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Espécies de Bicho Preguiça: Lista com Tipos- Nomes e Fotos

Os bichos preguiça são mamíferos pertencentes à ordem taxonômica Pilosa, a qual inclui espécies endêmicas das Américas, tais como o tamanduá. Os bichos preguiça, mais especificamente, possuem espécies distribuídas em 2 gêneros: Choloepus e Bradypus; os quais estão inclusos em duas famílias: Megalonychidae e Bradypodidae, respectivamente. Também há registros de outros gêneros e famílias, contudo, estes se referem a espécies já extintas.

Independentemente do gênero, todos esses indivíduos são conhecidos por seus dedos com garras longas, através dos quais se penduram nos galhos das árvores com o dorso voltado para baixo. O nome do animal faz alusão ao metabolismo extremamente lento que possui, o qual também colabora para a movimentação lenta do corpo.

Quando as preguiças estão dormindo, até mesmo a respiração se torna preguiçosa, pois alcança a média de 13 respirações por minuto.

O corpo é curto, os membros são compridos e a cauda curta e grossa. Como passam quase o tempo todo de cabeça para baixo, os pêlos tendem a crescem do ventre em direção ao dorso (direção considerada oposta a dos demais mamíferos). Esses pêlos podem apresentar coloração cinza com traços finos em cor branca; ou marrom-ferrugem; em alguns casos também há manchas claras ou negras. A presença de algas no corpo por vezes confere à pelagem uma aparência esverdeada.

Espécies do gênero Bradypus em particular possuem mais vértebras cervicais do que os demais mamíferos. Ao todo, são 8 a 9 vértebras (diferentemente da quantidade padrão de 7). Esse pequeno adicional possibilita a vantagem de poder girar a cabeça em 270 °.

Estes animais possuem hábitos, de certa forma solitários. Utilizam as garras e a capacidade de camuflagem como ferramentas de defesa. São herbívoros restritos, logo muito difíceis de serem criados em cativeiro, por outro lado demandam uma pequena quantidade de água para sobrevivência, uma vez que podem extrair esse elemento de frutos, folhas e raízes.

Em relação aos hábitos, a preguiça dorme aproximadamente 14 horas por dia, e, é claro, fica pendurada nas árvores durante o sono. Na verdade, a maioria das atividades são realizadas na copa das árvores, já que raramente desce ao chão, a exceção fica por conta das necessidades fisiológicas (realizadas a cada sete dias). A cópula também ocorre na copa das árvores. Cada gravidez dá origem a uma única cria, e possui 11 meses de duração.

O bicho preguiça prefere copas de árvores que sejam volumosas, densas e com bastante quantidade de cipós.

Possui expectativa de vida estimada entre 30 a 40 anos.

Neste artigo, você conhecerá um pouco mais sobre esses mamíferos, dando destaque à descrição de algumas das espécies pertencentes a esta ordem taxonômica.

Bicho Preguiça: Classificação Taxonômica

A classificação científica para as preguiças obedece à seguinte estruturação:

Reino: Animalia;

Filo: Chordata;

Classe: Mammalia;

Superordem: Xernarthra;

Ordem: Pilosa;

Subordem: Folivora.

Ordem Taxonômica Pilosa

Esta ordem inclui as preguiças e tamanduás, espécies as quais já foram classificadas como pertencentes à ordem taxonômica Cingulata (a mesma dos tatus), porém forma reagrupados em razão de análises moleculares que esboçaram um novo arranjo polifilético.

As características do bicho preguiça já foram e serão descritas com mais detalhes no decorrer deste artigo, dessa forma, também é importante comentar sobre as características dos tamanduás, os quais, compreendem crânio alongado (chegando a 30 centímetros de comprimento); comprimento corporal entre 1,8 e 2,1 metros e peso de 41 quilos.

Tamanduá Com o Filhote
Tamanduá Com o Filhote

O focinho longo dos tamanduás é de longe a su característica mais marcante. A alimentação consiste de formigas e cupins. O olfato é apuradíssimo, sendo considerado até 40 vezes mais apurado do que o olfato dos seres humanos. Os pêlos são longos e, nas costas, há uma formação quase que em formato de crina. O crânio possui formato tubular. A língua possui a ponta arredondada e pode chegar a até 60 centímetros de comprimento. Durante a alimentação, o movimento de protusão da língua pode ocorrer até 160 vezes por minuto. A ingestão conjunta de porções de terra e areia curiosamente facilitam o processo de digestão. A contração da língua, sem perda dos insetos coletados, é realizada graças à presença do músculo bucinador.

Bicho Preguiça: Status de Conservação

Em termos gerais, o principal predador destes mamíferos é a onça-pintada, contudo, na prática, este cargo é ocupado pelo ser humano.

A preguiça ainda é caçada ilegalmente para fins de criação em cativeiro, uso da carne ou pele.

Por vezes, o desmatamento e as queimadas desapropriam esses mamíferos de seus territórios naturais, facilitando que sejam caçados em locais de certa forma incomuns, como a beira de estrada (tal como será reforçado adiante).

Apesar da preocupação, necessária e sensata, as espécies não figuram em situação de ameaça pela IUCN (União Internacional Pela Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais). A preguiça de coleira é a única espécie, até então classificada como vulnerável por esta instituição.

Bicho Preguiça: Quais as Restrições da Dieta? O que Significa Herbívoro Restrito?

Mesmo sendo considerados herbívoros, os bichos-preguiça só se alimentam de folhas novas pertencentes a uma grupo restrito de árvores, dentre as quais estão a tararanga, figueira, embaúba e ingazeira.

Estes animais possuem um estômago com certas semelhanças em relação aos ruminantes, uma vez que detém uma flora bacteriana vasta, que possibilita a digestão de folhas com certo teor tóxico; e, é claro, possui a tradicional divisão em 4 compartimentos.

Outra forma provável, e até mesmo inusitada, de nutrição para esses animais é lambendo as algas que crescem sob seus pêlos.

Embora em algumas literaturas, haja menção de que as preguiças comem folhas, frutos e raízes, os dentes desses animais (os quais possuem formato de pequenas serras) não possuem o revestimento do esmalte, logo são facilmente desgastáveis. A preguiça também não possui os dentes incisivos, elementos extremamente necessários na arcada dentária dos herbívoros, e dessa forma, partem as folhas utilizando os lábios (os quais são bastante duros). Algumas espécies (a exemplo da preguiça comum) possuem somente os dentes molares, logo maceram os alimentos.

A ausência de dentes incisivos classifica estes animais como edentados.

Bicho Preguiça: Distribuição Geográfica das Espécies Mais Famosas

A espécie chamada de ‘preguiça-comum’ pode ser encontrada em todas as florestas do Brasil, assim como em Honduras e no Norte da Argentina.

Da América Central até a América Latina, mais precisamente até São Paulo, é possível encontrar outra espécie endêmica, a qual recebe o nome de preguiça-de-dois-dedos.

Preguiça-De-Dois-Dedos
Preguiça-De-Dois-Dedos

Nas florestas tropicais que se estendem da Nicarágua até o Brasil Central, também está a espécie chamada de preguiça-real.

A faixa que se estende da Nicarágua até a parte central do Brasil é a área na qual a espécie de nome preguiça real é encontrada.

Em países como a Venezuela, Bolívia, Guiana, assim como nas proximidades do rio Orinoco (considerado um dos principais rios da América Latina), a espécie mais famosa é chamada de preguiça de bentinho.

A preguiça de coleira é considerada a espécie mais ameaçada de extinção e é encontrada somente em trechos isolados da Mata Atlântica, mais precisamente entre o Rio de Janeiro e o Sul da Bahia.

Bicho Preguiça: Famílias e Gêneros Extintos

Gêneros Extintos da Família Megalonychidae

Família Megalonychidae
Família Megalonychidae

A família taxonômica Megalonychidae abriga o famoso gênero Choloepus (preguiça de dois dedos), o qual está presente na atualidade e é bastante conhecido. Contudo, esta família também abriga gêneros extintos como o Habanocnus, Acratocnus, Imagocnus, Megalocnus, Neocnus e Megalonyx.

O gênero Habanocnus remonta ao período do Pleistoceno e provavelmente teria vivido em Cuba, assim como o gênero Acratocnus. No caso do Acratocnus, este era um pouco apenas um pouco maior do que o bicho preguiça atual e era considerado terrestre ou semi-arbóreo, logo, não passava longos períodos pendurado nas árvores.

Estima-se que a causa da extinção dos representantes do gênero Acratocnus tenha sido ou a famosa era do gelo, ou a caça predatória pelos seres humanos pré-históricos, ou a competição com outros animais que também tenham sido introduzidos em seu hábitat (tais como os porcos e ratos).

A maioria dos outros gêneros extintos desta família também possuem origem provável em Cuba. Os integrantes do gênero Neocnus seriam semelhantes a uma preguiça típica, contudo, muito menores, apesar de possuírem tronco largo e garras longas, sendo a cauda até mais comprida do que a das preguiças atuais. Também possuíam vértebras caudais largas, característica que era bem comum às preguiças do solo, e até mesmo ao tamanduá atual. A grande teoria do desaparecimento dessas espécies, remonta à caça humana com objetivo de obtenção de sua pele.

Os integrantes do gênero Megalonyx teriam existido a 12.000 anos atrás na América do Sul, mais precisamente durante o período do Pleistoceno. O tamanho dessas espécies era equivalente ao tamanho de um boi. Possuiam garras grandes e fortes e uma língua bastante comprida. Mesmo com a capacidade de entrar em combates corporais com animais como os lobos gigantes e tigres dente de sabre, acredita-se que essas preguiças tenham sido extintas em razão da caça humana.

Em relação ao gênero Megalocnus, ele abrigou a famosa espécie Megalocnus rodens, a qual possuía tamanho semelhança ao tamanho de um urso, cauda muito grossa e garras poderosas. Alimentava-se se raízes, brotos e ramos frescos; contudo, o seu tamanho não possibilitava que vivesse nas árvores.

Gêneros Extintos da Família Megatheriidae

Família Megatheriidae
Família Megatheriidae

Todos os gêneros desta família estão atualmente extintos. Estes gêneros são Eremotherium, Hapalops, Megatherium, Prepotherium e Promegatherium.

O gênero Megatherium ou megatério em português teria vivido a aproximadamente 20 mil anos atrás nas Américas do Norte e do Sul, o que equivale ao período entre o Plioceno ao Pleistoceno. O significado do seu nome era “besta gigante”, isto porque o animal possuía tamanho equivalente ao de um elefante. No entanto, eram criaturas pacíficas, porém dotadas de poder de ataque para defesa, uma vez que a grande quantidade de carne se tornava um grande atrativo para predadores, dentre os quais os principais eram o urso das cavernas, lobos de grande tamanho, marsupiais carnívoros, tigres dente de sabre e até mesmo o homem, ocasionalmente. A espécie, todavia, se alimentava de folhas de arbustos e de árvores, com auxilio da língua comprida. As garras grandes e fortes auxiliavam no manejo dos galhos.

Os integrantes do gênero Eremotherium pesavam aproximadamente 5 toneladas e podiam alcançar até 5 metros de altura, e pesar aproximadamente 5 toneladas. Vestígios destes já foram encontrados por todo o continente americano, contudo a escassez de material não permite que estes sejam classificados como fósseis.

O gênero Hapalops é frequentemente relacionado ao Megatherium, contudo era muito menor, uma vez que só media 1 metro de comprimento. Era encontrado na América Latina, mais precisamente Bolívia, Argentina e Colômbia. Era caracterizado por possuir um corpo robusto, crânio curto e membros longos. Nestes membros, havia garras grandes e curvas.

O gênero Prepotherium teria vivido durante o período do Mioceno. Alguns fósseis foram encontrados na Argentina, mais precisamente em Santa Cruz e nas formações Collón Curá.

No caso do gênero Promegatherium, este teria existido na Argentina no final do Mioceno. Seus integrantes foram descritos pela primeira vez no ano de 1887 pelo biólogo Florentino Ameghino.

Gêneros Extintos da Família Mylodontidae

Novamente, para esta família, todos os gêneros taxonômicos estão extintos. No caso, Glossotherium, Lestodon, Paramylodon, Mylodon, Chubutherium e Scelidotherium.

Scelidotherium
Scelidotherium

Os integrantes do gênero Glossotherium possivelmente pesavam 1.000 quilos e possuíam 4 metros de comprimento. Alguns fósseis já foram encontrados no México e na América do Sul. Algumas das principais espécies incluem o Glossotherium chapadmalense e o Glossotherium robustum.

O gênero Lestodon também teria habitado a América do Sul, uma vez que seus restos fósseis foram encontrados no Paraguai, Uruguai, Brasil, Bolívia, Venezuela e Argentina. Teria vivido durante o Plioceno e o Pleistoceno. A comprimento aproximado era de 4,6 metros e o peso de 2,5 toneladas. Seu crânio era de 2 a 3 vezes maior do que o das espécies atuais de preguiça. Possuía uma mandíbula romba, grande e quadrada, e, dessa forma, adaptada para o consumo de folhagem. De um modo geral, todo o seu esqueleto teria sofrido uma significativa adaptação ao longo de sua história evolutiva. Por exemplo, na extremidade caudal, a cabeça conecta-se ao pescoço quase que como uma alavanca.

O gênero Paramyolodon foi endêmico na América do Norte no período do Plioceno. Seus representantes também podem ser chamados pelo nome preguiça terrestre de Harlan, em homenagem ao paleontologista que descreveu a sua mandíbula inferior no ano de 1835. Possuía média de 3 metros de comprimento e 1.000 a 1.089 quilos. A únca espécie conhecida e descoberta foi a Paramyolodon harlani.

Gênero Paramyolodon
Gênero Paramyolodon

No caso do gênero Mylodon ou Milodonte, este viveu na Patagônia. Sua média de altura era de 3 metros, e de peso 200 quilos. A pelagem era bastante grossa e densa de moda a proteger (tal como uma armadura) a osteoderme presente na sua pele. .

O gênero Scelidotherium também foi endêmico da América do Sul, possuía cabeça alongada (lembrando um pouco o tamanduá). A altura era de 1,1 metros e o peso de 850 quilos. Restos fósseis já foram encontrados no Brasil, Bolíva, Argentina, Panamá, Peru, Equador e Paraguai.

Acredita-se que o gênero Chubutherium teria vivido entre o Oligoceno e Mioceno Médio. No entanto, pouco material foi encontrado sobre este grupamento.

Gêneros Extintos da Família Nothrotheriidae

Esta é uma última família descrita como detendora de gêneros extintos, e, tal como a maioia das famílias acima, também possui todos os seus gêneros extintos. Gêneros que são Nothropus, Mionothropus, Thalassocnus, Nothroterium, Pronothroterium e Nothroteriops.

Thalassocnus
Thalassocnus

Em relação ao gênero Nothropus, este existido no período do Pleistoceno, sendo endêmico na América do Sul. No caso do Mionothropus, este provavelmente habitava a bacia ocidental da Amazônia e o Peru.

O gênero Thalassocnus teria existido entre os períodos do Mioceno e Plioceno, com o diferencial de ser formado por preguiças semiaquáticas, as quais passaram por várias adaptações ao longo dos anos, tais como ossos densos e pesados (de modo a evitar a flutuabilidade), narinas internas que migraram mais para o interior da cabeça (de modo a ajudar a respirar, quando esses animais estivessem completamente submersos), focinho amplo e alongado (para melhor consumir algas aquáticas), e cabeça com inclinação cada vez maior para frente (para ajudar a se alimentar do conteúdo presente no fundos mares).

Nothroterium é um gênero que, assim como muitos, possui restos fósseis encontrados na América do Sul.

O gênero Nothroteriops era formado or preguiças que atingiam um comprimento de 2,75 metros. Seus fósseis já foram encontrados em todo o este da América do Norte, principalmente na porção sudoeste dos Estados Unidos. A espécie mais famosa do gênero foi a Nothoteriops shastensis, também conhecida pelo nome de preguiça terrestre Shasta.

Espécies de Bicho Preguiça: Lista com Tipos- Nomes e Fotos- Preguiça Comum

Esta espécie mede aproximadamente 50 centímetros de comprimento, mas pode chegar a 1 metro em alguns casos. O filhote mama geralmente apenas até o primeiro mês, porém permanece com a mãe até os 5 meses.

Seu nome científico é Bradypus variegatus.

É uma das 4 espécies de preguiça que possuem três dedos. Também pode ser chamada de preguiça de garganta marrom.

Esta espécie é típica da Amazônia e Mata Atlântica. Em razão dos desmatamentos e queimadas, alguns indivíduos são facilmente encontrados em fuga nas proximidades de cidades, fator que os deixa extremamente vulneráveis à caça ilegal.

A maioria dos hábitos é noturna. Durante os períodos de sol a pino, ocorre o descanso, alimentação e digestão.

Possuem uma expectativa de vida estimada em 50 anos. Apesar de não serem consideradas espécies em extinção, ou condições de vulnerabilidade, o seu quantitativo vem apresentando discreta redução.

Espécies de Bicho Preguiça: Lista com Tipos- Nomes e Fotos- Preguiça de Bentinho

A preguiça de bentinho (nome científico Bradypus tridactylus) também pode ser conhecida pelos nomes preguiça do Norte ou preguiça de três dedos.

É encontrada apenas na porção centro norte da América do Sul, em países como a Guiana, Guiana Francesa e Suriname; Brasil e Venezuela.

Aqui no Brasil, pode ser encontrada em alguns estados da região Norte, tais como Amapá, Pará, Amazonas e Roraima. Sendo que alguns indivíduos estão em áreas protegidas como o Parque Estadual do Rio Negro e a Reserva Biológica Adolpho Ducke (ambos no estado do Amazonas); a Reserva Biológica do Rio Trombeta e Floresta Nacional Saracá-Taquera (no Pará); a Floresta Nacional do Amapá e Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque (também no estado do Amápá); a Estação Ecológica de Maracá e Parque Nacional do Viruá (ambos no estado de Roraima).

Possui preferência de hábitat por florestas neotropicais e úmidas, cujas árvores possuam copa densa e volumosa.

O padrão de hábitos é tanto diurno quanto noturno (característica que pode ser descrita como atividade catameral). Contudo, o período noturno ainda é o mais prevalente.

É considerada uma espécie que recebeu certa simpatia em relação à preguiça comum, na área compreendida na margem do Rio Amazonas. O conceito de simpatia em biologia é definido como a divergência genética entre muitas populações que habitam a mesma região geográfica, contribuindo para que as mesmas se tornem espécies diferentes.

Na região mais exata e pontual da simpatia torna-se muito difícil distinguir a preguiça comum da preguiça de bentinho. Contudo a distinção entre as duas espécies ainda é possível graças à ausência de pêlo negro ao redor dos olhos e presença de pêlos em cor amarela na garganta e no rosto (no caso das preguiças de bentinho).

Em relação a características físicas mais específicas, a preguiça de bentinho possui pelagem predominantemente na cor marrom acinzentada. Há uma mancha amarela na testa. Ombros e garganta contam com uma pelagem mais escura. No caso dos filhotes, estes são mais cinzentos do que os adultos.

Ainda em relação à coloração da pelagem, o dimorfismo sexual pode ser notado exatamente nesta característica, uma vez que os machos possuem uma mancha negra e em tom amarelo-alaranjado no dorso do espéculo. Além da coloração, o tamanho também mostra esse dimorfismo. No caso, as fêmeas são maiores do que os machos.

Alguns predadores dessas espécies, em particular, quando estão em vida livre incluem a onça pintada, gato-maracajá, a cobra sucuri e a ave de rapina Harpia.

Em relação a um dos nomes da espécie (no caso preguiça de três dedos), uma curiosidade relevante é que apesar de existirem espécies de preguiças especificamente nomeadas como preguiça de três dedos e preguiça de dois dedos, também existe a classificação do número de dedos de acordo com as famílias taxonômicas. Dessa forma, todas as espécies da família Megalonychidae possuem 2 dedos ou garras; e todas as espécies da família Bradypodidade possuem 3 dedos ou garras.

Espécies de Bicho Preguiça: Lista com Tipos- Nomes e Fotos- Preguiça Real

A preguiça real (nome científico Choloepus didactylus), também pode ser conhecida como unau. Possui comprimento de até 85 centímetros, e peso estimado entre seis a nove quilos.

A cor da pelagem é marrom-acinzentada, porém pode aparentar ser um pouco esverdeada de acordo com a luz. Essa coloração esverdeada também é decorrente da relação de simbiose que mantém com uma alga, relação esta que auxilia a preguiça na camuflagem contra predadores.

A maioria das suas atividades ocorre durante a penumbra e as horas noturnas. Esta espécie, em particular, possui grande habilidade para o nado.

A maturidade sexual já é alcançada ao completar 1 ano de idade. O acasalamento pode ocorrer em qualquer período. A gestação tem duração de 9 meses (lembrando que, apesar do valor de média anunciado na introdução do artigo, a duração varia de acordo com a espécie). O filhote nasce pesando aproximadamente 400 gramas. Esse filhote já recebe o desmame entre 2 a 3 meses de vida, no entanto, permanece entre os 9 a 10 meses agarrado à barriga da mãe.

A expectativa de vida para esta espécie excede os 30 anos.

Em relação à distribuição geográfica, a preguiça real pode ser encontrada no Norte da América Latina, mais precisamente da Colômbia e Peru até o norte do Brasil. Esta espécie é encontrada com bastante frequência na floresta tropical úmida da Bacia Amazônica.

Espécies de Bicho Preguiça: Lista com Tipos- Nomes e Fotos- Preguiça de Coleira

Esta espécie (cujo nome científico é Bradypus torquatus), também pode ser chamada pelos nomes aipixuna, aí-igapó ou preguiça preta.

Possui entre 45 a 75 centímetros de comprimento, sendo que apenas a cauda mede 5 centímetros. O peso oscila entre 4 a 10 quilos.

Os pêlos do corpo possuem uma coloração marrom-acinzentada e ao redor do pescoço há uma grande mancha de cor preta (característica responsável pelo nome da espécie). Essa mancha negra costuma se mais densa no meio do dorso e também mais longa nos machos.

No caso dos filhotes e preguiças mais jovens, a coloração da pelagem pode variar entre tons de branco a marrom-claro.

Assim como outras espécies, a preguiça de coleira possui pouca massa muscular em comparação ao seu tamanho. Tal característica possibilita que a mesma se pendure em galhos finos.

O crânio desta preguiça é bastante peculiar, uma vez que possui um longo bico mandibular pré dental. Os dentes são comprimidos no sentido antero-posterior. Em relação a outras estruturas ósseas, os seios pterigoides são inflados, ao passo que, as falanges peterigóides são alongadas.

A espécie possui certo estilo de vida solitário.

É endêmica do Brasil e encontrada no único bioma da Mata Atlântica, envolvendo estados como o Espírito Santo, Bahia, Sergipe e Rio de Janeiro, com probabilidade de também inclui o extremo nordeste de Minas Gerais.

É classificada como uma espécie vulnerável, sendo que o desmatamento (para produção de carvão vegetal, projetos agrícolas e criação de áreas para pastagem de gado) possui uma grande participação nesse processo.

Espécies de Bicho Preguiça: Lista com Tipos- Nomes e Fotos- Preguiça de Hoffman

A preguiça de Hoffman (nome científico  Choloepus hoffmanni) é uma das espécies inclusas no gênero das preguiças de dois dedos. Possui um comprimento estimado entre 55 a 70 centímetros, assim como um peso que pode oscilar dos 4 aos 8 quilos.

Apresenta a camada de pêlos e uma camada densa de subpêlos. A coloração da pelagem na parte superior variam do castanho-claro ao castanho médio. Nesta parte superior, os pêlos também costumam ser mais longos e mais grossos.

Assim como as demais espécies de preguiça, a preguiça de Hoffman também mantém uma relação simbiótica com algas, logo, dependendo da luz, a pelagem pode manifestar certa tonalidade esverdeada.

As fêmeas usualmente atingem a maturidade sexual entre os 3 a 5 anos de idade. Geralmente os machos demoram mais dois anos após esse período.

A gestação dura entre 9 a 10 meses e resulta em um filhote pesando de 350 a 400 gramas.

A expectativa de vida é de 30 anos, podendo se estender até os 40 quando a criação ocorre em cativeiro.

Em relação à distribuição geográfica desta espécie, a preguiça de hoffmann é endêmica na área central, assim como no extremo oeste da América do Sul (envolvendo Nicaráguas, Honduras, o oeste da Colômbia e o Noroeste do Equador) se estendendo até o oeste dos Andes; por outro lado, a espécie também pode ser encontrada na Bolívia, Peru e extremo oeste do Brasil. A região norte do Mato Grosso também representa outra área na qual essa preguiça já foi encontrada.

Seu hábitat natural pode envolver tanto florestas úmidas quanto florestas de montanha (com altitude de até 3.000 metros).

Espécies de Bicho Preguiça: Lista com Tipos- Nomes e Fotos- Gênero Choloepus: Preguiça de Dois Dedos

Este gênero é considerado o único ainda existente pertencente à família taxonômica Megalonychidae. Neste gênero, há várias espécies extintas, no entanto, algumas delas ainda existem e figuram entre as mais famosas do mundo, como é o caso da preguiça real (nome científico Choloepus didactylus) e a preguiça de Hoffman (nome científico Choloepus hoffmani), ambas já descritas em tópicos acima.

A denominação “preguiça de dois dedos” ou “preguiça de dois artelhos” pode ser, de certa forma, enganosa, uma vez que estes mamíferos possuem sim dois artelhos nas patas dianteiras, contudo, as patas traseiras contam com três artelhos.

Possuem crânios mais curtos e, de certa forma, redondos. Possuem menos vértebras do que as espécies do gênero das preguiças de três dedos. Em relação aos dentes, não há dentes incisivos e dentes caninos, havendo apenas 10 dentes molares na mandíbula superior e 8 a 10 molares na mandíbula inferior.

Espécies de Bicho Preguiça: Lista com Tipos- Nomes e Fotos- Gênero Bradypus: Preguiça de Três Dedos

Diferentemente das preguiças de dois dedos que não possuem cauda, as preguiças de três dedos possuem cauda curta (medindo entre 2 a 9 centímetros).

Em relação a outras características físicas, o gênero conta com cabeça pequena e arredondada, assim como com nariz de certa forma saliente. Orelhas e orelha são pequenas, permanecendo um pouco escondidos por entre os pêlos. Não possuem dentes incisivos e nem dentes caninos; contudo contam com 18 molares. Dentro deste quantitativo de molares, 5 estão presentes na arcada dentária superior e 4 na hemi-arcada inferior. Esses dentes possuem formato de prego.

Este gênero é formado por 4 espécies: a preguiça de coleira (nome científico Bradypus torquatus); a preguiça comum (nome científico Bradypus variegatus); a preguiça de bentinho (nome científico Bradypus tridactylus) e a preguiça anão (nome científico Bradypus pygmaeus).

Entre os predadores dessas espécies estão a cobra sucuri, o jaguar e a harpia. A camuflagem e a imobilidade podem ser importantes táticas de proteção, porém, quando ocorre ataque, a estratégia é recorrer para golpear o predador utilizando as suas patas dianteiras (manobra que causa profundos danos à garganta do predador).

Este gênero pertence à família taxonômica Bradypodidae e, curiosamente, se assemelham mais às extintas preguiças gigantes do que às espécies classificadas como preguiças de dois dedos. Acredita-se que as duas famílias taxonômicas distintas, as quais englobam estes 2 gêneros, teriam se distanciado evolutivamente a aproximadamente 35 milhões de anos.

Espécies de Bicho Preguiça: Lista com Tipos- Nomes e Fotos- Preguiça Anã de Três Dedos

A preguiça anão de três dedos, ou simplesmente preguiça anã (nome científico Bradypus pygmaeus) é considerada a menor espécie de preguiça existente, uma vez que mede entre 48,5 a 53 centimetros de comprimento. A média do seu peso oscila entre 2,5 a 3,5 quilos.

Esta espécie pertence à família taxonômica Bradypodidae, sendo endêmica do Panamá, sendo bastante encontrada em um local específico chamado de escudo de Veraguas (ilha isolada do Caribe).

Sobre o comportamento reprodutivo da espécie: a fêmea acasala e tem somente uma cria, voltando a acasalar dentro de 6 meses, período necessário para que a cria tenha aprendido o básico para sobreviver.

De acordo com a IUCN (União Internacional para Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais), esta espécie é classificada como em perigo crítico.

Superorden Taxonômica Xernarthra

O bicho preguiça, em suas variadas espécies, sem dúvida é o foco deste artigo, mas trazer informações sobre outras espécies que compartilham a mesma superordem, assim como a própria superordem também é válido. No caso, é um conhecimento adicional que pode ser bastante útil.

Esta superordem já foi chamada pelo nome de edentata, uma vez que também inclui os famosos animais desdentados, os quais na definição da zoologia são aqueles que não possuem dentes, ou os possuem em número reduzido, sem apresentar raiz ou esmalte.

Sua origem remonta a 60 milhões de anos atrás, mais especificamente no período do Terciário, o qual, na escala de tempo geológica, pertencia á era Cenozóica.

O local de origem remonta ao Continente Americano. Atualmente, estes animais podem ser encontrados no Centro Sul da América do Norte, estendendo-se para a América Central e Sul da América Latina.

Nos períodos pré-históricos, os xernátros eram mais presentes na América do Norte (através de tatus e preguiças gigantes). Todavia, alguns registros fósseis também já foram encontrados na Europa.

Em relação ao nome, este deriva do grego. O termo “xenos” significa “estranho”; ao passo que o termo “arthos” significa “articulação”. Este nome é na verdade uma referência à estrutura das vértebras destes animais, as quais possuem distinção significativa em relação a outros mamíferos. No caso, as vértebras da porção dorso-lombar possuem a articulação comum, mas também uma articulação acessória, a qual recebe o nome de xenartria.

Esses animais possuem a dentição incompleta, porém existente. Os dentes molares estão presentes em algumas espécies.

As ditas espécies desdenteadas possuem garras nos dedos e realizam movimentos lentos. Espécies como o tamnduá e o tatu são famosas pelo seu focinho longo.

No caso dos tatus, estes pertencem à ordem taxonômica Cingulata, possui uma ‘armadura’ que reveste o corpo e são conhecidos como os únicos animais, além do homem, capazes de contrair lepra. Os tatus também desempenham relevante papel ecológico ao equilibrar a população de formigas e cupins.

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Divirta-se e até as próximas leituras.

REFERÊNCIAS

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