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O Que é Ferralitização? Como Ela Ocorre?

A ferratilização é um processo que também pode ser conhecido por laterização. Este é um tipo de fenômeno que acaba afetando a composição do solo. Isso o torna mais ácido em razão de uma maior concentração dos óxidos alumínicos e de ferro. Assim, forma um especifico tipo de rocha que se chama lateritos.

Trata-se do processo de cunho natural. Entretanto, com as remoções das vegetações em certos lugares, também pode ser considerado uma espécie de problema ambiental.

Para compreender como acontece a ferralitização do solo, é necessário, primeiramente, entender o que ela é. Por tal termo, entende-se como sendo o procedimento de “lavagem” ou mesmo remoção das camadas superficiais dos solos através do escoamento das águas das chuvas.

Além do mais, é necessário entender o conceito do intemperismo também. Este é o desgaste de rochas e do solo pelos agentes do tipo erosivo: vento, água, variação climática, etc.

Quer entender mais à respeito? Não deixe de ler tudo o que preparamos.

O que é Ferratilização?

Ferratilização é um tipo de processo de cunho erosivo que se ocasiona a partir de uma lavagem das camadas superficiais do solo por conta do escoamento de águas superficiais. No geral, acontece nos solos que não possuem coberturas vegetais protetoras. Isso diminui, em grau elevado, sua fertilidade no decorrer do tempo.

Esse procedimento é frequente em solos de regiões equatoriais e tropicais, pois em tais lugares as chuvas podem se mostrar mais intensas e abundantes. A enxurrada provocada pelas precipitações traz consigo os materiais superficiais dos solos para áreas mais baixas.

Tanto por isso, o processo é bem mais significativo em regiões com maior declividade. Dessa forma, a água acaba “lavando” os solos, levando nutrientes disponíveis para os lençóis freáticos, bem como para os cursos de água, favorecendo o empobrecimento.

Com a ferratilização do solo, em determinados casos, registram-se como consequência, as ações do intemperismo químico sobre ele. Faz-se isso em prol da reação das águas com certos sais minerais existentes e hidrossolúveis, como:

  • O potássio;
  • O sódio;
  • Entre outros.

Assim, dependendo de condições ambientais, algumas coberturas que são compostas se formam por hidróxidos e óxidos de alumínio e ferro. Estes estruturam as presenças das crostas ferruginosas superficiais, também conhecidas como cangas lateríticas.

Ferralitização do Solo

Essa excessiva concentração de alumínio e ferro nas camadas superficiais dos solos, em diversas vezes, torna-se um problema em se tratando do meio ambiente. Isso porque ela dificulta ou impede a penetração e o cultivo de raízes de árvores.

Na área do cerrado, que é onde o solo já é naturalmente mais ácido, as vegetações se encontram mais adaptadas a tal condição. Entretanto, para que o cultivo seja realizado, é preciso a aplicação das técnicas para correção. Mas isso se torna inviável nos casos da ferralitização nos estágios avançados.

O que é Intemperismo?

O intemperismo, que também pode ser chamado de meteorização, consiste em alterações químicas e físicas das rochas, bem como dos seus minerais. É um agente importante no processo da formação dos solos e modelador dos relevos.

Existem 2 tipos relacionados de intemperismo:

  • Intemperismos químicos – É a quebra de estruturas químicas de minerais que fazem a composição das rochas e sedimentos (materiais de origem). As rochas, assim, sofrem o processo da decomposição. A intensidade do intemperismo está relacionada com as temperaturas, pluviosidades e vegetações, acontecendo especialmente na região intertropical;
Intemperismos Químicos
  • Intemperismos físicos – São as desagregações ou desintegrações dos materiais de origem (rochas ou sedimentos) sem que ocorram alterações químicas dos minerais que os constituem. Eles, portanto, causam a desagregação dos fragmentos que ficam menores a cada vez, conservando a característica dos seus minerais. Isso aumenta as superfícies de contato dos seus fragmentos. Dessa forma, colabora com os intemperismos químicos. Nas regiões desérticas, bem como com climas semiáridos, tal processo é bem mais intenso.
Intemperismo Físico

Causas da Ferralitização

As causas de uma ferralitização, sobretudo as de origens antrópicas, estão relacionadas com o desmatamento, bem como com a ação de queimadas. Nos dois casos, as ferralitizações e as ocorrências das reações químicas nos solos são intensificadas, o que favorece as formações de laterita. Sem contar com as concentrações excessivas de alumínio e ferro sobre os pedológicos horizontes.

Já nas áreas com solos lateríticos, mas também naturalmente laterizados, as rochas que existem possuem utilidades econômicas. Embora possam não ser o tipo mais interessante existente, elas são úteis nas fabricações dos tijolos e dos blocos. Estes são usados nas construções civis, especialmente para as produções de calçamento ou mesmo nas pavimentações asfálticas.

Assim mesmo, é extremamente importante ressaltar que as laterizações precisam ser evitadas. Faz-se isso com as conservações de reservas naturais, bem como da menor exposição de solos à águas de chuvas.

Como Acontecem os Processos da Ferralitização

Os processos da ferralitização de solos podem ocorrer pela natureza e também influenciados pelas atividades antrópicas. Naturalmente, se resulta dos processos históricos dos desgastes intempéricos de rochas e de solos por conta dos escoamentos de águas fluviais.

Isso dá origem aos solos lateríticos, uma vez que costumam mostrar as tonalidades alaranjadas. Entretanto, podem ser vistos em tons avermelhados, marrons ou ligeiramente amarelados. Resultando de ações humanas, as ferralitizações ocorrem em detrimento dos desmatamentos, bem como das consequentes desproteções das queimadas e dos solos.

Impacto das Ferralitizações

Os impactos das ferralitizações dos solos são muitos, sobretudo, quando os processos são oriundos de determinado desequilíbrio ambiental. Estes acabam gerando enormes problemas para os meios naturais, tal como as dificuldades das penetrações de raízes, assim como o aumento das improdutividades dos solos.

Contudo, as lateritas formadas por esses processos podem ser utilizadas economicamente nas produções de determinados blocos e tijolos para as construções civis, além de serem úteis em determinadas técnicas para pavimentação asfáltica.

O solo laterítico possui altos índices de meteorização nas suas formas, bem como acumula uma enorme quantidade de óxidos alumínicos e de ferro. Apresenta, também, muitas vezes, os minerais umedecidos.

O latossolo e o solo podzólico são subtipos dos solos que acabaram sendo laterizados com o tempo. São caracterizados por uma elevada acidez, como nas regiões dos cerrados brasileiros. Isso pode ser alterado na agricultura com as adições de calagem, ou calcário.

Como as formações dos solos lateríticos estão diretamente associadas às presenças das chuvas e aos escoamentos das águas, são mais comumente encontrados nas regiões que mostram o clima subtropical e tropical.

Como é sabido, a ferralitização do solo ocorre pelas queimadas, florestas derrubadas, bem como pela extensiva agropecuária. Assim, recomenda-se não queimar a terra, evitando derrubamentos e praticando o reflorestamento.

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