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Existe Vulcão em Minas Gerais?

Minas Gerais, grande interior do estado do sudeste do Brasil. É o celeiro do país de riquezas minerais, como indicado pelo seu nome. Quanto a vulcão, pode esquecer. Não existe vulcão em Minas Gerais… Pelo menos, não hoje em dia.

Geografia Mineira

O estado é limitado ao norte pelos estados de Goiás e Bahia, a leste pela Bahia, Espírito Santo e Rio de Janeiro, ao sul pelo Rio de Janeiro e São Paulo e a oeste por São Paulo, Mato Grosso do Sul e Goiás. É o quarto maior estado do Brasil e tem a segunda maior população, superada apenas pela de São Paulo. A capital e maior cidade de Minas Gerais é Belo Horizonte, localizado na parte centro-sul do estado. A área mineira total é de 586.528 quilômetros quadrados.

Minas Gerais está quase totalmente dentro dos planaltos geologicamente antigos e ricos em minerais, conhecidos como Terras Altas do Brasil. Também conhecido como Planalto Central, as ditas terras altas compõem uma área de planalto erodido das regiões central e sudeste do Brasil. Composto por mais da metade da massa terrestre do país, as terras altas estão localizadas principalmente nos estados de Minas Gerais, São Paulo , Goiás e Mato Grosso.

Terras Altas Brasileiras

Subindo a uma altitude média de 1.000 metros acima do nível do mar, as terras altas são caracterizadas por montanhas baixas, planaltos montanhosos e planaltos tabulares e incluem o Planalto do Mato Grosso e o Planalto do Paraná. As terras altas brasileiras são geologicamente semelhantes às Terras Altas da Guiana ao norte, através da bacia do rio Amazonas oriental. As terras altas brasileiras compõem mais da metade da massa terrestre do país e são a principal fonte de riqueza mineral abundante do país. A Serra do Espinhaço é parte das chamadas terras altas e se estende do centro de Minas Gerais até o sul da Bahia, onde há o pico das Almas com 1.850 metros.

Também a Serra do Mar, com uma média de 1.000 metros acima do nível do mar, é o maior segmento da escarpa ao longo da costa do Atlântico. A faixa estende-se do sudeste de Minas Gerais ao leste do Paraná; nas proximidades do Rio de Janeiro, onde o alcance também é conhecido como Serra dos Órgãos. No sul de Minas Gerais, a Serra da Mantiqueira alcança 2.787 metros no Pico das Agulhas Negras, na fronteira do estado do Rio de Janeiro, e 2.890 metros no Pico da Bandeira, perto da Serra dos Aimorés, que se estende ao longo da fronteira entre Minas Gerais e Espírito Santo.

Serra dos Aimorés
Serra dos Aimorés

A Serra dos Aimorés, região montanhosa dividida entre os estados de Minas Gerais e Espírito Santo, no leste brasileiro, ocupa uma área de cerca de 10.100 quilômetros quadrados. As montanhas formam um planalto de colina cristalina com uma altitude média de 900 metros. Eles são cobertos de floresta estacional semidecidual e são atravessados ​​pelo rio São Mateus e vários riachos menores. O rio Doce segue de perto a fronteira sudoeste da região montanhosa. Esta é a região de Minas que mais perto pode ter chegado de uma atividade vulcânica.

Será Que Houve Vulcão em Minas?

Qualquer um que observe a paisagem montanhosa da Serra dos Aimorés jamais imaginaria que pode sim ter sido local de uma possível cadeia de atividades vulcânicas, mas, se ocorreu de fato, foi cerca de 700 milhões de anos. Estamos falando de um período conhecido como orogênese brasileira, quando a forma e a posição dos continentes eram diferentes, e então talvez houvesse uma cordilheira extensa ao longo das margens de um mar estreito. Há pesquisadores que imaginam ter existido nessa época picos vulcânicos tão impressionantes quanto os picos andinos.

Tudo não passa porém de especulação pois faltam dados que ofereça embasamento a esta teoria. Os fragmentos de leitos marítimos e rochas agora expostos como afloramentos no território mineiro da Serra dos Aimorés, mais especificamente no que os cientistas denominaram arco vulcânico do Rio Doce, podem ter pertencido a uma grande península erodida no que é chamado de Cráton de São Francisco. Segundo os cientistas as rochas existentes no chamado arco do Rio Doce possuem consistência magmática e pertencem  a crosta oceânica continental singular daquele período, mas os pesquisadores admitem que são necessários mais estudos que corroborem a teoria.

Orogênese Brasileira

A orogenia brasileira é um processo orogênico ou neoproterozóico que ocorreu há cerca de 600 ou 700 milhões de anos e deu à luz o cráton sul-americano. Constitui uma fase local da orogenia pan-africana ou pan-gondwanana, devido à formação do antigo supercontinente Gondwana. Esta fase orogênica consiste principalmente na colisão do Cráton Amazônico e do Cráton do São Francisco.

Mapa do Cráton do São Francisco
Mapa do Cráton do São Francisco

Ao contrário da maioria das outras orogêneses, onde um longo período de subducção oceânica precede a colisão, o modelo de evolução tectônica da orogênese brasileira sugere que ela é o resultado de uma reversão de fenda continental e/ou proto-oceânico.

Cráton de São Francisco

O cráton do São Francisco é um cráton localizado na parte leste da América do Sul, que aflora em dois dos 26 estados brasileiros. Estende-se desde o norte do estado de Minas Gerais até o centro do estado da Bahia. É composto por quatro segmentos da crosta continental arqueana. O bloco de Gavião, a oeste (o mais antigo), o cinto orogênico Itabuna-Salvador-Curaçá ao longo da costa (a mais recente), o bloco Jequié sul e bloco de Serrinha para o norte.

Os blocos são separados por correias orogênicas que são formadas de rochas metamórfica de margem passiva de bacia antepaís e rochas plutônicas. Seus resultados de formação de colisão durante a orogenia transamazônica, entre 2,1 e 1,9 bilhões de anos atrás. Os blocos continentais formaram os cintos magmáticos arqueano e de amálgama e vulcano-sedimentares paleoproterozóicos.

O cráton do São Francisco estava localizado ao sul do supercontinente de Rodinia. Após a fragmentação da Rodínia no final do Proterozoico, há 700 milhões de anos, foi integrado no supercontinente Gondwana à sua fragmentação jurássica. Crátons da América do Sul e da África Ocidental formaram um único bloco antes da orogenia pan-africana. A abertura tardia do Oceano Atlântico deu à luz o Cráton do Congo na África Ocidental e São Francisco na América do Sul.

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