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Caburé de Pernambuco: Comportamento

Você conhece o Caburé de Pernambuco? Eles são animais extraordinários, donos de um comportamento peculiar e apesar do pequeno tamanho, são aves caçadoras e excelentes predadores.

Infelizmente, os decorrentes desmatamentos afetaram drasticamente a população de Caburés de Pernambuco, e eles não são vistos há muito tempo; estima-se até que seja uma ave extinta.

Vamos conhecer um pouco mais sobre esse incrível pássaro, que sofreu tanto com ações humanas.

Caburé de Pernambuco – Gênero e Família

É uma ave oriunda do Brasil, mais precisamente da região Nordeste, e habita uma determinada área do estado de Pernambuco e Alagoas, por isso recebe o nome popular de Caburé de Pernambuco.

É conhecido cientificamente como Glacidium Mooreorum. É um Strigiforme e pertence à família Strigidae, a mesma família da maioria das corujas.

Existem ao menos 210 espécies de corujas, que são divididas em 2 principais famílias; a Strigidae e a Tytonidae.

Na família Tytonidae, as únicas representantes são as corujas do gênero Tyto; onde estão presentes as Suindaras, que são caracterizadas pelo disco facial semelhante a um coração, esta é uma característica única da ave, que a deixa com uma rara beleza e diferencia-a das demais.

As corujas representantes da família Strigidae são maioria. As espécies são dividas em diferentes gêneros, sendo eles: Megascops, Bubo, Glacidium, Strix, Jubula, Ninox, entre muitos outros.

O Caburé de Pernambuco está inserido no gênero Glacidium. O nome do gênero tem como significado “coruja pequena” e engloba diversas espécies semelhantes, como o Glacidium Brasillianum, Glacidium Mooreorun, Glacidium Hardyi, Glacidium Minutissimun; todos recebem nomes populares como Caburés ou Mouchos.

Caburé de Pernambuco: Características

“Coruja pequena” serviu muito bem ao Caburé de Pernambuco, pois é isso o que ele realmente é, uma pequenina coruja, com apenas 14 centímetros e 50 gramas, a ave algumas vezes até é confundida com um pardal.

Sua longa cauda é o que o diferencia dos outros do gênero Glacidium.

Ele possui a parte superior da plumagem majoritariamente marrom com pigmentações esbranquiçadas, a parte inferior e o ventre são compostos por penas brancas.

Possui uma excelente visão, como muitas outras aves; a íris dos seus olhos são amareladas, como o bico e as patas.

Sua cabeça também é composta pela coloração marrom, com vários pontinhos brancos.

De fato o Caburé de Pernambuco é muito curioso, é endêmico do Brasil, porém, os decorrentes desmatamentos afetaram drasticamente a vida desta bela ave.

Extinção do Caburé de Pernambuco

O Caburé de Pernambuco teve uma identificação tardia, ele foi registrado apenas em 2002, nos resquícios florestais dos Estados de Pernambuco e Alagoas, por pesquisadores da UFPE; dificilmente é avistado, sendo que a ave foi vista apenas duas vezes, no Estado de Pernambuco.

Alguns pesquisadores cogitam uma possível extinção da ave, algo muito triste para nós brasileiros, que perdemos uma espécie nativa do nosso território, mais uma.

De fato é algo para refletirmos e começarmos a agir em defesa destes animais, que perdem seu habitat e até a vida com o corte de árvores nativas.

A intensificação dos desmatamentos florestais tem afetado a vida de muitas espécies de seres vivos, que perdem sua moradia, seu alimento e todos os outros meios para sobreviver e acabam extintas.

Que foi o que ocorreu ao Caburé, o desmatamento da Mata Atlântica, seu habitat, colocou a ave em risco de extinção ou até mesmo extinguiu-a.

O habitat da ave era no uma porção da Mata Atlântica localizada ao Norte do São Francisco, que sofreu muito desmatamento e hoje restam apenas 2% da mata original.

Outro fator que contribui para a decorrente extinção de muitas espécies é o mercado clandestino de aves. Onde humanos capturam aves diretamente de seus ninhos e habitats para comercializá-las a valores altíssimos. Ocorre principalmente com aves raras e exóticas.

Por incrível que possa parecer, cercas de fazendas com um pouco mais de dois metros, são capazes de isolar populações de Caburés; isso acontece por que estas espécies voam muito baixo, não são planadores ou chegam a longas alturas.

Esse fato nos mostra como é um animal vulnerável, que necessita que seu habitat natural não seja modificado pelo homem.

Hoje, o ICMBIO, considera a ave extinta, já que nunca mais foi avistada.

Comportamento do Caburé de Pernambuco

A pequena ave gosta – ou pelo menos gostava – de habitar lugares não muito altos, com altitude máxima de 150 metros acima do nível do mar.

Sabe-se pouco a respeito do pequeno Caburé, ele foi avistado apenas duas vezes, uma na Reserva Biológica de Saltinho/PE, nos anos 90 e outra, em 2001, nos remanescentes florestais da cidade de Sirinháem, também no Estado de Pernambuco.

Certos hábitos da ave, como alimentação, reprodução e nidificação são desconhecidos. Mas estima-se que sejam semelhantes aos das outras aves do seu gênero.

As aves do gênero Glacidium costumam nidificar em fendas ou rachaduras de árvores, e provavelmente o Caburé de Pernambuco também tinha, ou tem este hábito.

Eles possuem uma alimentação bastante variada, desde pequenos insetos, como cigarras, gafanhotos, grilos, etc.; até mamíferos e répteis de porte pequeno, onde estão incluídos os roedores, lagartos e calangos.

Sua entonação vocal é bastante característica, de modo que são emitidas diferentes notas, em frequências variáveis. É ativo principalmente no período reprodutivo e nas épocas chuvosas, entre abril e maio.

É uma espécie residente, ou seja, que habita a mesma região, está durante o ano todo na mesma área. Ela não realiza movimentos migratórios; mas como é pouco vista, não se sabe muito bem sobre a espécie.

Apesar de ser considerada extinta, pesquisadores não desistem e tentam a qualquer custo encontrar o pequeno Caburé de Pernambuco.

A tentativa é atrai-la com o seu próprio canto, que foi gravado e registrado há muito tempo atrás; até o momento, as tentativas foram falhas e a pequena ave não foi mais vista.

Mas todas as tentativas são válidas para encontrar a ave e afirmar que ela não está extinta, e sim em extinção. Enquanto não for visto novamente, pode ser considerada uma ave extinta.

Além desse belíssimo animal que acabamos de conhecer, muitos outros sofrem com ações humanas. É fundamental que olhemos atentamente para nossa fauna e flora, de modo que possamos preservar a natureza e todas as espécies que habitam este gigantesco país.

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