a germinação da planta, que só exigirá mesmo uma observação semanal do seu estado, a fim de evitar novas infestações.

A Produção Brasileira De Caju

Não é por acaso que fica com o Ceará o título de principal produtor de caju do Brasil. Basta lembrar que foi o estado o primeiro a levar a cabo a produção de clones da fruta – mais especificamente da variedade anão-precoce.

São uma média de 40.000 toneladas produzidas anualmente, apesar do problema da seca, que tem trazido grandes dores de cabeça para o produtor, a ponto de fazer com que o Brasil despencasse da honrosa posição de 5º maior produtor mundial para a amarga posição de 10º lugar entre os maiores produtores de caju do planeta.

O cultivo do caju no Nordeste, por meio de técnicas de clonagem do cajueiro, técnicas de rejuvenescimento com podas, entre outras práticas de manejo, pode muito bem ser considerado um dos pilares da agricultura do semiárido, muito em função da quantidade de mão de obra requerida e da resistência desse tipo de cultivar, que enfrenta a realidade do sertão nordestino com bravura impressionante.

O resultado é o seu aproveitamento de diversas formas: para produção de sucos e resinas, extração de madeira, elaboração de compostos químicos e, obviamente, para o beneficiamento da castanha, uma das preciosidades do semiárido brasileiro e um dos responsáveis pela manutenção desse importante segmento da agricultura da região Nordeste do Brasil.

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