Pra quem gosta de cacto como planta decorativa, não tem do que reclamar, visto que existem inúmeras espécies diferentes por aí, adaptadas aos mais diversos ambientes. Um bom exemplo é o cacto mil cores, tema do nosso próximo texto.
De nome científico Sulcorebutia rauschii, essa espécie de cacto é originária aqui da América do Sul, mais precisamente da Argentina e da Bolívia. Eles possuem formato globular, e possuem o nome mil cores justamente por ter uma coloração bem diversificada em seu caule, com predominância do verde, do amarelo e do roxo. Já o seu florescimento acontece na época do verão, cujas flores possuem uma coloração magenta.
Características da Planta
Trata-se de uma planta relativamente pequena, com suas hastes individuais medindo cerca de 4 cm de altura, por 5 cm de diâmetro. Nas plantas mais antigas, os tubérculos geralmente ficam dispostos em até 16 linhas em espiral, que ficam mesclados no ápice. Os espinhos, por sua vez, são radias, de coloração preta, e são bem curtos, com cerca de apenas 2 mm de comprimento.
E, como todo cacto que se preze (ainda mais esses do tipo mais ornamentais), o mil cores possui uma belíssima flor, que pode chegar a 50 mm de comprimento, e mais 50 mm de largura, tendo o violeta como cor predominante. Pra finalizar, tem também o fruto que surge desse cacto, de coloração marrom avermelhada, possuindo cerca de 5 mm de largura.
Como Cultivar o Cacto Mil Cores?
É preciso ressaltar que é um tanto difícil encontrar cactos dessa espécie que sejam de alta qualidade para realidade o seu cultivo e a sua manutenção. É o tipo de planta, por exemplo, que gosta muito de um solo que seja permeável e “grosseiro”. Esse mesmo solo precisa ainda ser mantido relativamente seco, especialmente, no período de inatividade da planta, o que ocorre na estação inverno, visto que ela é bastante sensível a solos que sejam um pouco mais úmidos.
Uma das formas, por exemplo, de prevenir a podridão dessa planta é envolver a parte de cima da raiz com uma camada de areia ou mesmo cascalho (este último material é o mais indicado). Isso porque são produtos que ajudam na drenagem do solo, e numa perfeita circulação de ar das raízes, algo essencial para que não apodreçam e morram.
Pelo fato das raízes desse tipo de cacto serem bastante sensíveis, frequentemente é usado enxerto para o cultivo dele, justamente para se evitar problemas nessa parte da planta. Inclusive, quando o assunto é regas, é preciso deixar claro que esse procedimento tem que ser feito de maneira moderada durante a estação de crescimento. E, como já dissemos, durante o inverno, a melhor alternativa é deixar o solo bem seco.
Durante a “hibernação” da planta, ela pode descansar em locais um pouco mais frios (entre 0 e 10°C, mais ou menos), já que isso acaba sendo importante tanto para a saúde das flores desse cacto, como da planta de um modo geral. Até mesmo porque sem esse período de inverno, a planta não irá brotar.
E, claro, pra completar, a exposição ao sol precisa ser completa e plena, com relativa sombra nos dias mais quentes do verão, é bom avisar.
Por que Alguns Cactos são Coloridos?
Geralmente quando se pensa em cactos, o que vem à mente, são plantas secas, espinhosas, e de uma cor só (no caso o verde). Porém, existem cactos que apresentam uma boa variedade de cores, e não apenas o da espécie Sulcorebutia rauschii. O mais incrível é que não se tratam de plantas que foram pigmentadas artificialmente, e sim, de forma totalmente natural.
Pra falar a verdade, as espécies de cactos coloridos que vemos por aí são de duas espécies distintas: o Gymnocalycium mihanovichii e o Chamacereus silvestrii.
O primeiro é um tipo originário da América do Sul, sendo os seus espécimes mais populares, mutações variegatas, ou seja, plantas que têm folhas manchadas em tons brancos, amarelados ou mesmo cremes. É por conta da falta de clorofila que são expostas as cores variadas que vemos nelas (vermelho, laranja e amarelo). A questão é: como a clorofila é um processo necessário para a sobrevivência de qualquer planta, geralmente as mudas dessa espécie são enxertadas em outro cacto com clorofila normal.
Já o Chamacereus silvestrii é um cacto originário da Argentina, tendo o nome popular de “cacto amendoim”. Para se chegar à uma coloração diferenciada nessas planta, muitos usam cruzamentos com outras espécies, e até hibridismos. Os colunares dela ficam pendentes à medida que crescem, dando um estilo ornamental ainda mais próprio e esse cacto. Da primavera ao outono, produzem muitas flores de cores bem vivas, e no inverno, devido a um estado de semi-dormência, crescem pouco, podendo ficar com a haste de coloração avermelhada.
Em termos de cultivos, são espécies difíceis, mesmo que o crescimento delas em si seja relativamente fácil. O substrato usado, por exemplo, precisa ser bem permeável, com pouca matéria orgânica (preferencialmente, turfa ou húmus). Na primavera e no verão, a água das regas precisa ser moderada, e no inverno o solo precisa ficar bem mais seco. No verão, também pode ser usado fertilizante à base de potássio para acelerar o seu crescimento.
Curiosidades Sobre o Cacto Mil Cores
Até por conta do tamanho reduzido, essa espécie de cacto não é uma panta solitária. Ao contrário: quando germina, geralmente, surgem vários aglomerados de cabeças arroxeadas dessa planta, já com espinhos, apear de bem curtos. Na verdade, quando se cultiva esse espécime aqui, é recomendável que fiquem aglomerado sem um único vaso, até mesmo porque, quando florescer, o visual fica bem mais bonito.
Dentro dessa espécie, em específico, existem algumas variedades de cactos que acabem compondo outras formas e colorações distintas. Entre as subespécies que mais se destacam, nesse sentido, podemos citar a Rebutia canigueralii, a Rebutia pulchra e a Sulcorebutia rauschii. Todas relativamente fáceis de encontrar em lojas especializadas e feiras de plantas em geral.
Agora que você já sabe mais sobre o cacto mil cores, e principalmente sobre as suas formas de cultivo e de manutenção, que tal ter um desses ornando sua casa?