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Tudo Sobre O Dragão-de-Komodo: Características E Fotos

O Dragão-de-komodo é uma daquelas espécies cercadas por mitos, lendas e crendices, muito por conta do seu aspecto exótico e original – mas não menos exótico e original que o seu habitat natural: as distantes e enigmáticas ilhas da Indonésia.

Esse animal é uma das várias espécies que compõem o gênero Varanus (o único da família Varanidae), que abriga os seus outros parentes menos conhecidos: o V. Acanthurus, V. Gouldii, V. Exanthematicus, V. Salvator, Lanthanotus borneensis e o Heloderma horridum.

O Dragão-de-komodo mais conhecido (e popular) é o “Varanus Komodoensis”, o maior lagarto da natureza, uma espécie magnífica, capaz de atingir até 40 cm de altura (da base das patas ao dorso), 2,6 metros de comprimento, entre 159 e 167 kg de peso, entre outras características consideradas únicas nesse animal.

Entre as principais singularidades do Dragão-de-komodo, podemos destacar o fato de ele ser uma espécie carnívora, que pode assumir as características de um necrófago, e ainda bastante hábil em devorar diversas espécies de roedores, aves, invertebrados, ovos de pássaros – e até mesmo outros lagartos, caso se veja diante da escassez das suas principais iguarias.

Dragão-de-komodo Fotografado de Frente
Dragão-de-komodo Fotografado de Frente

Ele também possui um metabolismo baixíssimo, o que contribui para esse seu tamanho incomum para um lagarto. Mas também contribui para isso o fato de possuir um nicho ecológico dominante onde vive, já que está no topo da cadeia alimentar nessas exóticas e extravagantes ilhas indonésias.

Todos os anos, entre abril e agosto, esses animais atingem a sua fase reprodutiva. E após a cópula, a fêmea costuma pôr cerca de 20 ovos, que serão incubados por até 7 meses, até que os pequenos dragões possam desenvolver-se, atingir as suas respectivas fases reprodutivas (por volta dos 3 anos de idade) e viver até longos 50 ou 60 anos.

Uma curiosidade sobre essa espécie refere-se ao fato de que, em alguns casos, as fêmeas conseguem reproduzir-se por meio do singular processo biológico conhecido em ciência como “partenogênese” (uma reprodução sem a contribuição dos machos); o que constitui-se como uma das inúmeras peculiaridades que só podem ser observadas mesmo nesses dragões.

Fotos, Imagens E Tudo O Mais Sobre as Características E as Peculiaridades Dos Dragões-De-Komodo

O que se diz é que os Dragões-de-komodo foram encontrados quase por acaso, lá pelo início do séc. XX, quando exploradores europeus buscavam recolher e descrever novas espécies vegetais e animais de uma área considerável da Indonésia.

Obviamente, a descoberta foi um verdadeiro “achado”. Pois estava sendo descoberto o maior e mais feroz exemplar de lagartos existentes na natureza! Uma verdadeira fera!

Mas não demoraria para que esses Dragões-de-komodo se tornassem uma das milhares de espécies “Vulneráveis” ao redor do planeta, segundo a IUCN (União Internacional Para a Conservação da Natureza).

Muito por conta de uma verdadeira caçada a esses “Crocodilos-da-terra” (o seu outro apelido) empreendida a partir dali, já que tornaram-se animais com valor incalculável no mercado negro do tráfico de animais silvestres.

Por sorte, hoje esse gênero é protegido por leis internacionais, devidamente mantido em reservas como o Parque Nacional de Komodo, que tratam de garantir a apreciação desses e de outros animais pelas gerações futuras.

Mas a história dos Dragões-de-komodo confunde-se com uma série de mitos e invencionices a seu respeito.

E o que consta é que essa sua história (ao menos para os ocidentais) começa lá pelos idos de 1900, quando houve um verdadeiro frissom acerca da possível existência de imensos “crocodilos-terrestres” que seriam uma espécie de “elo perdido” entre outras espécies quase míticas da natureza selvagem.

E o resultado disso foi uma verdadeira mobilização de equipes de cientistas em busca do famoso “dinossauro” perdido entre nós; e que, finalmente, poderia contribuir com respostas acerca de eventos que marcaram a extinção dos dinossauros.

O Membro Mais Ilustre Da Ordem Squamata

Uma comunidade que abriga nada mais nada menos do que mais de 10.000 espécies possui a sua “celebridade”. A família que abriga singularidades como o “Lagarto-voador” (o Draco spilonotus), as salamandras e as mais extravagantes espécies de cobras e serpentes.

Além das nossas conhecidas Hemidactylus mabouia (as lagartixas-domésticas-tropicais), entre outras espécies tão ou mais extravagantes, não poderia, obviamente, deixar de abrigar um dos exemplares mais cercados por lendas de toda a natureza.

Basta saber, por exemplo, que o Dragão-de-komodo foi a fonte de inspiração para um dos magníficos adversários do lendário “King Kong” no clássico de 1933; uma produção de Merian C. Cooper, Ernest B. Shoedsack, entre outros.

E basta saber, também, que eles são os tipos de lagartos responsáveis por um razoável número de ataques a humanos, especialmente aos que se arriscam no seu habitat natural.

Animais da Ordem Squamata
Animais da Ordem Squamata

E quando se leva em conta a recente descoberta de que os Dragões-de-komodo são venenosos, aí é que torna-se ainda mais curioso descrever todas as singularidades de uma espécie única na natureza – um animal classificado na categoria dos chamados “superpredadores”, como um exemplar clássico da força da natureza selvagem.

Cientistas holandesas do início do séc. XX foram os principais responsáveis por dar-nos um esboço sobre a constituição física e biológica desses animais. Mas também contribuíram, sem saber, para a popularização da caça esportiva dos Dragões-de-komodo em seus habitats naturais.

E esse é um dos motivos pelos quais essa espécie foi enquadrada na posição de “Vulnerável”, de acordo com a Lista Vermelha da IUCN; e com um risco real do seu total desaparecimento caso não sejam preservados da fúria dos caçadores de animais silvestres e do avanço, implacável, do progresso sobre os seus habitats naturais.

Descrição

Tudo o que se sabe sobre as características físicas do Dragão-de-komodo (o Varanus komodoensis, seu nome científico), como podemos perceber nessas fotos, é que esse é um animal único e original na natureza.

Essas espécies de “dinossauros dos tempos modernos” são capazes de atingir até os impressionantes 160 kg de peso e 3 metros de comprimento. Porém o mais comum é que eles sejam encontrados com uma altura entre 2 e 2,6 metros e um peso que se aproxima dos 70 ou 80 kg.

Mas essa é a estrutura dos machos. As fêmeas costumam ser um pouco mais modestas, com indivíduos pesando em média 69 kg e com um comprimento (também na média) de cerca de 2,3m.

A pele desses dragões costuma variar entre o cinza e o amarronzado, além de escamosa e áspera como é típico dessa comunidade de animais; e a sensação, à primeira vista, é a de que estamos de frente para uma espécie de mutação da natureza, onde vão ali misturados os caracteres de uma serpente, de um anfíbio e de um lagarto.

A dieta dos Dragões-de-komodo costuma ser à base de cervídeos, roedores, caprinos, equinos, pequenos primatas, insetos, ovos de pássaros; e até mesmo nós, os seres humanos – nesse caso, quando ousamos invadir o seu território demarcado como é típico entre os “superpredadores” da natureza.

Dragão-de-komodo Com a Boca Aberta
Dragão-de-komodo Com a Boca Aberta

Mas eles também são conhecidos por um especial apreço por carne em decomposição. E essa preferência pode ser percebida de longe, pelo terrível odor característico que pode ser notado ao aproximarmo-nos do território de um desses animais.

Esses dragões também possuem um conjunto composto por cinco garras poderosíssimas em todas as suas patas; e uma “arma secreta” formidável: Um grupo de bactérias altamente perigosas instaladas no interior das suas bocas – e com a ajuda das quais eles conseguem abater a maioria das suas vítimas.

E essa estratégia de caça também é muito simples: Uma mordida violentíssima, a espera calma e silenciosa até que a vítima morra aos poucos por infecção generalizada; e para que, ao final, possam atacá-las sem o inconveniente de uma luta que, para eles, poderia representar um esforço a mais nessa dura luta pela sobrevivência.

Fotos, Imagens E Tudo O Mais Sobre as Características Físicas E Biológicas Do Dragão-De-Komodo

Como dissemos, o Varanus komodoensis é o exemplar clássico de um “superpredador”. E com relação às características reprodutivas desse animal, os registros científicos dão conta de que é no início da primavera que ocorre a cópula.

Varanus Komodoensis
Varanus Komodoensis

Dessa cópula geralmente resulta um período de gravidez de algumas semanas e na postura de cerca de 20 ou 25 ovos, que serão incubados por mais de 6 ou 7 meses, para dar à luz a filhotes com não mais do que 25 cm de comprimento e prontos para viverem até os 50 anos de idade – caso consigam sobreviver a essa arriscada e desafiadora luta pela sobrevivência.

Uma outra curiosidade acerca desses Dragões-de-komodo está relacionada ao fato de eles serem quase totalmente dependentes do olfato e da audição durante toda a vida.

Eles simplesmente não podem contar com a visão para quase nada! E é por meio desses outros dois sentidos que eles conseguem identificar uma boa presa (ou algum perigo) a quilômetros de distância; como apenas uma das incontáveis singularidades desses animais.

Na verdade o que se diz é que aquela sua língua constantemente exposta também é capaz de captar, tanto o gosto quanto o cheiro à sua volta; e essa habilidade ainda é incrementada por toda uma postura física bastante característica, que os ajuda a identificar um animal que esteja a uma distância superior a 1 km.

Isso sem contar as placas de sensores distribuídas por toda a extensão do seu corpo; em meio às escamas dos lábios, orelhas, pés e demais partes da sua estrutura; sensores que, da mesma, forma os auxiliam a compensar a quase total inutilidade da sua visão – até mesmo para objetos a alguns metros de distância.

A Evolução E Ecologia Desse Gênero

O animal é mesmo uma singularidade! Basta saber, por exemplo, que a sua visão noturna é praticamente zero e sua capacidade auditiva é apenas razoável.

No entanto, dificilmente uma presa consegue escapar desses animais, mesmo quando após ter sido atacada ainda consegue caminhar dezenas de metros, graças a um olfato que nada deixa a desejar ao dos mais formidáveis canídeos da natureza.

Essas e outras habilidade são o resultado de cerca de 40 milhões de anos de evolução, desde que o seu ancestral mais distante surgiu na Ásia, e logo após enveredou-se pelo ambiente não menos excêntrico e original do continente australiano (por volta de 15 milhões de anos).

Dragão de Komodo na Beira da Praia
Dragão de Komodo na Beira da Praia

E de lá seguiu até a atual Indonésia (por volta de 4 milhões de anos) – quando então deu-se o evento da diferenciação entre esses dragões dos seus parentes da Austrália.

O resultado é que constituiu-se um gênero mais afeito ao ambiente úmido, quente e subtropical desse trecho do Sudeste Asiático; bastante afeito, também, às áreas abertas, pastos abundantes, prados, estepes e, obviamente, ao ambiente rico e vigoroso das florestas tropicais da Ásia.

Bastante habilidosos (quando jovens) em escalar árvores medianas, mais facilmente encontrados durante o dia (com algumas discretas incursões à noite) e com hábitos solitários (em grupos apenas durante a fase de acasalamento ou para a caça de alimentos).

Isso sem contar a sua desenvoltura a até 4 ou 5 metros de profundidade dentro d’água, em mergulhos vigorosos para um bom refresco.

Até que, ao avistar alguma presa, seja capaz de disparar a uma velocidade de 20 km horas; o que é suficiente para que também possam manter invasores a uma distância bastante confortável.

Dieta e Comportamento Dos Dragões-De-Komodo

Os Dragões-de-komodo são caçadores natos. E para alcançar os seus objetivos eles poderão até mesmo manter-se sobre as patas traseiras, ainda utilizando a cauda como apoio, a fim de que possam conter aquelas presas que tentam escapar das suas garras.

Eles também são hábeis caçadores; e boa parte dessa habilidade eles agradecem às suas garras, bastante afiadas e resistentes, com as quais cavam buracos que fazem as vezes de tocas onde costumam descansar cômoda e sossegadamente.

Dragão de Komodo se Alimentando
Dragão de Komodo se Alimentando

O período diurno é a hora do dia que eles mais apreciam para a caça das suas refeições diárias; mas desde que as temperaturas não estejam assim tão elevadas; pois aí então o que eles irão preferir mesmo é esticar um pouco mais por algumas horas, geralmente nessas escavações ou buracos previamente demarcados com as suas urinas e fezes.

E quando, finalmente, a disposição para a caça volta, é melhor sair da frente! Pois o que teremos aqui é uma verdadeira fera pronta para saciar a fome seja lá como for!

Não importa se o mais próximo deles será um porco-do-mato sozinho ou distraído, um cervídeo indefeso e desgarrado do rebanho, ou mesmo outros lagartos, um filhote de Babyrousa celebensis, um pequeno “Serau-chinê” desavisado, um ágil e esperto “gibão-de-mãos-pretas”.

Não importa!

O certo é que eles irão atacar; e pode ser que a primeira investida seja para uma boa mordida, a fim de inocular no animal um veneno poderosíssimo.

Uma toxina que fará com ele morra aos poucos, lenta e dolorosamente; para que assim os dragões possam se aproximar e garantir, mais uma vez, a sobrevivência nesse original e cada vez mais surpreendente universo da fauna do continente asiático.

Os Hábitos De Um Gênero Bastante Original

E na hora de saciar a fome eles não fazem qualquer cerimônia. Uma mordida bem forte no pescoço é secundada por outra na língua – que costuma ser devorada primeiro.

Logo após, eles passam a conter a vítima indefesa com as suas duas patas dianteiras, com um conjunto de garras que funcionam como ganchos capazes de conter até o dobro do seu peso.

As mandíbulas dos Dragões-de-komodo não são muito articuladas, o crânio é um tanto quanto rígido; no entanto, eles possuem um estômago capaz de distender-se de forma a abrigar quantidades generosas de carne sem que sequer tenham que se preocupar com descanso.

Na verdade o que se diz é que um Dragão-de-komodo adulto é capaz de ingerir até 80% do seu peso corporal de uma só vez; só precisando mesmo de uma boa caminhada após o banquete, a fim de contribuir com um processo digestivo que, como dissemos, é extremamente lento e complexo.

Para que se tenha uma ideia de como ocorrem esses processos nos Dragões-de-komodo – e como é lento o metabolismo desses animais –, descobriu-se que eles são capazes de passar semanas sem um bom banquete; e não mais do que 10 ou 12 refeições anuais podem ser tudo de que eles precisam para manterem-se fortes e exuberantes como os conhecemos.

Mandíbulas Dos Dragões-De-Komodo
Mandíbulas Dos Dragões-De-Komodo

Não sendo demais lembrar que, até nesses momentos, uma rigorosa hierarquia deverá ser respeitada entre esses dragões!

Por isso mesmo é comum observar como, curiosamente, um deles faz todo o “serviço sujo” na hora de caçar uma boa presa, mas acaba tendo que deixar a sua refeição logo que percebe a aproximação daquele que é considerado o “macho dominante” naquele território; como mais uma entre as incontáveis curiosidades acerca desse universo do gênero Varanus.

Além De Fotos, Imagens E Características, Tudo Sobre a Reprodução Dos Dragões-De-Komodo

Os processos reprodutivos dos Dragões-de-komodo não são suficientemente relatados. O que se tem de registro é que, todo ano, entre maio e julho, eles entram em suas respectivas fases reprodutivas, e, dessa união, a fêmea põe cerca de 20 ovos por volta do mês de setembro.

Mas antes, bem antes disso, os machos terão que lutar pela posse das fêmeas, como já é de se esperar nesse universo selvagem. E essa luta se dará da forma como é comum e nem um pouco surpreendente nesse curioso e extravagante Reino Animal.

Ao perceber nos arredores uma fêmea no cio, um dos machos logo irá perceber, também, a presença de outro macho, com o qual terá que lutar em uma verdadeira “dança” pela perpetuação da espécie; com ambos se colocando imediatamente sobre as patas posteriores e utilizando-se da força das suas garras e das presas para subjugar o seu oponente.

Até que o derrotado, como um complemento à sua subjugação, permaneça deitado, em sinal de submissão; e assim ao vencedor seja concedido o direito à posse da fêmea – mas não sem antes, como um complemento a todo esse curioso processo, ter que convencê-la de que é, verdadeiramente, o “macho mais forte”.

E sobre esse “convencimento”, o que sabemos é que ele deverá ser feito sob arranhões, ataques e dentadas furiosíssimas por parte da fêmea; que serão como “gestos de carinho”; como uma comprovação de que o seu desejo por ela realmente resiste a tudo.

Mas o mais comum é que o macho se veja praticamente obrigado a contê-la de forma tão ou mais vigorosa; roçando partes do seu corpo e devolvendo-lhe os “gestos de carinho” na forma de outros arranhões e mordeduras.

Até que, finalmente, ela ceda! E aí então mais um pequeno e original Dragão-de-komodo seja preparado para estrear no ambiente rústico e selvagem das reservas ambientais da Indonésia.

Um Período Bastante Singular

Entre abril e maio os ovos com os Dragões-de-komodo já estarão prontos para eclodir, e enfim trazer à vida os pequenos filhotes, que ainda terão que enfrentar um doloroso processo de ruptura da casca, além de uma fase inicial onde serão totalmente frágeis, indefesos e expostos ao desafio de sobreviverem ao assédio dos seus principais predadores durante essa fase.

Ovos de Dragões-De-Komodo
Ovos de Dragões-De-Komodo

E sobre esses predadores, os relatos são os de que, após todo esse processo de saída da casca (na qual ainda deverão permanecer por algumas horas), esses pequenos Dragões-de-komodo deverão ser protegidos pelo casal no ninho adquirido – geralmente no topo de árvores medianas.

Isso é importante, pois, como dissemos, durante essa fase, eles tornam-se presas fáceis de diversas espécies de raposas, cães selvagens, porcos-do-mato; e até mesmo dos nativos indonésios, que fazem desses filhotes uma parte importante das suas dietas – como outra curiosidade desse trecho do planeta.

Há também suspeitas de canibalismo entre os indivíduos desse gênero Varanus. E tudo o mais que se sabe sobre os processos reprodutivos desses Dragões-de-komodo, é que, por volta dos 3 ou 4 anos, eles entram nas suas respectivas fases reprodutivas. E neles deverão reproduzir os mesmos rituais de luta pela sobrevivência e pela perpetuação da espécie.

E caso resistam, serão capazes de viver por até impressionantes 50 ou 60 anos de idade (ou mais que isso em cativeiro). Como uma das comunidades mais excêntricas e incomuns desse fascinante universo da fauna do continente asiático.

Algumas Das Principais Curiosidades Sobre Os Dragões-De-Komodo

Obviamente, uma espécie que é a própria expressão de uma singularidade, não poderia deixar de estar cercada por uma série de curiosidades, alguns mitos, outras invencionices, e muita, muitas lenda sobre o seu papel ecológico dentro dos ecossistemas desse incomum território da Indonésia.

Uma delas pode ser exemplificada numa descoberta feita pelos cientistas da Universidade de Melbourne, na Austrália, sob o comando do professor Bryan Fry.

O que esses investigadores descobriram foi que, diferentemente do que se imaginava até então, não é um grupo de bactérias localizadas na boca desses animais o principal responsável pelos danos resultantes da sua mordida.

Na verdade a grande responsável é uma poderosa toxina (uma peçonha) localizada em algumas glândulas ligadas aos seus dentes, que possui uma ação anticoagulante, paralisante dos músculos, além de aumentar a pressão sanguínea.

Por isso, o resultado mais comum de um ataque dos Dragões-de-komodo é a morte do infeliz, de forma lenta e gradual, até que se torne uma presa fácil para um devastador conjunto de dentes – que é capaz de realizar um estrago não igualado por nenhuma outra espécie dentro dessa comunidade squamata.

Mas o pior é que, além dessa peçonha recentemente descoberta, os Dragões-de-komodo ainda possuem, sim, uma terrível colônia de bactérias na boca. São quase 30 tipos diferentes (Gram-positivas e Gram-negativas), que foram detectadas na saliva desses animais.

E essas bactérias não são menos letais que o seu veneno, já que, após uma mordida, elas são capazes de invadir a corrente sanguínea da vítima (septicemia), e com isso fazer com que ocorra um evento curiosíssimo:

A presa poderá sobreviver por até semanas, enquanto esses dragões irão simplesmente esperar que isso aconteça; calma e sossegadamente; conhecedores que são dessa sua “arma secreta” incomparável dentro dessa comunidade.

Ultrapassado esse período de espera, um faro poderosíssimo irá entrar em ação e identificar a vítima a quilômetros de distância do ataque; de forma que dificilmente um Dragão-de-komodo vê a sua investida não produzir os resultados esperados.

Dragão-de-komodo Devorando um Macaco Inteiro
Dragão-de-komodo Devorando um Macaco Inteiro

Suspeita-se que um grupo de bactérias pertencentes à comunidade Pasteurella seja o mais letal dentre todos; o que vem fazendo com que o seu estudo abra espaço para uma série de possibilidades, inclusive para a produção de vacinas e outros avanços na área da medicina.

Uma Espécie Cheia De Singularidades

Apesar de vigorosa, a mordida de um Dragão-de-komodo em humanos não costuma ser letal. Isso porque a administração de antibióticos e anti-inflamatórios em um curto espaço de tempo geralmente é suficiente para debelar o mal; e por isso mesmo não são tão comuns as mortes de humanos em consequência de um ataque desses animais.

Mas você está enganado se pensa que essa é a única e mais impressionante curiosidade acerca desses Dragões-de-komodo – longe disso!

Há cerca de 15 anos um grupo de cientistas deparou-se com um quadro dos mais originais na natureza: Uma fêmea do Dragão-de-komodo, mesmo longe de qualquer outro macho por cerca de 24 meses, foi capaz de dar à luz de forma totalmente natural a mais de 1 dúzia de filhotes completamente saudáveis.

As suspeitas iniciais recaíram sobre a possibilidade de “superfecundação”, que é quando a fêmea consegue preservar uma quantidade de esperma em seu interior, como o resultado de um eventual contato com um macho.

No entanto, no dia 20 de dezembro de 2006, na Inglaterra, uma fêmea criada em cativeiro na cidade de Chester, na fronteira com o País de Gales, também deu à luz de forma “espontânea” a cerca de 11 ovos; e também sem que ela houvesse tido qualquer contato com um macho.

Obviamente, as suspeitas iniciais dessa vez recaíram sobre algum macho esperto o bastante para se aproximar da sua pretendente de forma insidiosa e sorrateira.

Dragão-de-Komodo Saindo do Ovo
Dragão-de-Komodo Saindo do Ovo

No entanto, testes genéticos realizados por cientistas da Universidade de Liverpool também concluíram que nenhum contato existiu entre a fêmea e um macho.

E essa conclusão fez com que a tal superfecundação fosse descartada, e finalmente descobrissem que a partenogênese (autofecundação) é que estava por trás de tal fenômeno; como mais uma ferramenta à disposição dos Dragões-de-komodo nas suas respectivas lutas pela perpetuação da espécie no Reino Animal.

A Originalidade Dos Dragões-De-Komodo

Diferentemente do que se possa imaginar, ataques de Dragões-de-komodo a humanos não são assim tão comuns. Em não mais do que 4 décadas apenas 24 ataques desses animais foram registrados por pesquisadores ligados ao Parque Nacional de Komodo.

E todos eles foram relacionados com a invasão de nativos ao habitat natural desses animais – e esse ataque, como já alertamos, pode ser fatal, até mesmo para os humanos, a depender da precariedade das condições em que vivam.

Porém, apesar de não terem nos humanos iguarias que sejam assim tão apreciadas, uma curiosidade acerca dessa relação diz respeito ao singular hábito desses dragões de escavar covas humanas em busca de alimento.

E para se ter uma ideia de quão inconveniente já chegou a ser esse costume (especialmente em épocas de escassez das suas presas favoritas), as populações de algumas regiões da Indonésia já tiveram que recorrer ao hábito de só enterrarem os seus mortos em terrenos argilosos.

Pois esses corpos não podem, em hipótese alguma, ser enterrados em covas rasas ou em terrenos arenosos; e o ideal é ainda incrementar essas covas com pedras e rochas sobre o terreno, como forma de garantir o sossego e a paz requeridos pelos seus parentes, que se veem às voltas com um assédio difícil de se esquivar.

Dragões-De-Komodo Com a Língua de Fora
Dragões-De-Komodo Com a Língua de Fora

Outra curiosidade acerca desses Dragões-de-komodo diz respeito ao fato de eles serem uma daquelas espécies que não possuem diafragmas.

E essa particularidade resulta em dificuldades para ingerir líquidos, produzir os movimentos normais de respiração, entre outras necessidades de uma espécie abundante quando o assunto são curiosidades que envolvem as características físicas, genéticas e biológicas dos animais na natureza.

Tudo Sobre a Conservação Dos Dragões-De-Komodo

O Varanus komodoensis (o Dragão-de-komodo) está listado como “Vulnerável” pela IUCN (União Internacional Para a Conservação da Natureza).

São cerca de 4 mil animais que ajudam a compor a paisagem de alguns dos territórios mais exóticos do planeta, como a ilha Flores, emoldurada pelo vulcão Meja, com uma singular herança portuguesa em uma região semidesértica, que quase não recebe turistas, e por isso mesmo é cercada por mitos e lendas acerca da sua geografia.

Outros santuários desses dragões são as ilhas de Rinca, Komodo, Gili Motang, Gili Dasami e Padar; algumas delas pertencentes ao importante Parque Nacional de Komodo.

Mas agora todos esses paraísos lutam também contra um problema que pode ser crucial para a sobrevivência desse gênero Varanus para as gerações futuras: a pouca quantidade de fêmeas (não mais do que 3 ou 4 centenas), que precisam ser mantidas para o bem do futuro dessa comunidade.

E uma outra curiosidade sobre os riscos de extinção dos quais esses animais vêm sendo alvos diz respeito àquilo que sempre foi uma das principais ameaças à existências desses animais: os eventos naturais.

Sim, curiosamente – e até como uma reminiscência do passado ancestral desses dragões – , uma das principais ameaças às suas sobrevivências são os desastres naturais (qualquer semelhança com os dinossauros não é mera coincidência), em especial os terremotos e as erupções vulcânicas, que tratam de realizar uma verdadeira matança, lenta e progressiva, desses animais em boa parte do território indonésio.

Completam algumas das principais ameaças às suas sobrevivências, a perda dos seus habitats naturais para a agricultura, pecuária e o extrativismo; a caça ilegal de animais silvestres; a diminuição das suas presas favoritas; entre outros eventos não menos dramáticos.

Eventos que fizeram, inclusive, com que a Convenção Sobre o Comércio Internacional das Espécies da Fauna e da Flora Selvagem Ameaçadas de Extinção (CITIES) tornasse a caça ou o comércio da pele desses animais crimes sujeitos a multa e prisão por até 5 anos.

As Controvérsias E Particularidades Da Conservação Desses Animais

Atualmente, como forma de incrementar, ainda mais, esse processo de preservação dos Dragões-de-komodo para as gerações futuras, estuda-se até mesmo a possibilidade de reintroduzi-los no continente australiano.

Essa seria uma forma de compensar esse território da extinção do seu lendário Varanus priscus, ou “Megalania”, que teria sido extinto há cerca de 40.000 anos, provavelmente em uma grande leva de animais da megafauna do continente.

Mas essa é uma iniciativa, como não poderia ser diferente, cercada de polêmicas, principalmente quanto ao risco (que ainda não pode ser descartado) da convivência muito próxima desses animais com os humanos – uma convivência marcada por alguns casos bastante dramáticos de ataques.

E como uma curiosidade acerca desses ataques, sabe-se que muitos deles foram cometidos como o resultado da proibição de alguns rituais, nos quais animais da região são oferecidos a esses dragões como forma de reverência – por os considerarem entes ligados aos seus ancestrais.

Mas o problema é que esse hábito (tão radicalmente suspenso) fez com que esses dragões se tornassem dependentes desse tipo de oferta; e o resultado foram alguns eventos de ataques a humanos – como a forma encontrada para suprir a falta do banquete costumeiro.

Outra curiosidade acerca da conservação dos Dragões-de-komodo diz respeito à dificuldade de mantê-los de forma adequada em zoológicos, muito por causa da facilidade com que são vítimas de doenças e de uma série de transtornos comuns em animais silvestres retirados dos seus habitats naturais.

O que os cientistas descobriram foi que até mesmo a reprodução desse animal em um ambiente que não seja o selvagem costuma ser comprometida; porém esses pesquisadores ainda não possuem dados suficientes sobre o porquê de tal fenômeno – que talvez diga respeito a fatores ligados aos seus ecossistemas de origem.

Os Dragões-De-Komodo Em Cativeiro

Dragões-De-Komodo Em Cativeiro
Dragões-De-Komodo Em Cativeiro

A primeira menção que se tem notícia sobre a criação desses Dragões-de-komodo no ambiente de um zoológico remete a meados dos anos 30, quando o Smithsonian National Zoological Park (O “National zoo”), localizado em Washigton D.C., Estados Unidos, exibiu pela primeira vez uma espécie em cativeiro.

No entanto, ao que tudo indica, esse que deveria ser um evento histórico tornou-se uma grande frustração, pois o animal não sobreviveu mais do que 2 anos no local, por motivos ainda envoltos em uma série de controvérsias.

Mas tal evento foi devidamente documentado no The Behavioral Ecology of the Komodo Monitor, obra do cientista e biólogo americano Walter Auffenberg, que trata do comportamento ecológico dos Dragões-de-komodo, além de outras investigações acerca da sua bagagem genética e biológica.

E tudo o mais que possa ser dito sobre esses Dragões-de-komodo (com relação às características da sua conservação), dizem respeito, por exemplo, à facilidade com que esses animais, por mais curioso que possa parecer, se adaptam à convivência com humanos.

Não é incomum que esses dragões, criados em zoológico, sejam expostos à visitação sem qualquer tipo de proteção entre estes e os animais; sendo necessário apenas certificar-se de que esse é verdadeiramente um hábito já incorporado às características daquele ambiente.

E o mais curioso é que, nesses mesmos zoológicos, existem vários relatos de Dragões-de-komodo supostamente em atividades lúdicas, participando de certas práticas de adestração; iniciados em jogos com bolas, instrumentos e outros objetos com os quais eles executam movimentos típicos de crianças, em um agradável e sossegado momento de distração.

Dragões-De-Komodo no Colo de um Homem
Dragões-De-Komodo no Colo de um Homem

Chega a ser divertido observar como essas verdadeiras feras da natureza, capazes de fazer de tudo o que se mova uma iguaria bastante atraente, distraem-se em um vai e vem com bolas, argolas, pinos, discos, entre outros artefatos quase improváveis – e que, por mais incrível que possa parecer, eles não confundem com comida.

Mas, apesar da aparente docilidade, os tratadores dos animais não se cansam de afirmar que eles são, sim, animais selvagens; e por isso mesmo capazes de apresentar uma mudança de humor inesperada – e pelas razões mais variadas!

Como no caso do ataque, em 2001, ao editor executivo de um importante periódico da cidade de San Francisco, Estados Unidos, por um Dragão-de-komodo habitante do Zoológico de Los Angeles.

De acordo com os criadores do animal, as características dos pés do editor, Phil Brostein, parecem ter causado uma reação ainda não devidamente compreendida por eles; e por isso mesmo foram as vítimas preferenciais do animal, que presenteou o visitante com uma delicada cirurgia de recuperação dos tendões, além de uma experiência da qual ele jamais irá esquecer.

A Luta Contra a Caça Ilegal De Animais Exóticos

E de tudo o mais que possamos tratar acerca dos Dragões-de-komodo, à parte as suas caraterísticas físicas, genéticas, biológicas, entre outras singularidades que infelizmente não podemos observar nessas fotos, insistimos no fato de que estamos falando aqui de uma verdadeira exuberância da natureza!

O animal é uma espécie de “elo perdido” dos antigos dinossauros que dominaram o nosso planeta há pelo menos 65 milhões de anos.

E são apenas 4.000 ou 5.000 indivíduos que encantam os turistas pela singularidade das suas formas; algo como uma mistura de lagarto, serpente e anfíbio; habitantes exóticos do não menos exótico ambiente do Parque Nacional de Komodo, na Indonésia; uma espécie de santuário classificado como Patrimônio Mundial da Unesco e uma das “joias” do continente asiático.

O problema é que até mesmo esse santuário, supostamente impenetrável à ação de contrabandistas, passou a ser alvo de uma rede de traficantes de animais silvestres, responsáveis pela venda de dezenas desses animais por meio das redes sociais.

Por esse motivo, o governo indonésio decidiu optar por um recurso extremo: interditar para a visitação pública (até o início de 2020) o território da Ilha de Komodo (um dos lares desses animais na Indonésia), após uma equipe de policiais ter prendido 5 indivíduos com cerca de 40 Dragões-de-komodo já prontos para serem comercializados.

De acordo com a polícia, esses animais eram vendidos por cerca de US$ 34 mil dólares cada, para compradores de praticamente todo o mundo, em uma das maiores apreensões já realizadas desse animal no território da ilha.

Fontes:

https://www.infoescola.com/repteis/dragao-de-komodo/

https://pt.wikipedia.org/wiki/Drag%C3%A3o-de-komodo

https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/Biologia/noticia/2019/09/dragao-de-komodo-tem-armadura-de-ossos-minusculos-sob-pele-mostra-estudo.html

https://www.oeco.org.br/blogs/salada-verde/contrabando-de-dragoes-pode-fechar-visitacao-na-ilha-de-komodo/

https://super.abril.com.br/mundo-estranho/indonesia-suspende-visitas-em-ilha-apos-casos-de-roubo-de-dragoes-de-komodo/

https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2009/05/090519_komodovitola

http://agencia.fapesp.br/dragao-de-komodo-tem-veneno/10512/

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