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Biosfera: Os Seres Vivos e a Esfera da Vida

A biosfera – essa esfera da vida que abriga os seres vivos – pode ser definida como um conjunto de todos os ecossistemas existentes no planeta. Ela é como uma mecanismo articulado que envolve diversos processos abióticos (terra, água, vento, chuva, etc) e bióticos (os seres vivos).

Esse foi um termo cunhado pela primeira vez na segunda metade do séc. XIX, quando o cientista, professor e geólogo austríaco Eduardo Suess, simplesmente descobriu que ela era o maior exemplo de organização no planeta, já que abrange, não só os seres vivos como também todas as divisões da esfera terrestre: hidrosfera, litosfera e atmosfera, basicamente.

A biosfera é entendida como um ente à parte no universo (no que diz respeito ao ganho e perda de matéria), pois, apesar de fazer parte do “todo”, ela não realiza um compartilhamento de matéria assim tão direto com o espaço – é como se ela fosse um mecanismo de certa forma protegido dos eventos que estão fora da atmosferta terrestre.

Mas quando o assunto são as trocas de energia, aí então a biosfera se abre! Ela recebe as energias vindas do sol, dos astros e, para alguns esotéricos, até mesmo de paragens além do nosso sistema solar.

Essas trocas de energia (na biosfera, e do espaço para a biosfera) e de matéria a tornam um imenso “organismo vivo”, no qual ocorre os chamados “ciclos biogeoquímicos”, que são as interações entre os seres vivos e o meio ambiente, com consequentes modificações das composições químicas das substâncias.

Tudo isso ainda cria as condições para que ocorram os ciclos hidrológicos, os nascimentos e mortes dos seres vivos, os fenômenos climáticos (insolação, chuva, ventos, frio, calor, etc), entre outros fenômenos.

Biosfera: Características Dessa Esfera da Vida e dos Seres Vivos

Tal é o vigor e a imponência da biosfera terrestre, que para que se pudesse analisá-la de forma verdadeiramente eficaz, foi preciso desmembrá-la em diversas outras “pequenas biosferas”. Estas são os chamados “biociclos”, que formam um bloco com vários ecossistemas de alguma forma conectados.

Esses biociclos ainda dividem-se em biócoros, que por sua vez dividem-se em biomas, que por sua vez dividem-se em diversas comunidades ou populações de seres vivos inter-relacionados.

Ainda é possível dividir um só biociclo em: talassociclo, limnociclo e epinociclo. Tais desmembramentos podem fazer parte da atmosfera, hidrosfera ou litosfera, já que esses aspectos, juntos, formam o que conhecemos como a “esfera da vida”, onde estão os seres vivos que compõem a biosfera.

São os seres macro e microscópicos, que desenvolvem-se sobre a superfície terrestre, nos mares, lagos, rios e oceanos; assim como na atmosfera – nesse caso, na forma de micro-organismos e substâncias químicas necessárias para a manutenção da vida.

O epinociclo é a parte terrestre do biociclo. É onde desenvolvem-se os organismos macro e microscópicos típicos das florestas, matas, savanas, cerrados, desertos, montanhas, entre outros biomas semelhantes.

São exemplos de epinociclos: a Floresta Amazônica, a Caatinga, o Cerrado, o Deserto do Saara, as estepes russas, as savanas africanas, as Planícies da Turquia, o Deserto de Gobi, entre outros.

Já o limnociclo é uma subdivisão de um biociclo, onde estão as reservas de água doce do planeta. Todos os seres típicos desse biociclo (os animais marinhos) dependem de condições específicas para as suas sobrevivências.

São exemplos de limnociclos, os pântanos, brejos, charcos, trechos de água parada (as “águas lênticas”) e os riachos, ribeiros, lagos, lagoas, mananciais, cascatas e cachoeiras (as “águas lóticas”).

Por fim, o talassociclo! O reino dos animais de água salgada! Os oceanos, mares, baías, golfos, entre outros biomas onde convivem e inter-relacionam-se as grandes espécies!

É o berço de antigos monumentos pré-históricos, como o nothosaurus, o shastasaurus ou o vertiginoso megalodonte!

Mas também o habitat dos alegres golfinhos, das delicadas “Asteroideas” (as estrelas-do-mar), dos espertos elefantes-marinhos, das comunidades de zooplânctons, fitoplânctons, néctons, entre inúmeras outras preciosidades que compõem esse magnífico e enigmático universo das profundezas do mar

O Homem, a Biosfera e os Demais Seres Vivos da Esfera da Vida

O Homem pode muito bem ser guindado ao patamar do “grande piloto” dessa nau chamada Terra. Ele, por ser a única espécie racional a habitar esse espaço, tem a responsabilidade de liderar, organizar, preservar e, obviamente, aproveitar-se (como nenhuma outra espécie) de tudo o que a biosfera pode lhe oferecer.

Assim como qualquer outro ser vivente, o homem interage, inter-relaciona-se (harmônica e desarmonicamente), consome e libera energia, entre outras funções típicas de um ser vivente que rasteja nessa esfera chamada Terra, com os seus bilhões de seres vivos que compõem a “biosfera”.

Mas é justamente aqui que começam a surgir os problemas! O fato de o homem possuir uma capacidade quase incomensurável de interferir no meio ambiente, é o grande problema a ser resolvido no que diz respeito à manutenção da biodiversidade na terra.

A uma taxa de crescimento populacional de cerca de 0,33% ao ano (ONU), estima-se que em 2050 teremos um acréscimo de pelo menos 2 bilhões de indivíduos – totalizando cerca de 9 bilhões de homens e mulheres com necessidades alimentares e de conforto para serem saciados.

E o pior, com todas as condições tecnológicas possíveis para saciá-las, em um completo alheamento da capacidade do planeta de responder a essa demanda.

Logo, o desafio para as próximas décadas, no que diz respeito a essa relação entre o homem e o meio ambiente, será o de encontrar, afinal, a solução desse embrolho: como equilibrar as nossas demandas por conforto e alimentos com a capacidade da natureza de nos fornecê-los?

Somente quando for encontrada essa resposta poderemos ter a certeza do que tudo o que fizemos em prejuízo da natureza foi, na verdade, fruto da ignorância mesclada com as necessidades. Foi fruto da falta de consciência do nosso papel na natureza.

E, ao final, utilizaremos esses avanços da medicina, tecnologia e informática para diminuir as nossas necessidades, enquanto criamos outras; só que melhores; e superiores às que deixamos para trás, quando ainda não tínhamos a mais simples noção da nossa responsabilidade frente à natureza.

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