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A Maior Erupção Vulcânica de Todos os Tempos

A maior erupção vulcânica de todos os tempos – pelo menos segundo a maioria dos especialistas nesse evento – foi aquela que ocorreu no vulcão Tambora, e que, de acordo com os dados colhidos, foi responsável por ceifar a vida de mais de 90 mil pessoas no início do séc. XIX.

O vulcão está localizado na Indonésia, mais especificamente na ilha de Sumbawa – uma das milhares de ilhas do país (a leste de Bali), e considerada o paraíso dos surfistas, devido às suas ondas assustadoras e ao ambiente rústico e sem qualquer infraestrutura.

Um “prenúncio do Armagedon”, foi como algumas testemunhas classificaram esse evento ocorrido no dia 5 de abril de 1815, e que quase conseguiu atingir o nível máximo da classificação das erupções vulcânicas.

Foi uma verdadeira catástrofe que, de acordo com especialistas, só ocorre em espaços de milhares de anos, para o alívio dos que têm esse gigante como um dos vizinhos.

O impacto das explosões foi de tal magnitude, que conseguiu a façanha de reduzir em 50% o tamanho do vulcão, transformando-o em uma enorme “cratera lunar”, que hoje abriga um imenso lago como atração turística.

A maior erupção vulcânica de todos os tempos entrou em ação (após dar sinais anos antes) imediatamente lançando imensas quantidades de fluxos piroclásticos, com uma velocidade de mais de 690km/h e com temperaturas que quase atingiram os 600° C.

Os impactos reduziram a cinzas toda a fauna e flora do local e matou cerca de 9 mil pessoas quase que instantaneamente.

Mas os transtornos não pararam por aí! Seguiu-se o lançamento de fragmentos de rochas, gases e cinzas vulcânicas a cerca de 43km de altura, o suficiente para reduzir a pó florestas, lavouras, casas e estabelecimentos comerciais.

Após um descanso de cerca de 4 dias, o monstro despertou novamente, agora lançando quantidades ainda maiores de cinzas vulcânicas, que simplesmente transformaram o dia em noite (em uma questão de horas) em uma raio de quase 1km.

Quando a Maior Erupção de Todas Derrotou Napoleão

Reza a lenda que a maior erupção vulcânica da história teria contribuído para a histórica derrota do comandante Bonaparte na não menos histórica Batalha de Waterloo.

A batalha, ocorrida no dia 18 de junho de 1815, entre as forças francesas, inglesas e prussianas, em Waterloo, Bélgica, foi o “golpe de misericórdia” e o evento decisivo para o fim da história de Napoleão Bonaparte como Imperador da França.

Como vimos, essa erupção ocorreu em abril de 1815 – ano em que Napoleão recuperou, por um breve período, o seu posto de líder francês perdido 1 ano antes.

A essa altura, o Tambora já fazia dezenas de milhares de vítimas fatais, vomitava quase 200 milhões de m³ de lava, afetava sensivelmente o clima de todo o continente europeu e conseguia a façanha de quase atingir o nível máximo da classificação de intensidade de um vulcão.

Acreditem, os eventos resultantes da manifestação do Tambora, localizado na Indonésia (região entre o o Sudeste Asiático e a Austrália), teria sido capaz de afetar, drasticamente, a rotina de boa parte da Europa.

Imagem Ilustrativa de Napoleão em Seu Cavalo
Imagem Ilustrativa de Napoleão em Seu Cavalo

O que se diz é que a imensa quantidade de cinzas vulcânicas expelidas foram o suficiente para ampliar a quantidade de nuvens nos céus da Europa, e simplesmente estimular a antecipação de um período de chuvas.

O resultado foi o adiamento do combate – de forma inesperada –, enquanto uma tempestade abatia-se sobre a região, para a alegria dos inimigos da frança, que agora poderiam ter restabelecidas as suas forças.

O Tambora no Front de Batalha

Estudiosos afirmam que a natureza impôs um verdadeiro revés às tropas francesas, que de repente se viram em meio a um denso lamaçal – só lhes restando mesmo recuar, para o alívio das tropas inglesas e prussianas.

Tal efeito, segundo eles, teria sido o resultado das grossas nuvens que se formaram durante meses após os eventos de Tambora. Tais nuvens – por um desses efeitos só explicados mesmo pela ciência – foram capazes de gerar campos elétricos suficientes para produzir uma intensa precipitação por toda aquela região da Bélgica.

Tropas de Napoleão na Batalha de Waterloo
Tropas de Napoleão na Batalha de Waterloo

Se dois anos antes Napoleão acreditou que a famigerada Batalha das Nações, entre França, Rússia, Suécia e Prússia, tinha sido uma verdadeira “prova de fogo”, ele jamais suspeitaria que teria que bater-se de frente com o implacável Tambora – um vulcão que tinha como destino produzir a maior erupção vulcânica de todos os tempos.

Após quase 100 dias ensaiando o seu retorno glorioso ao poder (como um ex-exilado na misteriosa Ilha de Elba), o comandante voltava, contra tudo e contra todos, apostando nesse histórico combate como o seu passaporte para uma espécie de comando vitalício da nação.

Aspiração frustada por uma sucessão de acontecimentos, que ainda contaria com o gênio militar do futuro “Duque de Wellington”, para desembocar em um novo exílio de Bonaparte, agora na Ilha de Santa Helena, de onde só sairia morto, de forma misteriosa, em maio de 1821.

Um Vulcão Que Mudou a Europa

Erupção do Tambora
Erupção do Tambora

Parece um exagero, mas o que muitos estudiosos concluíram foi que as erupções do Tambora foram responsáveis por, simplesmente, diminuir em 3° C a temperatura do continente europeu.

Isso graças à quantidade de gases – entre eles, dióxido de enxofre, o gás carbônico, dióxido de enxofre, monóxido de carbono, ácido clorídrico, entre outras substâncias – , que foram capazes de bloquear a penetração dos raios solares no planeta.

E mais! Segundo os especialistas, até hoje é possível observar as consequências do desastre, que se refletem, inclusive, na saúde dos descendentes dos sobreviventes e da população atual da ilha, na seca que se abateu na região de Tambora, nos prejuízos para a agricultura, no surgimento de doenças até então desconhecidas, entre outros graves transtornos.

Já à época, esses distúrbios foram capazes de atingir uma dimensão inacreditável, como a grande quantidade de cinzas vulcânicas que teria se espalhado por todo o planeta, sendo notadas durante cerca de 2 anos nas regiões mais distantes da tragédia.

Atribui-se ao Tambora, por exemplo, as nevascas que assolaram o estado de Nova York um ano após os eventos, as geadas que se abateram sobre a ponta nordeste dos Estados Unidos, as chuvas de granizo que, de repente, modificaram a rotina dos moradores de Londres.

Bem como o surgimento de manifestações artísticas, de novas doenças, queda no PIB de alguns países, entre outras consequências da maior erupção vulcânica da história.

Em todo o Hemisfério Norte, o ano de 1816 ficou conhecido como “O ano sem verão” – o ano em que as consequências do vulcão se abateram sobre uma boa parte do planeta.

E, ao final, ainda abriu uma enorme discussão filosófica acerca da real capacidade do homem de impor alguma resistência às forças da natureza e sobre a sua pequenez diante da magnífica obra da Criação.

Para a maioria dos especialistas, o Tambora foi o responsável pela maior erupção vulcânica de todos os tempos. Mas, e para você? Algum outro mereceria tal honraria? Deixe a resposta em forma de um comentário. E continue acompanhando as nossas publicações.

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