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Nicho Ecológico: Exemplos

Um bom exemplo de nicho ecológico é a relação das corujas com o seu habitat natural. Como espécies tipicamente noturnas (ou crepusculares), que vivem em florestas abertas, matas de restingas, campos, matas ciliares, entre outras vegetações menos densas, elas realizam um excelente papel como controladoras naturais de diversos tipos de pragas – como um verdadeiro flagelo para inúmeras espécies de insetos, roedores, lagartos, serpentes, entre outros animais.

Logo, podemos definir “nicho ecológico” como o “papel desempenhado por um indivíduo no meio em que vive”. Ou a forma como ele vive e como essa forma influencia o ecossistema do qual faz parte.

São as condições ou os recursos que as espécies encontram, associados às características particulares de cada uma, que determinarão como cada animal se comportará na natureza, o papel que desempenhará, sua importância para o meio, os prejuízos da sua extinção (ou superpopulação), as transformações que a sua presença pode causar quando introduzidas em uma região, entre outros fenômenos de relevância vital para um ecossistema.

O nicho ecológico também engloba os processos reprodutivos das espécies, as relações ecológicas que elas ajudam a promover, as suas posições nos níveis tróficos de uma Cadeia Alimentar, entre outros fatores, que determinarão, por exemplo, a viabilidade da introdução forçada de um espécie em determinado meio, ou se tal introdução pode resultar em um verdeiro desastre ecológico, etc.

Mas o objetivo desse artigo é fazer uma lista com alguns exemplos práticos de nichos ecológicos na natureza. Exemplos que, além de atenderem ao objetivo desse artigo, ainda ajudam a conhecer um pouco mais sobre a importância de determinadas espécies para o equilíbrio de um ecossistema.

1.Lumbricus Terrestris (minhoca comum)

Elas são verdadeiros símbolos de repugnância e aversão na natureza! Não há quem de imediato não as associe a sujeira, materiais decompostos, resíduos orgânicos, entre outros produtos considerados imprestáveis na natureza.

No entanto, do alto dos seus quase 20cm, cerca de 6mm de diâmetro e com a sua inconfundível cor avermelhada, esses anelídeos, membros da família Oligoqueta, segundo nos conta a história, foi uma das últimas preocupações do “Pai da teoria Evolucionista”, Charles Darwin, que lhes dedicou um livro inteiro sobre a suas principais características.

São características como: uma incrível capacidade de transformar restos de folhas e de pequenos animais em um riquíssimo material orgânico (húmus), contribuir para a respiração e irrigação do solo (por meio da escavação de buracos com até 2 ou 3 metros de profundidade), entre outros benefícios que caracterizam o nicho ecológico dessa espécie.

2.Raposa

As raposas são outros exemplos clássicos de como o nicho ecológico de uma espécie pode contribuir para o equilíbrio da natureza.

Elas são membros dessa original família Canídae, saídas diretamente do gênero Vulpes, para tornarem-se uma das suas 40 espécies, cercadas pelas mais curiosas lendas e mistérios que passeiam pelo imaginário popular há séculos.

Por serem animais onívoros, as raposas caracterizam-se por alimentarem-se com as mais improváveis iguarias. Elas aceitam bem diversos tipos de roedores, lagartos, anfíbios, coelhos, lebres; mas também insetos, sementes, frutas, legumes, entre outras variedades que elas não dispensam, principalmente em tempos de escassez.

E é justamente esse seu caráter democrático quando o assunto é alimentação que faz dela outro importante agente de controle de alguns tipos de pragas, como as lebres, por exemplo, que na Austrália, apesar de tanta controvérsia, configurou-se como a principal arma de controle.

3.Sapo-Comum (Bufo-bufo)

Um outro exemplo clássico de um nicho ecológico é o do Bufo bufo ou “sapo-comum”. Essa é uma espécie que espalha-se, abundantemente, por quase toda a Europa, além do norte da África e Eurásia.

O sapo-comum, também conhecido como “sapo-europeu”, possui como habitat natural as exuberantes florestas de coníferas, campos abertos, matas ciliares, pântanos, brejos, florestas caducifólias, áreas rurais, florestas arbustivas, e até mesmo zonas urbanas, como parques, quintais e jardins.

Os sapos-comuns costumam alimentar-se de insetos (muitos insetos!), insetos a perder de vista! Que eles devoram, avidamente, insaciavelmente, realizando, com isso, um verdadeiro controle de diversas “pragas” típicas da região onde eles vivem.

São pragas como: grilos, besouros, escaravelhos, louva-a-deus, baratas, moscas, pernilongos, aranhas, lesmas, entre outras espécies, que eles geralmente caçam à noite, com a sua terrível língua pegajosa, que funciona como uma verdadeira “arma de combate”.

4.Jiboia

As jiboias são exemplos vivos daquelas espécies pelas quais lutamos para a sua preservação, mas que, no entanto, preferimos mesmo é nos manter bem longe delas!

O seu sugestivo nome científico Boa constrictor (constrição) revela a sua preferência por abater as suas vítimas por esmagamento; geralmente espécies de aves, pequenos roedores, lagartos, anfíbios, entre outros animais de pequeno e médio porte, que elas atacam durante a noite, como um típico animal terrestre e arborícola, não-peçonhento, e que rasteja, assustadoramente, em meio à vegetação do seu habitat natural

As jiboias são espécies tipicamente brasileiras, facilmente encontradas em trechos de Mata Atlântica, Cerrado, na Floresta Amazônica, em Matas Ciliares, na Caatinga, entre outras regiões.

Elas costumam medir entre 2 e 4m, não são agressivas, estão entre as maiores serpentes do Brasil, pertencem à assustadora famíia Boidae, além de serem exemplos típicos de um importante nicho ecológico na natureza.

5.Cavalos

Por fim, os cavalos! O Equus ferus caballus! Um dos principais representantes da força, vigor e resistência que podem ser encontrados na natureza.

O seu nicho ecológico não é exatamente o de servirem de montaria para os homens ou transportar o progresso em suas costas, como nos acostumamos a crer!

Apesar de orgulharem-se dessa sua capacidade, os cavalos ajudam a realizar um importante controle de espécies vegetais (especialmente mato, capim, entre outras variedades que se alastram como pragas na natureza), graças ao seu potencial de um insaciável herbívoro, capaz de alimentar-se durante horas – aliás, como um bom representante dos “ungulados” e da vigorosa e imponente família dos Equídeos.

Os cavalos possuem uma das histórias mais fascinantes na natureza. Eles são considerados uma das espécies com o registro mais antigo, já que supõe-se que há pelo menos 50 milhões de anos eles estejam entre nós.

São animais velozes, sociáveis, que apreciam uma convivência em bandos liderados por uma fêmea mais velha; famosos pela sua comunicação corporal e bastante afeitos aos grandes pastos, campos abertos, cerrados, imensas planícies, entre outras vegetações semelhantes.

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