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Astenosfera e Placas Tectônicas: Qual Sua Relação?

O planeta Terra é um lugar repleto de coisas verdadeiramente fascinantes, e que fazem dele um astro único em todo o Sistema Solar. Uma das suas características mais interessantes é a presença das chamadas placas tectônicas, “pedaços de terra”, que, literalmente, boiam na sua superfície. E, abaixo delas existe uma camada chamada astenosfera, que tem relação direta com muitos fenômenos ocorridos na camada mais externa de nosso planeta, onde, literalmente, vivemos.

E, é justamente essa relação que vamos abordar a seguir.

Características Básicas da Astenosfera

Aqui, temos uma camada formada pela região superior do manto, e que apresenta um aspecto mais fluido e pastoso do que a superfície da Terra, que é mais rígida. Esse aspecto vem da presença do magma, e que, por sinal, encontra-se em um movimento constante e ininterrupto. Trata-se também da camada que se encontra logo abaixo da litosfera, e por isso mesmo, interfere diretamente em sua dinâmica. A profundidade da astenosfera varia entre 100 e 400 km, e tem em sua composição mais básica silicatos de ferro e de magnésio.

A movimentação constante da astenosfera manifesta-se a partir do que denominamos de correntes de convecção, que, por sua vez, são responsáveis pela movimentação das placas tectônicas que fazem parte da Terra.

Características Básicas Das Placas Tectônicas

Até o seu interior, o nosso planeta é formado por camadas, e a mais externa delas é a que chamamos de litosfera. Apesar de ser rígida e bem resistente, ela é fragmentada em placas, que simplesmente “deslizam” sobre a camada inferior a elas. Mas, não só. Elas também colidem, convergem e se separam à medida que se movem nessa camada imediatamente inferior a elas (que é justamente a astrenosfera).

Nessa movimentação contínua, há um processo de criação e destruição que, apesar de lento, não para nunca. Através desse processo, placas são criadas onde outras se separam, e algumas são recicladas à medida que outras convergem entre si. É importante destacar que os continentes também se deslocam junto com as placas nessa constante movimentação.

As placas tectônicas, por sinal, possuem uma densidade menor que a do magma (a delas gira em torno de 2,5, enquanto que o dele é de aproximadamente 3,2). Esse é um dos motivos pelos quais as placas flutuam em um rio de lava tão quente (algo em torno de 1.000°C).

A Relação Entre a Astenosfera e as Placas Tectônicas

As correntes de conversão existentes na astenosfera são as responsáveis diretas pela movimentação característica das placas tectônicas. Isso acontece porque essas correntes funcionam de maneira endógena, empurrando a crosta terrestre, e interferindo nas placas tectônicas. É através dessa dinâmica que acontecem, por exemplo, terremotos, maremotos e vulcões. Não é à toa que alguns dos tremores de terra mais fortes e algumas das atividades vulcânicas mais violentas ocorrem justamente em regiões próximas às “bordas” das placas.

Porém, para além desses fenômenos, que podem ocasionar catástrofes caso não sejam antecipados, essa movimentação das placas graças ao magma da astenosfera produz outros resultados impressionantes. Um dos mais evidentes é a modificação do relevo terrestre, sendo essa a causa pela qual temos relevos tão distintos ao redor do globo.

Já parou pra pensar porque em determinados lugares existem montanhas altíssimas, e em outros, muitas vezes, bem próximos, existem planícies sem o mínimo de elevação? Pois, um dos motivos é essa movimentação constante das placas tectônicas ocasionada pela astenosfera. Inclusive, chamamos de movimento convergente o choque entre as placas, e de divergente quando elas se afastam.

O vulcanismo, resultado dessa movimentação toda, também é responsável pela transformação do relevo de determinadas regiões. Isso porque a quantidade de energia presente nesse no magma é tão grande que acaba sendo expelida para a superfície, o que acabou formando ao longo de milhões e milhões de anos planaltos, montanhas, e por aí vai.

Energias Que Movem as Placas Tectônicas

Você deve estar pensando: “é preciso uma energia tremenda para mover esses pedaços de terra enormes, não?”. Pois é, você acertou. Em se tratando da movimentação das placas tectônicas graças à camada da astenosfera, por sinal, existem dois pontos que agem diretamente nessa questão: o atrito e a gravidade.

No caso do atrito, essa força se refere basicamente às correntes de convecção do manto da superfície que são transmitidas através da astenosfera. Ou seja, é o movimento gerado pelo atrito da astenosfera com a litosfera. Essas correntes de convecção, inclusive, ocorrem devido ao calor extremo produzido no núcleo da Terra, o que acaba provocando a subida das massas quentes para o manto, enquanto as que são mais frias descem.

Movimento das Placas Tectônicas
Movimento das Placas Tectônicas

Já, outra energia que incide com bastante força na movimentação das placas tectônicas pela astenosfera é a gravidade. Nesse sentido, temos a classificação de três movimentos distintos das placas: o ridge-push, o slab pull e o atrito lunar.

O ridge-push se refere à elevação das placas a partir das cristas meso-oceânicas, causada justamente pela baixa densidade do material quente que ascende no manto. O slab pull se refere ao movimento das placas devido ao peso das que são frias e densas, e que se afundam naquilo que chamamos de fossas. Já, o atrito lunar faz menção à força de atração da Lua, cujo efeito da maré também interfere na movimentação das placas tectônicas.

O Histórico da Teoria da Placas Tectônicas

Engana-se quem pensa que a humanidade sabia detalhadamente a respeito das placas tectônicas e das camadas que compõem a Terra. Mesma que existissem algumas evidências e teorias, somente na década de 40 do século passado é que os estudos sobre esse tema ganharam corpo, e várias coisas foram comprovadas.

Foi a época da Segunda Guerra Mundial, quando foram criados mapas detalhados do relevo submarino, que mostravam a presença de cadeias de montanhas submersas. O intuito era viabilizar as operações de guerra, mas, com isso, começou a se perceber a presença real das placas tectônicas, e foi na década de 60, 20 anos depois, que começaram a serem explicados os fenômenos referentes aos movimentos de convecção do manto terrestre. Daí para ser formulada a Teoria das Placas Tectônicas, e começar a se explorar as camadas da Terra a partir da litosfera, foi um pulo.

E, graças a esses avanços, hoje podemos conhecer melhor o nosso planeta.

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