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Caranguejo Gigante Japonês

Vocês que se extasiaram com a exuberância do extravagante caranguejo-gigante do Chile. Ou que ficaram estupefatos diante da imponência do monumental caranguejo-gigante do Alasca.

Ou mesmo os que se impressionaram com a notícia de que, em 2016, foram encontradas verdadeiras comunidades de caranguejos-gigantes na costa de Melbourne, na Austrália (entre outras variedades).

Saibam vocês que, nas profundezas da costa japonesa, mais especificamente, na região sul da Ilha de Honshu, distribuída entre a Baía de Tóquio e a costa de Kagoshima, existe uma comunidade conhecida como a dos “caranguejos-gigantes-japoneses”. Uma espécie que pode atingir vertiginosos 3,7 m de uma pata a outra e pesar até 19 kg.

É o Macrocheira kaempferi! O maior artrópode da natureza! O maior crustáceo do mundo (certamente), também conhecido pelos sugestivos apelidos de “caranguejo-aranha-gigante”, “caranguejo-de-pernas-longas”, entre outras denominações que eles recebem em função das suas características físicas.

A espécie habita profundidades entre 150 e 250 m, mas também pode ser encontrada (em menor quantidade) abaixo de 500 m, ou em regiões mais superficiais (entre 50 e 70 m) – nesse último caso, especialmente durante os seus períodos reprodutivos.

Como não poderia ser diferente, o caranguejo-gigante-japonês é uma verdadeira “celebridade” no Japão. Todos os anos milhares de turistas invadem o país, especialmente a Ilha de Honshu, para conhecer essa variedade, pescada essencialmente para fins comerciais, mas também para ser alvo da curiosidade de turistas que chegam dos quatro cantos do mundo.

Como uma típica espécie detritívora, o caranguejo-gigante-japonês alimenta-se de restos de animais mortos, larvas, vermes, restos vegetais, pequenos crustáceos, entre outras variedades que possam servir de banquete para um animal que, nem de longe, possui as características de uma caçador implacável.

As Principais Características Do Caranguejo-Gigante Japonês

O Macrocheira kaempferi é um assombro! Ele, como dissemos, é o maior artrópode da natureza, mas, curiosamente, não está entre os mais pesados – ele ganha dos outros apenas na envergadura (cerca de 3,7 m), enquanto a sua carapaça não ultrapassa os 40 cm.

Por isso mesmo, nas profundezas da Costa do Japão, ele costuma assustar mais do que causar admiração. Pois o que se têm, bem à frente, é uma espécie de “aranha- marinha”, com praticamente as mesmas características da sua parente terrestre, com exceção da sua aparência.

O caranguejo-gigante-japonês possui praticamente as mesmas características das espécies que conhecemos: uma coloração entre o vermelho e o alaranjado, carapaça bojuda e volumosa, olhos curiosamente saltados para fora, pinças nas extremidades das pernas anteriores, entre outras características.

Além dessas, chama bastante a atenção, também, a aparência dos seus 5 pares de apêndices abdominais, que apresentam-se com uma aspecto meio deformado ou retorcido; assim como as suas características quando ainda encontram-se em estágio larvar – quando apresentam um aspecto bastante diferente em relação a outros caranguejos.

E por fim, outra característica dessa espécies é a sua capacidade de regeneração de um membro amputado. Semelhantemente ao que ocorre com as lagartixas-domésticas ou lagartixas-domésticas-tropicais, ou mesmo a Hemidactylus mabouia (o seu nome científico), ao ter um membro amputado, este certamente irá resconstruir-se, em um dos fenômenos mais originais da natureza – principalmente em se tratando de um espécie de caranguejos.

Caranguejo-Gigantes-Japoneses: Uma Espécie Repleta De Singularidades

O caranguejo-aranha-gigante, como dissemos, é uma espécie bastante apreciada como iguaria, mas que costuma ser apreciada, também, como um verdadeiro patrimônio cultural do Japão.

A espécie foi descoberta quase que por acaso, por volta de 1830, quando pescadores, em uma de suas aventuras em meio a essa quase lendária região da Costa do Pacífico, toparam com uma espécie até então desconhecida, e que custou acreditar tratar-se tão somente de um caranguejo.

Era um verdadeiro caranguejo-gigante! O “caranguejo-aranha-gigante”. Uma espécie que seria, futuramente, descrita, cientificamente, como Macrocheira kaempferi.

Agora, sobre os aspectos reprodutivos dos caranguejos-gigantes-japoneses, o que se sabe é que, após o acasalamento, a fêmea poderá abrigar em sem abdômen cerca de meio bilhão de ovos, que eclodirão na forma de larva (os nauplius), até que, entre 50 e 70 dias, passem para outros estágios – também intermediários da sua codição adulta.

Chama bastante a atenção, também, o fato de que, ao eclodirem, o que temos, inicialmente, são minúsculas espécies que em nada lembram um caranguejo. Apenas um corpúsculo meio ovalado, sem apêndices ou qualquer das estruturas características de um crustáceo.

E eles permanecerão assim, à deriva, aos milhões, servindo, em sua maioria, como a base da alimentação de diversos tipos de peixes, moluscos, crustáceos, entre outros animais, que fazem uma verdadeira festa durante o período de eclosão dos ovos.

E estes só permitirão que apenas alguns poucos valentes consigam sobreviver a essa terrível fase, para que enfim tornem-se adultos, e ajudem a compor essa originalíssima comunidade dos caranguejos-gigantes-japoneses.

A Pesca Dos Famosos Caranguejos-Gigantes-Japoneses

Caranguejo-Gigante-Japonese Pescado
Caranguejo-Gigante-Japonese Pescado

Antes de serem capturados e descritos, os caranguejo-aranhas-gigantes eram conhecidos apenas pela sua capacidade de assustar a quem quer que se deparasse com eles nas profundezas da Costa do Pacífico. Mas também eram conhecidos por alguns eventos de ataques (especialmente para autodefesa).

Durante essas investidas, entravam em ação as suas enormes pinças, que são capazes de causar estragos consideráveis, especialmente quando estes animais encontram-se em seus respectivos períodos reprodutivos.

Só mesmo após ter sido descrito e catalogado por volta do ano de 1836, pelo naturalista holandês Coenraad Temminck, que enfim descobriu-se que a espécie não era nem de longe um animal agressivo.

E foi quando descobriu-se, também, que poderiam ser pescados e tratados como saborosíssimas iguarias, assim como ocorre com qualquer outra variedades de caranguejos da região.

A partir de então, ocasionalmente, os caranguejos gigantes-japoneses passaram a compor o cabedal da original e singular culinária japonesa. Até que passassem a ser consumidos de forma mais intensa em meados dos anos 80; e no início dos anos 2000 com ainda maior intensidade.

O resultado é que a espécie passou a ser considerada como “preocupante”, de acordo com a lista vermelha da IUCN (União Internacional Para a Conservação da Natureza), o que fez com que diversas medidas tivessem que ser tomadas com o objetivo de evitar a extinção por completo desses animais em apenas algumas décadas.

Hoje, a pesca do Macrocheira kaempferi é rigorosamente fiscalizada por órgãos do governo japonês. Durante a primavera (o seu período reprodutivo e quando surgem em abundância em regiões mais superficiais) ela é totalmente suspensa. E o pescador que for flagrado em delito poderá receber pesadas multas, e até mesmo ser totalmente impedido de executar as suas funções.

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