Tudo Sobre os Urubus
Os urubus são aves subestimadas, pois eles tem fama se serem aves carnicentas, quando, na verdade, são de extrema importância dentro do reino animal. Não são as aves mais belas, mas possuem uma excêntrica aparência e são aves de grande porte, normalmente tendo 1,80 cm de envergadura (da ponta de uma asa até a outra).
Os urubus são aves dividas em duas variedades, que são os urubus, propriamente ditos, e os condores, sendo esses reconhecidos por serem umas das maiores aves existentes no mundo, chegando por volta dos 3,2 metros de envergadura e pesando até 15 quilos, ficando atrás apenas dos albatrozes e das cegonhas.
As variedades de urubus envolvem cerca de 23 espécies, estando algumas ameaçadas de extinção, como o Condor dos Andes e o Condor da Califórnia.
Estas espécies estão divididas, praticamente, pelo globo terrestre inteiro (exceto pela Antártida), tendo maior quantidade de grupos e famílias na América do Sul; os urubus são, inclusive, o símbolo de Países como o Equador, por exemplo, e algumas variedades da bandeira da Colômbia (como a bandeira da presidência).
Através desse artigo, o leitor aprenderá tudo sobre os urubus, inclusive as maiores curiosidades relativas a eles, como a sua alimentação, seus habitats, sua importância para a fauna e para os humanos, sua variedade, seu ninho e sua reprodução.
Por Que os Urubus São Importantes?
A natureza necessita de criaturas como os urubus, pois a principal forma de alimentação dessas aves são as carcaças, que são restos de animais deixados depois de uma refeição. Essas carcaças, se não consumidas, virarão depósitos de bactérias e moscas, e como o volume de carcaças em uma região onde há predadores é alta, o alastramento de moscas torna-se gigante, elevando assim a possibilidade de transmissão de doenças entre os próprios animais ou até mesmo, dependendo da migração dessas moscas e outros insetos, áreas urbanas podem ser contaminadas.
Dessa forma, pode-se considerar que os urubus são criaturas que previnem a disseminação de doenças providas dos restos mortais de criaturas espalhadas pela floresta.
Essa característica dos urubus os deixam famosos como criaturas carniceiras, que sempre estão envoltas em sujeira e podridão, e sempre é possível ver um tipo de urubu em regiões onde há elevadas áreas pútridas, como os lixões formados pela aglomeração de restos removidos de áreas urbanas. É possível ver pessoas dividindo o lixo com urubus, que estão atrás de refeições.
Assim é mais fácil de imaginar como seria a natureza sem criaturas como os urubus, onde as carcaças ficariam espalhadas pela floresta, deixando essas quase que impenetráveis devido às fétidas condições, sem contar com as doenças que tais carcaças poderiam gerar.
Fatos Interessantes Sobre os Urubus
Existem cerca de 23 espécies de urubus do mundo, estando essas dividas entre urubus e condores. Há ainda uma classificação que ocorre entre os Urubus Antigos e os Urubus do Mundo Novo, que são espécies catalogadas mediante o tamanho, aparência e atos necrófagos dos mesmos; algumas dessas variedades não são classificadas como urubus, mas sim como outras aves. Entenda mais sobre essas distinções a seguir.
Este é um exemplo de como as espécies podem convergir mediante a evolução, onde ambas possuem os mesmos instintos, mas hábitos completamente diferentes.
O estômago dos urubus possui ácidos tão fortes que digerem qualquer tipo de alimento ingerido, permitindo assim que estes comam qualquer tipo de comida existente, estando essas podres ou não. Os urubus podem, inclusive, comer a carne de animais que morreram por doenças, sendo esses capazes de digerirem até mesmo as bactérias e vírus através de seus processos digestivos, como o carbúnculo, botulismo e a cólera.
A visão dos urubus é um dos seus melhores sentidos, variando de espécie para espécie, onde algumas possuem o olfato como melhor sentido. Muitas vezes os urubus procuram suas refeições sobrevoando as áreas e observando em volta ao invés de seguirem seus sentidos olfativos.

A Visão de Um Urubu Rei
A carniça é o prato principal dos urubus, mas estes, apesar de não atacarem presas vivas em boas condições, atacarão as mesmas caso estas estejam feridas ou perto da morte.
Espécies de Urubus
Os urubus são divididos em duas categorias:
Urubus do Mundo Novo
São urubus caracterizados como sendo aves da família Cathartidae, que são encontrados com mais facilidade nas Américas, desde a Argentina até o Canadá. São os urubus dessa família que são comumente vistas no Brasil, por exemplo.
Até então, existem apenas sete espécies de urubus e condores que fazem parte dessa categoria. Outra característica dos urubus do novo mundo é o fato de essas espécies utilizarem o olfato como principal sentido.
As espécies de urubus do novo mundo são: Condor dos Andes, Condor da Califórnia, Urubu de Cabeça Preta, Urubu Rei, Urubu de Cabeça Amarela, Urubu da Mata e o Urubu da Cabeça Vermelha.
Urubus do Mundo Antigo
São urubus caracterizados como sendo aves da família Accipitridae, que são chamados por esse nome por estarem presentes na África, Ásia e parte Sul da Europa (ou seja, do mundo antigo).
Essas variedades de urubus são conhecidas, também, como abutres, pois não possuem a aparência de cabeça pelada dos urubus do mundo novo, e mais se assemelham às águias, onde inclusive, o maior sentido desses urubus é a visão, e não o olfato.
Esses urubus possuem uma variedade muito mais extensa do que a categoria Cathartidae. Confira a seguir a catalogação oficial da família Accipitridae:
Leptodon cayanensis (Latham, 1790) – gavião-de-cabeça-cinza

Leptodon Cayanensis
Leptodon forbesi (Swann, 1922) – gavião-de-pescoço-branco

Leptodon Forbesi
Chondrohierax uncinatus (Temminck, 1822) – gavião-caracoleiro

Chondrohierax Uncinatus
Elanoides forficatus (Linnaeus, 1758) – gavião-tesoura

Elanoides Forficatus
Gampsonyx swainsonii Vigors, 1825 – gaviãozinho

Gampsonyx Swainsonii Vigors
Elanus leucurus (Vieillot, 1818) – gavião-peneira

Elanus Leucurus
Harpagus bidentatus (Latham, 1790) – gavião-ripina

Harpagus Bidentatus
Harpagus diodon (Temminck, 1823) – gavião-bombachinha

Harpagus Diodon
Circus cinereubvs Vieillot, 1816 – gavião-cinza

Circus Cinereus Vieillot
Circus buffoni (Gmelin, 1788) – gavião-do-banhado

Circus Buffoni
Milvus migrans (Boddaert, 1783) – milhafre-preto

Milvus Migrans
Accipiter poliogaster (Temminck, 1824) – tauató-pintado

Accipiter Poliogaster
Accipiter superciliosus (Linnaeus, 1766) – gavião-miudinho

Accipiter Superciliosus
Accipiter striatus Vieillot, 1808 – gavião-miúdo

Accipiter Striatus Vieillo
Accipiter bicolor (Vieillot, 1817) – gavião-bombachinha-grande

Accipiter Bicolor
Ictinia mississippiensis (Wilson, 1811) – sovi-do-norte

Ictinia Mississippiensis
Ictinia plumbea (Gmelin, 1788) – sovi

Ictinia Plumbea
Busarellus nigricollis (Latham, 1790) – gavião-belo

Busarellus Nigricollis
Rostrhamus sociabilis (Vieillot, 1817) – gavião-caramujeiro

Rostrhamus Sociabilis
Helicolestes hamatus (Temminck, 1821) – gavião-do-igapó

Helicolestes Hamatus
Geranospiza caerulescens (Vieillot, 1817) – gavião-pernilongo

Geranospiza Caerulescens
Buteogallus schistaceus (Sundevall, 1850) – gavião-azul

Buteogallus Schistaceus
Buteogallus aequinoctialis (Gmelin, 1788) – gavião-caranguejeiro

Buteogallus Aequinoctialis
Buteogallus anthracinus (Deppe, 1830) – gavião-caranguejeiro-negro

Buteogallus Anthracinus
Heterospizias meridionalis (Latham, 1790) – gavião-caboclo

Heterospizias Meridionalis
Amadonastur lacernulatus (Temminck, 1827) – gavião-pombo-pequeno

Amadonastur Lacernulatus
Urubitinga urubitinga (Gmelin, 1788) – gavião-preto

Urubitinga Urubitinga
Urubitinga coronata (Vieillot, 1817) – águia-cinzenta

Urubitinga Coronata
Rupornis magnirostris (Gmelin, 1788) – gavião-carijó

Rupornis Magnirostris
Parabuteo unicinctus (Temminck, 1824) – gavião-asa-de-telha

Parabuteo Unicinctus
Parabuteo leucorrhous (Quoy & Gaimard, 1824) – gavião-de-sobre-branco

Parabuteo Leucorrhous
Geranoaetus albicaudatus (Vieillot, 1816) – gavião-de-rabo-branco

Geranoaetus Albicaudatus
Geranoaetus melanoleucus (Vieillot, 1819) – águia-serrana

Geranoaetus Melanoleucus
Geranoaetus polyosoma (Quoy & Gaimard, 1824) – gavião-de-costas-vermelhas

Geranoaetus Polyosoma
Pseudastur albicollis (Latham, 1790) – gavião-branco

Pseudastur Albicollis
Pseudastur polionotus (Kaup, 1847) – gavião-pombo-grande

Pseudastur Polionotus
Leucopternis melanops (Latham, 1790) – gavião-de-cara-preta

Leucopternis Melanops
Leucopternis kuhli Bonaparte, 1850 – gavião-vaqueiro

Leucopternis Kuhli Bonaparte
Buteo nitidus (Latham, 1790) – gavião-pedrês

Buteo Nitidus
Buteo platypterus (Vieillot, 1823) – gavião-de-asa-larga

Buteo Platypterus
Buteo brachyurus Vieillot, 1816 – gavião-de-cauda-curta

Buteo Brachyurus Vieillot
Buteo swainsoni Bonaparte, 1838 – gavião-papa-gafanhoto

Buteo Swainsoni Bonaparte
Buteo albonotatus Kaup, 1847 – gavião-urubu

Buteo Albonotatus Kaup
Morphnus guianensis (Daudin, 1800) – uiraçu

Morphnus Guianensis
Harpia harpyja (Linnaeus, 1758) – gavião-real

Harpia Harpyja
Spizaetus tyrannus (Wied, 1820) – gavião-pega-macaco

Spizaetus Tyrannus
Spizaetus melanoleucus (Vieillot, 1816) – gavião-pato

Spizaetus Melanoleucus
Spizaetus ornatus (Daudin, 1800) – gavião-de-penacho

Spizaetus Ornatus
Fonte: SIGRIST, T. Avifauna Brasileira: The avis brasilis field guide to the birds of Brazil, 1ª edição, São Paulo: Editora Avis Brasilis, 2009.