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O Que é Astenosfera? Quais Suas Características?

Sem dúvida, o nosso planeta é cheio de coisas fascinantes, possuindo características que nenhum outro planeta do sistema solar possui, o que faz da Terra um lugar bem único.

A própria morfologia dela é bem interessante. Por exemplo: essa camada da qual estamos agora, que é a superfície, é chamada de litosfera. Mas, você sabe o que está logo abaixo dela?

Se você ficou curioso, continue nos acompanhando.

Onde Fica a Astenosfera?

Essa camada de terra da qual estamos pisando neste momento é a superfície terrestre, ou simplesmente, litosfera. Abaixo dela, vão existindo outras camadas até chegar ao núcleo do planeta. E, a primeira camada localizada logo abaixo da litosfera é a que chamamos de astenosfera, que podemos dizer que se trata da parte superior do manto terrestre, que é o limite para alcançar o núcleo do nosso planeta.

A astenosfera possui um aspecto fluido e pastoso, com a presença de um magma que está em constante movimentação. Por estar logo abaixo da litosfera, é ela quem determina muito da sua dinâmica, em especial, em relação a fenômenos naturais que vamos detalhar logo mais. Já, em se tratando de sua profundidade, essa camada vai de 100 a 400 km, tendo em sua composição básica os seguintes elementos: silicatos de ferro e magnésio.

O próprio nome “astenosfera” já diz muita coisa, pois ele vem da junção de duas palavras (sthenos – frágil e sfera – camada). Essa denominação vem justamente do fato de que as ondas sísmicas que acometem a litosfera diminuem a força e a propagação dessa camada. Por isso que ela possui um aspecto mais fluido e menos sólido.

Constante Movimento

A astenosfera não é, de forma alguma, uma camada inerte. Ao contrário: está sempre em movimento, e isso se reflete na litosfera através das correntes de convecção. Para compreender melhor como essa dinâmica funciona, imagine uma panela de água fervente. Quanto mais a água aquece, mais ela se movimenta, fazendo deslocamentos que lembram justamente a movimentação de magma que ocorre na astenosfera.

Esses movimentos, por sinal, são o que impulsionam as placas tectônicas. É a partir da pressão que o magma presente nessa camada faz contra a litosfera que acontecem alguns fenômenos bem conhecidos por nós, como terremotos, maremotos e erupções vulcânicas.

Outra característica muito particular dessa camada é que as rochas da astenosfera são bem menos densas do que as da litosfera, o que permite que as placas tectônicas da nossa superfície simplesmente “flutuem” sobre essas rochas, que possuem densidade menor.

Cientistas aproveitam para estudar as camadas da Terra, em especial, a astenosfera, através da velocidade e direção dos terremotos. Isso porque as ondas desse fenômeno mudam de características conforme a densidade das rochas na parte interior do planeta.

Terremotos e Vulcões

Muitos dos fenômenos vistos na superfície da Terra, mais precisamente da litosfera, são consequência do que ocorre na astenosfera. Peguemos como exemplo os terremotos. Eles são fruto da liberação dos esforços que vão sendo acumulados quando as placas ”forçam” a passagem umas nas outras, e essa movimentação tem muito de “culpa” da astenosfera.

Nesse movimento, que é bastante lento, por sinal, as placas vão sendo comprimidas ou distendidas, até chegar num ponto em que atinjam a ruptura. É nesse momento que uma parte da litosfera se rompe bruscamente ao longo de uma falha geológica qualquer. Daí, surgem as vibrações (ondas sísmicas), que se propagam em velocidades distintas a depender do tipo de material que se propaguem.

É justamente através das ondas sísmicas geradas pelos terremotos que cientistas conseguem estudar a estrutura da Terra de maneira um pouco mais detalhada. A magnitude de um terremoto é calculada através da energia liberada pelos sismos, e baseando-se em registros nas estações sismográficas.

Já em relação aos vulcões, a astenosfera também é diretamente responsável pela existência deles, devido ao magma que ela possui. Esse mesmo magma tende a literalmente subir para a superfície devido à pressão dos gases, que são mais densos, e é aí que os vulcões se formam.

Esse magma é formado por um líquido muito rico em algumas substâncias, como sílica e oxigênio. Extravasando para a superfície, ele se torna o que chamamos de lava, que depois de cristaliza, formando as rochas vulcânicas. Durante uma erupção, muitos dos gases presentes no magma são liberados, ocorrendo explosões na maioria das vezes.

Em todo o planeta, cerca de 500 vulcões são considerados ativos, sendo que boa parte deles se encontra submersa nos oceanos, em especial, numa faixa do Pacífico, chamada Círculo de Fogo.

A Teoria da Deriva Continental

Hoje em dia, sabemos muito bem que os continentes nem sempre estiveram nessa posição que se encontram hoje. Porém, há séculos atrás, ainda não tínhamos esse conhecimento. A ideia de que antes havia um imenso continente, que depois se separou em vários outros foi proposta pela primeira vez em 1596, pelo holandês Abraham Ortelius.

Mas, só foi com a publicação da teoria da “Deriva dos Continentes”, cuja proposição foi feita pelo meteorologista alemão Alfred Lothar Wegener em 1912, que essa ideia foi considerada como uma evidência científica. Uma das coisas que intrigavam tanto Wegener, quanto Ortelius (três séculos antes) é a grande semelhança entre as estruturas geológicas, os fósseis, as plantas e os animais encontrados tanto na América do Sul, quanto na África, por exemplo.

Foi então que, baseando-se na teoria de Wegener, o professor Alexander Du Toit, da Universidade de Johanesburgo, propôs a ideia de que um enorme continente de nome Pangéia se rompeu, dividindo-se, assim, em dois outros continentes (a Laurásia, no hemisfério Norte e Gondwana no hemisfério sul). Com o passar do tempo, ambos continuaram a se partir, evidentemente, tendo a astenosfera como uma das “protagonistas” desse processo, gerando o que temos hoje em termos continentais.

Apenas após a Segunda Guerra Mundial é que a teoria de Wegener foi comprovada. Essa teoria foi de vital importância para entendermos certos fenômenos que acontecem na superfície terrestre e “mais a fundo”, o que, hoje em dia, permite com que tenhamos um conhecimento útil a respeito de catástrofes naturais, e como se prevenir delas de alguma forma.

Fascinante, não? Esperamos que tenham gostado das informações apresentadas.

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