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Foto do Vulcão dos Capelinhos

Do farol da Ponta dos Capelinhos é possível tirar fotos de um dos vulcões mais famosos do Arquipélago dos Açores. Ele está situado na Ilha do Faial, Freguesia do Capelo, dentro desse arquipélago também famoso pela sua origem vulcânica.

Na verdade, essa é uma das regiões onde se registram os maiores números de abalos sísmicos e erupções vulcânicas no Oceano Atlântico. Apesar de a maioria não estar em atividade, esse trecho de mais ou menos 2.352km2 nos Açores é considerado uma área problemática.

Acredita-se que a característica dos Açores de localizar-se no meio da Dorsal Atlântica, onde convergem as placas tectônicas africana, euroasiática e americana, contribui para essa sua natureza, digamos, tão particular; típica de uma região com vocação para atividades vulcânicas.

Fotos aéreas do vulcão dos Capelinhos comprovam essa sua natureza, com uma tendência para erupções que podem ser mais ou menos violentas, mas sempre com um caráter agressivo – aliás como é bastante comum entre os vulcões do tipo peleano.

A característica do solo dessa região dos Açores é o Andosol. De acordo com a Base de Referência Mundial para Recursos de Solos, esse é um terreno bastante poroso, com pouco ou nenhum potencial para o cultivo e capaz de reter grandes quantidades de água.

E um dos motivos para isso, é a sua constituição física, basicamente pedra-pome, cinzas vulcânicas, fragmentos leves, andesito e basalto.

Enfim, temos aqui um exemplo típico da complexidade geográfica resultante da atividade vulcânica de uma região. Onde convergem vários fatores físicos e químicos, que unem-se à característica dos minerais resultantes dessas atividades, para construir uma geografia única em todo o Oceano Atlântico.

O Que Revelam Algumas Fotos do Vulcão dos Capelinhos?

Em primeiro lugar, elas mostram muito da bela Ilha do Faial, uma exuberância incrustada em pleno Oceano Atlântico e na não menos bela Ilha dos Açores.

Faial possui cerca de 15.000 habitantes, distribuídos por cerca de 173km2, e uma origem bastante sugestiva: ela é praticamente um placa tectônica erguida em pleno Oceano Atlântico, entre a Ilha do Pico e a Crista Médio Atlântica.

Fotos aéreas do vulcão dos Capelinhos também revelam uma estrutura resultante de atividades vulcânicas intensas no final dos anos 50, que contribuíram, entre outras coisas, para a formação de um relevo constituído basicamente por blocos de rochas basálticas, grutas, fendas, escarpas, além de outras composições semelhantes.

A respeito dessas erupções, a noite de 27 de setembro de 1957 ficará para sempre marcada na memória dos moradores da Ilha do Faial, pois foi nesse dia que alguns funcionários do Farol dos Capelinhos notaram que algo não estava bem.

De repente um mar curiosamente revolto, alguns sinais de abalos sísmicos e um mau cheiro característico, davam toda a impressão de que um grupo de baleias fazia uma visita à ilha, a partir do lado oeste da costa dos Açores.

Mas o que parecia um grupo de baleias de repente demonstrou-se ser o vulcão local que entrava em erupção, fazendo o mar tornar-se como uma imenso caldeirão prestes a explodir.

A partir daí surgia uma nova “celebridade” em pleno Arquipélago dos Açores. Um vulcão que agora seria alvo de inúmeras fotos, estudos, registros, discussões e controvérsias da parte de vulcanólogos, cientistas, estudantes, ambientalistas e jornalistas.

Vários profissionais que viam ali uma verdadeira “pedra preciosa” para o conhecimento das profundezas daquele trecho do Atlântico.

Fotos Mostram as Consequências do Vulcão dos Capelinhos

Revistas francesas, inglesas, portuguesas, além de empresas de rádio e de televisão, desembarcaram no ano de 1958 na simpática ilha do Faial para uma série de fotos e estudos sobre o vulcão que agora era a principal celebridade dos Açores, e responsável por fazer da região, naquele momento, um dos alvos das mais recentes pesquisas geológicas.

Agora a Freguesia do Capelo teria que conviver, também, por pelo menos vários meses, com uma série de abalos sísmicos e com as graves consequências do acúmulo de cinzas vulcânicas nas lavouras, casas e estabelecimentos comerciais.

Para se ter uma ideia dos transtornos causados por essa erupção do vulcão dos Capelinhos, muitas famílias resolveram simplesmente abandonar a ilha e abrigar-se do outro lado desse imenso Oceano Atlântico.

E os Estados Unidos foram o refúgio escolhido, onde, para a sorte da população, estariam protegidos pela lei “Azorean Refugee Act -1958”, que autorizava a imigração das famílias portuguesas diretamente afetadas pela tragédia.

Calcula-se que pelo menos metade das famílias faialenses tiveram que aceitar a acolhida americana, o que resultou em uma experiência, de acordo com os moradores da época, única e notável, já que uma geração inteira da população obteve conquistas que seriam impensáveis na ilha.

A Erupção do Vulcão dos Capelinhos - Ilha do Faial
A Erupção do Vulcão dos Capelinhos – Ilha do Faial

A partir desses eventos do final dos anos 50, o vulcão tornou-se uma referência turística no Arquipélago dos Açores. E, mais que isso, o principal representante das novas formações geológicas de Portugal – como um lugar de estudos, observações geológicas, turismo e entretenimento para visitantes de todas as partes do mundo.

Como o Vulcão Mudou o Panorama da Ilha

60 anos se passaram desde que a natureza manifestou-se de forma tão agressiva na ilha do Faial. Hoje, fotos do vulcão e do entorno dos Capelinhos mostram uma região completamente modificada.

Panorama da Ilha do Faial
Panorama da Ilha do Faial

Apesar de inativo, as marcas da devastação estão por toda a parte, principalmente na geografia da ilha, que teve reduzido pela metade o seu tamanho.

O governo português não demorou a transformar a Ponta dos Capelinhos em uma Área de Paisagem Protegida e Sítio de Elevado Interesse Geológico, muito em função da originalidade das erupções ocorridas, que resultaram numa série de resquícios que hoje têm valor inestimável.

Mas as consequências desses eventos não pararam por aí. O vulcão hoje é alvo constante de fotos, estudos, visitas e pesquisas, especialmente a partir do seu mirante e do Centro Interpretativo do Vulcão, cujo principal objetivo é tentar prever novas manifestações e analisar as suas características.

Também existem planos de se erguer ali o Museu Geológico do Vulcão de Capelinhos que, organizado e mantido pela Associação dos Amigos do Farol dos Capelinhos, pretende contar toda a sua histórias aos milhares de visitantes anuais do local.

E se tudo isso não for o bastante, na Ponta dos Capelinhos também existe agora o originalíssimo “Casal do Vulcão!” Um conjunto de casas – como espécies de pousadas para turistas – erguidas bem no local daquele evento.

O curioso é que algumas delas estão praticamente coladas às ruínas, e ocupam um total de quase 1000m2.

Elas ajudam a incrementar ainda mais o turismo em Portugal, sem contar, obviamente, o acréscimo à área total do país proporcionado pelas erupções do vulcão.

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