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Clima e Vegetação da Floresta Amazônica

Com quase 390 bilhões de árvores e 16.000 espécies diferentes, a floresta amazônica é o maior reservatório de biodiversidade do mundo. Existem quase 60 vezes mais árvores “adultas” na floresta amazônica do que seres humanos em todo o mundo. Não é à toa que tem sido nomeada como o pulmão da terra.

Listando o Ecossistema Amazônico

– Floresta tropical sempre verde: a mais rica e diversa. Alta proporção de leguminosas. Géneros representados: bertholletia, bombax, calycophyllum, carapa, cedrela, cordia, couroupita, fava, eperua, eschweilera (br), ficus, goupia, hevea, hura, hymenaea, hymenolobium, inga, manilkara, ocotea, parkia, pithecellobium, platymiscium, pouteria, pterocarpus, stychnos (br), swartzia, switenia, virola, vochysia (br), vouacapoua. Palmeiras: attalea, astronium, mauritia.

– Floresta perene sazonal: no leste e noroeste, onde a precipitação é inferior a 2.000 mm/ano. A renovação das folhas ocorre durante a estação seca.

– Floresta de Campina: Floresta sempre verde com folhagem de couro (caatinga amazônica). Árvores de 20 a 30 m de altura do gênero eperua, nepenthes miranda (en).

– Floresta de Carrasco: cobertura vegetal baixa, xerofílica, arbustiva (7 a 8 m), desenvolve-se em solos de areia branca cobertos por uma fina camada de húmus negro.

– Floresta de Várzea.

– Floresta de Igapo.

Mudanças Climáticas?

A floresta amazônica é um dos biomas mais ricos e importantes da Terra. No entanto, seu futuro está seriamente ameaçado pelas mudanças climáticas. O efeito dessas mudanças é indissociável do das atividades humanas. Assim, o desmatamento é responsável por mais da metade das emissões brasileiras de gases de efeito estufa.

De 5 a 7 milhões de km², de acordo com a delimitação adotada, a Amazônia concentra 10 a 15% da biomassa terrestre. Este é um conjunto geograficamente importante, que é muito maior do que a União Europeia, por exemplo. A Amazônia contém mais da metade da floresta tropical do mundo e 10-20% das espécies de plantas e animais.

A região amazônica pertence a nove países mas a maior parte da Amazônia, cerca de 60%, está no Brasil. A Amazônia Legal, a maior região administrativa do Brasil, compreende 5,2 milhões de km² distribuídos por nove estados. Embora a Amazônia Legal cubra mais de 60% do território brasileiro, possui pouco mais de 12% de sua população.

Suas trocas com a atmosfera fazem dela um elemento central do ciclo global do carbono e do debate sobre a mudança climática. Hoje, a combinação de desmatamento, incêndios florestais e mudanças climáticas está ameaçando o futuro da floresta amazônica. O principal elemento da evolução da Amazônia é o desmatamento, causado pelas atividades humanas e amplificado pelas mudanças climáticas.

Mudanças Climáticas na Amazônia
Mudanças Climáticas na Amazônia

Modelos de circulação geral predizem um aquecimento de 2 a 3ºC em 2050 acompanhado por uma diminuição na precipitação. Durante os anos 1990-2000, observou-se um aumento nas temperaturas de 0,5 a 0,8ºC. Tendências na precipitação são menos claras. Na parte norte da Amazônia, a precipitação diminuiu desde 1977, enquanto o oposto é observado na parte sul.

Tendências de longo prazo estão cheias de incerteza; um aumento na frequência de episódios de El Niño, bem como um aumento nas temperaturas oceânicas, poderia levar à redução das chuvas na Bacia Amazônica e a um aumento geral na variabilidade climática. Para 2080, os modelos de circulação geral predizem uma variação de precipitação entre -40% e + 10%.

Alterações Ambientais e Suas Causas

Durante os últimos anos, secas longas e pronunciadas foram observadas na Amazônia. A seca de 2005 foi particularmente severa, causando os menores níveis de água em 25 anos. As secas na Amazônia são geralmente associadas a episódios de El Niño, mas a de 2005 é devida a altas temperaturas no Oceano Atlântico. O impacto a longo prazo desta seca é difícil de avaliar.

 

Pesquisas indicam uma redução drástica na cobertura florestal da floresta amazônica ao longo deste século. O desmatamento tem um impacto significativo no clima local e nas chuvas, já que os solos e a vegetação desempenham um papel crucial na regulação da água.

Os solos amazônicos são, apesar da vegetação exuberante e abundante, de fato muito pobre e fina. Isso os torna vulneráveis ​​à erosão após o desmatamento, especialmente com as técnicas atuais, que produzem desbastes e mais perda de erosão do solo do que a derrubada tradicional.

Os incêndios florestais provavelmente serão mais comum nas próximas décadas, acelerando a perda de cobertura de floresta. É provável que a incidência de incêndios florestais aumente especialmente à medida que os eventos do El Niño se multiplicam.

Além disso, alguns sugerem que o índice de aerossóis libertados durante o fogo inibe a formação de gotas de chuva nas camadas inferiores da atmosfera e, assim, reduzirão a quantidade de chuva sobre as áreas limpas, já que cerca de 70% da precipitação da floresta tropical é gerada pela precipitação de vapor de água da evapotranspiração da vegetação.

El Niño no Mapa
El Niño no Mapa

As consequências ecológicas e sociais de tais mudanças seriam significativas. A secagem da bacia amazônica forçaria muitas espécies a migrar. Até 43% das espécies de árvores podem ser perdidas até o final do século 21. A parte leste da Amazônia pode gradualmente se tornar savana. Em geral, 40% da floresta é muito sensível até mesmo a uma pequena diminuição na precipitação.

Também os impactos na agricultura são geralmente considerados negativos. O milho, os cereais e a soja provavelmente sofrem com temperaturas mais altas e um clima mais seco. Em algumas áreas, como o nordeste do Brasil, a agricultura de subsistência pode ser ameaçada, aumentando a pressão sobre os recursos da Amazônia.

As consequências preocupantes para o clima global numa diminuição da cobertura florestal seria a redução do armazenamento de carbono em solos e da vegetação da bacia amazônica, que pode libertar-se para 60 GtC para a atmosfera.

A isto poderia ser adicionada uma redução significativa no sequestro de carbono na pluma oceânica da Amazônia se a sua extensão diminuir como durante a seca de 2005. O sequestro de carbono pela diatomácea diazotrófica é estimado em cerca de 1,5TgC/ano.

O Futuro do Clima e Vegetação da Amazônia

A Amazônia desempenha um papel fundamental para o Brasil em relação às mudanças climáticas. É ao mesmo tempo a principal fonte de emissão e a região mais ameaçada. A influência das atividades humanas representa o maior fator de incerteza nas previsões do bioma.

O feedback entre as mudanças climáticas regionais e as mudanças no uso da terra tem o potencial de precipitar o desaparecimento da cobertura vegetal e a aridificação do clima. Por outro lado, uma luta eficaz contra o desmatamento antrópico pode reduzir significativamente os impactos da mudança climática.

Espera-se que no futuro próximo, o Brasil adote um modo de desenvolvimento que leve em conta os imperativos sociais e ambientais e traga um progresso real, que não se limita a curto prazo e os benefícios pecuniários a despesa de capital natural amazonense.

Existem diversos padrões de desenvolvimento que destacam todas as riquezas da floresta tropical e beneficiam a população local. Os padrões de desenvolvimento da destruição da floresta têm o potencial, em conjunto com a mudança climática, de levar à perda de florestas, o que seria um grande desastre para o Brasil e o planeta.

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