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Tipos e Espécies de Tartaruga com Nome, Características e Fotos

As tartarugas são animais presentes na cultura infantil e são animais que despertam muita curiosidade. No texto de hoje, vamos falar bastante sobre esses animais e trazer todas as informações científicas sobre eles.

As tartarugas não estão na lista de animais de estimação mais comuns, mas elas sabem fazer a cabeça das pessoas. Esses répteis são tímidos, calmos e lentos, mas combinam perfeitamente com donos que possuem um estilo de vida tranquilo e em casas que um cachorro ou gato não é viável.

Todo réptil com uma carapaça nas costas é classificado como testudines ou quelônios. Dentre eles, temos as tartarugas, cágados e jabutis. Apesar de muitas pessoas não conhecerem pelos nomes e acharem que são tartarugas, cada tipo possui características próprias e que divergem entre si.

Portanto, primeiramente vamos diferenciar tartaruga, cágado e jabuti. Embora, muitos chamem todos esses animais de tartaruga, há diferenças entre eles.

Cágado

Cágado
Cágado

Esse quelônio é considerado semi-aquático, ou seja, realiza parte das suas atividades dentro da água e a outra parte fora.

O cágado não gosta de viver apenas na água doce. Pode ser observado uma diferença física nesse animal, pois seu casco é mais achatado, até um pouco ovalado.

O formato das patas são diferentes, possuem dedos com membranas para otimizar os movimentos feitos na água. Um exemplo de espécie é o cágado-de-barbicha.

Jabuti

O jabuti é a espécie que só fica na terra, não se adaptando ao ambiente aquático. O casco desta espécie é mais alto em comparação a tartaruga. Geralmente, os quelônios gigantes são jabutis.

As patas traseiras são de formato cilíndrico e as dianteiras tem escamas grossas e são bem curvadas. No Brasil, existem duas espécies de jabutis, o jabuti-piranga e o jabuti-tinga, o primeiro é menor e apresenta cores mais vivas em seu casco.

O Caráter dos Quelônios Aquáticos e Terrestres

É difícil definir exatamente o caráter desses répteis, mas é possível ter uma noção baseado no habitat que vivem e se são domésticos ou não. No caso do animais terrestres, o temperamento é mais forte e imprevisível.

No caso dos jabutis, que não se adaptam a água, geralmente são criados livres e estão a todo momento protegendo seus filhotes. Esse modo de vida faz eles estarem sempre na defensiva e desconfiados. Portanto, é importante ter cuidado perto deles.

No entanto, os quelônios aquáticos são mais tranquilos e calmos. As tartarugas, animais principalmente da água, se comportam muito bem cativeiro. Talvez, por causa desse caráter, elas são as mais escolhidas como estimação. Entretanto, essa calmaria não é sempre a regra. A tartaruga-aligator é um exemplo de agressividade estrema. Esse animal recebeu esse nome por causa da potente mordida.

Diferenças nas Patas

As patas constituem uma diferença nítida entre os habitantes da água e os da terra. Elas são adaptadas conforme o ambiente que o animal vive, por isso é um dos elementos mais importantes.

No caso de uma tartaruga  marinha, que ficam constantemente no interior da água, é claro que suas patas teriam um formato semelhante a nadadeiras. Elas são chamadas de membranas interdigitais, por se encontrarem entre os dedos das patas e ajudarem o animal a nadar.

No caso dos quelônios terrestres, essas membranas não existem e as patas têm forma de tuboe, são mais grossas, firmes e os dedos são mais desenvolvidos. Outra diferença é em relação às unhas. Nos animais de terra, elas são mais curtas e atrofiadas, já nos aquáticos as unha são compridas e acabadas em ponta.

Longevidade

Quem gosta destes répteis sabe que eles são investimentos de longo prazo. Pode ter algumas diferenças na longevidade das espécies aquáticas e terrestres, mas num geral vivem por muito tempo. Os quelônios da água costumam viver entre 15 a 20 na natureza. Em cativeiro, podem chegar até 30 anos se recebem bons cuidados.

Já os tipos da terra tem maior tempo de vida, podendo chegar até 100 anos. É claro que tudo isso irá depender da espécie, mas principalmente dos cuidados recebidos em casa. Na natureza, animais aquáticos e terrestres podem não ter uma longa vida, mas em cativeiro é bem possível.

Agora que já sabemos as diferenças entre jabuti, cágado e tartarugas, vamos falar especificamente das tartarugas.

Tartarugas no Brasil

No Brasil é possível encontrar cinco espécies de tartarugas marinhas, das sete existentes no mundo. Porém, todas elas são consideradas vulneráveis pela União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN), sendo que duas das tartarugas marinhas brasileiras estão em risco de extinção.

Segundo o Projeto Tamar, as tartarugas marinhas existem há mais de 150 milhões de anos. Elas vivem em águas tropicais e no Brasil são encontradas com frequência em Recife, Pernambuco.

Uma fêmea pode botar ovos de quatro a seis vezes por temporada. De acordo com estimativas, dos 100 filhotes nascidos, apenas um chegará à vida adulta.

O Projeto TAMAR

O projeto TAMAR é um dos projetos mais conhecidos no país e mundialmente sobre pesquisa e conservação de tartarugas no mundo.

De acordo com as informações presentes no site da organização, assim começou esse projeto:

Nos dias e noites em que o grupo de estudantes da Universidade Federal do Rio Grande ficou no Atol das Rocas, ao amanhecer, encontrou rastros e muita areia remexida na praia, mas eles não se davam conta de que a mudança no cenário era produzida pelas tartarugas que subiam à praia para desovar, durante a madrugada.

Em uma dessas noites, os pescadores que acompanhavam os estudantes mataram onze tartarugas de uma só vez. A imagem foi chocante para os que viram a cena, devidamente fotografada.

As expedições a praias desertas e distantes e a pesquisa dirigida, com o apoio do Museu Oceanográfico de Rio Grande, acabaram servindo de alerta para a necessidade urgente de proteção do ecossistema marinho.

Foi assim que a Faculdade de Oceanografia da FURG, onde ainda não se falava em conservação, acabou formando uma geração pioneira de ambientalistas no país, pois todos passaram a se dedicar profissionalmente à conservação marinha.

Hoje, o projeto TAMAR atua em diversos centros espalhados pelo país e atua na pesquisa e na sustentabilidade dos locais onde as tartarugas se encontram, como Fernando de Noronha, Ubatuba, Ceará, Bahia e Rio Grande do Norte.

Vamos conhecer agora as espécies de tartarugas que estão presentes no território brasileiro.

Tartaruga Cabeçuda ou Mestiça

Nome científico: Caretta caretta

Características: Esta espécie pode chegar até 136 cm de comprimento e seu peso varia de 100 a 180 kg. A Tartaruga Cabeçuda recebe esse nome devido ao tamanho de sua cabeça e por sua uma mandíbula extremamente forte. Sua população estimada é de 60 mil fêmeas em idade reprodutiva. As principais áreas de desova da Tartaruga Cabeçuda no Brasil são no norte da Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro e Sergipe.

De acordo com o Projeto TAMAR, essas são as informações sobre a tartaruga cabeçuda:

Status internacional: Vulnerável (classificação da IUCN)

Status no Brasil: Em Perigo (classificação do MMA)

Distribuição: Ocorre nos mares tropicais e subtropicais de todo mundo e também em águas temperadas

Habitat: Variável ao longo do ciclo de vida. Os filhotes e juvenis vivem em alto-mar; os adultos em áreas de alimentação situadas a profundidades entre 25 e 50m

Tamanho: Até 136 cm de comprimento curvilíneo de carapaça no Brasil

Peso: Média de 140 kg

Casco (carapaça):Carapaça óssea, com cinco pares de placas laterais (o que a diferencia das demais espécies), de coloração marrom-amarelado

Cabeça: Possui uma cabeça grande e uma mandíbula extremamente forte, com dois pares de placas pré-frontais e três pares de placas pós-orbitais

Nadadeiras: Anteriores/dianteiras curtas e grossas e com duas unhas; as posteriores/traseiras possuem duas a três unhas

Dieta: São carnívoras, alimentando-se de caranguejos, moluscos, mexilhões e outros invertebrados triturados com ajuda dos músculos poderosos da mandíbula.

Nº de ninhos no Brasil: Aproximadamente 8.200 por temporada.

Tartaruga Verde ou Aruanã

Nome científico: Chelonia mydas

Características: A Tartaruga Verde pode chegar até 143 cm de comprimento e pesa por volta de 200 kg.

Seu habitat é em águas costeiras com muita vegetação e são raramente vistas em alto-mar. A população estimada é de 203 mil fêmeas em idade reprodutiva.

As desovas acontecem principalmente na Ilha da Trindade (ES), no Atol das Rocas (RN) e em Fernando de Noronha (PE).

De acordo com o projeto TAMAR, essas são as informações sobre essa espécie de tartaruga:

Status no Brasil: Vulnerável (classificação do MMA)

Distribuição: Ocorre nos mares tropicais e subtropicais, em águas costeiras e ao redor das ilhas, sendo freqüente a ocorrência de juvenis em águas temperadas.

Habitat: Habitualmente em águas costeiras com muita vegetação (áreas de forrageio), ilhas ou baías onde estão protegidas, sendo raramente avistadas em alto-mar.

Tamanho: Até 143cm de comprimento curvilíneo de carapaça.

Peso: Média de 160kg.

Casco (carapaça): Quatro pares de placas laterais de cor verde ou verde-acinzentado escuro; marrom quando juvenis.

Cabeça: Pequena, com um único par de escamas pré-frontais e uma mandíbula serrilhada que facilita a alimentação.

Nadadeiras: Anteriores (dianteiras) e posteriores (traseiras) com uma unha visível.

Dieta: Varia consideravelmente durante o ciclo de vida: enquanto filhote é uma espécie onívora com tendências carnívoras, tornando-se basicamente herbívora a partir dos 25/35cm de casco.

Nº de ninhos no Brasil: Aproximadamente 4.800 por temporada.

Curiosidades: As áreas de desova no Brasil são as Ilhas oceânicas de Trindade, Reserva Biológica do Atol das Rocas e Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha.

Tartaruga de Pente ou Legítima

Nome científico: Dermochelys coriácea

Características: a Tartaruga de Pente é apontada pela IUCN como a espécie que está em situação mais arriscada de extinção.

As principais causas disso são a exploração de seus ovos nas praias, as perdas e a degradação de seu habitat, a captura e o fato de ficarem presas em redes de pesca.

Seu comprimento pode chegar até 114 cm e pode pesar até 150 kg. A desova é mais comum no litoral norte da Bahia e Sergipe e no litoral sul do Rio Grande do Norte.

De acordo com o projeto TAMAR, essas são as informações desse tipo de tartaruga:

Status internacional: Criticamente em Perigo (classificação da IUCN)

Status no Brasil: Criticamente em Perigo (classificação do MMA)

Distribuição: É considerada a mais tropical de todas as tartarugas marinhas e está distribuída entre mares tropicais e por vezes sub-tropicais dos oceanos Atlântico, Índico e Pacífico.

Habitat: Prefere recifes de corais e águas costeiras rasas. Pode ser encontrada, ocasionalmente, em águas profundas.

Tamanho: Até 110 cm de comprimento curvilíneo de carapaça no Brasil.

Peso: Em média 86kg

Casco (carapaça): Quatro placas laterais de cor marrom e amarelada, que se imbricam como telhas e dois pares de escamas pré-frontais.

Cabeça: Relativamente pequena e alongada. O bico se assemelha ao de um falcão. Dois pares de escamas pré-frontais.

Nadadeiras: Anteriores (dianteiras) e posteriores (traseiras) com duas unhas (garras).

Dieta: Esponjas, anêmonas, lulas e camarões; a cabeça e o bico estreitos permitem buscar o alimento nas fendas dos recifes de corais.

Nº de ninhos no Brasil: Aproximadamente 2.200 por temporada.

Curiosidades: Desova no litoral norte da Bahia e Sergipe; e no litoral sul do Rio Grande do Norte.

Tartaruga de Couro ou Gigante

Nome científico: Eretmochelys Imbricata

Características: A Tartaruga de Couro é a maior de todas as espécies e também corre risco de extinção. No Brasil já foram registrados animais com até 182 cm de comprimento. Seu peso pode chegar até 700 kg.

A população estimada é de 34 mil fêmeas em idade reprodutiva e suas desovas regulares ocorrem no litoral norte do Espírito Santo.

De acordo com o projeto TAMAR, essas são as informações sobre esse tipo de tartaruga:

Status internacional: Vulnerável (classificação da IUCN)

Status no Brasil: Criticamente em Perigo (classificação do MMA)

Distribuição: Todos os oceanos tropicais e temperados do mundo.

Habitat: Vive usualmente na zona oceânica durante a maior parte da vida. A única área regular de desova conhecida no Brasil situa-se no litoral norte do Espírito Santo.

Tamanho: Até 178cm de comprimento curvilíneo de carapaça.

Peso: Em média 400kg.

Casco (carapaça): Composto por uma camada de pele fina e resistente e milhares de pequenas placas ósseas, formando sete quilhas ao longo do comprimento, daí o nome popular, de couro. Apenas os filhotes apresentam placa

Cabeça: Proporcionalmente pequena, com mandíbulas poderosas em forma de W, com lâminas afiadíssimas para a captura de águas-vivas.

Nadadeiras: As dianteiras podem atingir mais de dois metros.

Dieta: A dieta é composta por zooplâncton gelatinoso, como celenterados, pyrossomos e salpas.

Nº de ninhos no Brasil: Aproximadamente 120 por temporada

Curiosidades: A área conhecida com desovas regulares situa-se no Litoral norte do Espírito Santo, próximo à foz do Rio Doce.

Tartaruga Oliva

Nome científico: Lepidochelys olivacea

Características: A Tartaruga Oliva é a menor das espécies encontradas no Brasil. Seu comprimento pode chegar até 82 cm e pesar em média 40 kg.

A população estimada mundialmente é de 800 mil fêmeas em idade reprodutiva. A área de desova está localizada entre o litoral sul do estado de Alagoas e o litoral norte da Bahia.

De acordo com o projeto TAMAR, essas são as informações sobre esse tipo de tartaruga:

Status internacional: Vulnerável (classificação da IUCN)

Status no Brasil: Em Perigo (classificação do MMA)

Distribuição: Mares tropicais e subtropicais, oceanos Pacífico e Índico. No Atlântico, ocorrem na América do Sul e na costa oeste da África.

Habitat: Principalmente águas rasas, mas também em mar aberto.

Tamanho: Média de 72cm de comprimento curvilíneo de carapaça.

Peso: Média de 42kg

Casco (carapaça): Seis ou mais pares de placas laterais, com coloração cinzenta (juvenis) e verde-cinzento-escuro (adultos)

Cabeça: Pequena, com mandíbulas poderosas que a ajudam na alimentação.

Nadadeiras: Dianteiras e traseiras com uma ou duas unhas visíveis, podendo ocorrer uma garra extra nas nadadeiras anteriores.

Dieta: É uma espécie carnívora. Alimenta-se de salpas, peixes, moluscos, crustáceos, briozoários, tunicados, águas-vivas, ovos de peixe e eventualmente algas.

Nº de ninhos no Brasil: Aproximadamente 8.700 por temporada.

Curiosidades: A área de desova está localizada desde o sul de Alagoas, passando por Sergipe, até o litoral norte da Bahia.

Tartarugas Presentes no Mundo

Das 7 espécies de tartarugas que existem, 5 são encontradas no território nacional brasileiro. Porém 2 não são. São sobre essas 2 espécies que falaremos agora.

Tartaruga Flatback

Nome Científico: Natator depressus

Status internacional: não definido pela IUCN

Distribuição: Limitada às aguas dos litorais das regiões noroeste, norte e nordeste da Austrália e do golfo de Papua Nova Guiné

Habitat: Prefere águas costeiras, baías e recifes de coral

Tamanho: Possui em média 90 centímetros de comprimento curvilíneo de carapaça

Peso: Pesa em média 120 quilos

Casco (carapaça): 4 placas laterais de coloração acinzentada, com tons de marrom e amarelo, formato oval, corvo reto, achatado e liso. Cabeça: a cabeça possui um único par de placas pré-frontais.

Nadadeiras: dianteiras e traseiras com uma unha

Dieta: variada, alimentando-se essencialmente de pepinos-do-mar, medusas, moluscos, camarões grandes, briozoários e outros invertebrados

Estimativa de população mundial: menos de 7.500 fêmeas em idade reprodutiva.

Kemps Ridley

Também chamada de tartaruga de kemp. A tartaruga-de-kemp é uma pequena tartaruga marinha de cor verde-acinzentada, que pode ser encontrada no Oceano Atlântico.

Seu nome científico é Lepidochelys kempii

A maioria dos adultos vive no Golfo do México; os jovens variam entre áreas dos litorais tropicais do noroeste ao sudoeste do oceano Atlântico.

As tartarugas-de-kemp medem entre 60 e 70 cm de comprimento, contando as curvas da carapaça. E seu peso varia entre 35 e 50 quilogramas.

Esta tartaruga é uma espécie sob sério risco de extinção tendo sido considerada a tartaruga marinha mais rara do planeta. O número estimado de ninhos desceu de 60.000 em 1947 para apenas 702 em 1985. Atualmente, graças ao esforço de proteção por parte dos governos do México e dos Estados Unidos da América, o seu número começa novamente a aumentar tendo sido estimados 6.000 ninhos no ano 2000.

A tartaruga-de-kemp é considerada uma das espécies de tartaruga marinha com território mais restrito sendo os adultos avistados quase exclusivamente no Golfo do México. Juvenis e sub-adultos são mais frequentemente avistados por toda a orla costeira tropical do Atlântico Ocidental, deixando-se ocasionalmente levar pela corrente do golfo até a Terra-Nova no Canadá ou para as costas da Europa e norte de África.

Por que as Tartarugas Brasileiras Estão em Extinção?

Das tartarugas que desovam no litoral brasileiro, de cada mil filhotes que nascem, apenas dois conseguem atingir a maturidade. Portanto, são espécies que embora tenham filhotes, há pouca sobrevivência deles até a fase adulta. Isso não contribui para o seu aumento populacional.

Os filhotes de tartaruga encontram vários obstáculos para conseguirem chegar até a maturidade: obstáculos naturais, como falta de adaptação e busca por comida ineficiente, predadores naturais, dentre outros.

Mas a ação do homem acaba sendo a principal causa, sobretudo com a pesca incidental, que ao longo do litoral usa redes de espera em alto-mar e redes de deriva. As tartarugas filhotes e jovens raramente conseguem se desprender dessas redes.

Além disso, a poluição do litoral não contribui, com diversos objetos sendo atirados pelo Homem, bem como o esgoto sendo depositado no mar. As tartarugas jovens, em busca de comida, acabam se alimentando de plástico e demais materiais revestidos de matérias orgânica, porém sendo indigeríveis e acabam falecendo com isso.

Outro fator a ser citado é o trânsito de veículos nas praias de desova. O projeto TAMAR procura, em algumas praias, cuidar para que não haja veículos passeando em determinadas regiões onde há desova, mas esse cuidado não é algo constante em todas as praias do Brasil nas quais as tartarugas fazem desova.

Avaliação do Risco

A ICMBio classifica as espécies em extinção de tartarugas em diferentes estados: Em Perigo, Vulnerável e Criticamente em Perigo. De acordo com a última classificação, a Tartaruga de Pente e a Tartaruga de Couro estão Criticamente em Perigo.

A Tartaruga Cabeçuda está Em Perigo, assim como a Tartaruga Oliva. Já a Tartaruga Verde encontra-se Vulnerável.

O estado ‘Criticamente em Perigo’ é o estado que antecede o ‘Extinto por Natureza’, no qual a espécie não existe mais em seu habitat natural, podendo ainda existir em reprodução em cativeiros.

Como Cuidar de Tartarugas

Caso você tenha escolhido uma tartaruga para ter como animal de estimação, é importante ter alguns cuidados.

As tartarugas existem no mundo há mais de 200 milhões de anos. Andaram pelo planeta Terra durante a mesma época dos dinossauros.

Durante todo esse tempo, desenvolveram algumas características, preferências e necessidades especiais. E em nome disso, alguns cuidados tem que ser tomados para que as tartarugas cresçam bem, saudáveis, no ambiente que você escolheu.

1 – Escolha sua tartaruga

Existem muitas variedades de tartaruga e há diversos fatores a considerar quando se trata de escolher uma espécie, desde a aparência ao ambiente que a tartaruga escolhida prefere e quanto dinheiro quer investir nessa criatura encarapaçada.

Qualquer tipo de tartaruga que você escolher será um animal de estimação maravilhoso para sua família, uma vez que você se comprometer a cuidar dessa raça em particular.

Lembre-se que embora seja pequena e fofa quando filhote, as tartarugas crescem e podem virar animais de até 60 cm, portanto leve isso em consideração quando pensar no seu ambiente.

Esse ambiente vai comportar um animal grande? Você terá condições financeiras de cuidar desse animal daqui a vários anos, já que a tartaruga costuma viver por vários anos?

2 – Compre uma Tartaruga de um Vendedor de Confiança

Tartarugas são animais silvestres, portanto se você decidir ter uma é importante lembrar-se de adquirir sua tartaruga de um vendedor de confiança, com registro do IBAMA.

Isso será sua garantia que aquele animal não é ilegal e não foi transportado de maneira inadequada. Isso também garante que aquele animal está sendo entregue a você em boas condições de saúde.

Encontre um vendedor que se orgulhe de fazer um serviço personalizado, quer esteja visitando uma pet shop ou tentando comprar pela internet. Se o vendedor disser que será fácil contatá-lo após o fechamento da compra, então é mais provável que você esteja fazendo uma transação segura.

Alimentando a Tartaruga

Existem algumas restrições legais quanto ao fato de manter ou criar algumas espécies de tartaruga, especialmente em relação às raças mediterrâneas. Se esse é o caso da tartaruga que você escolheu, assegure-se de que o lojista tem registro no IBAMA.

Portanto, evite comprar seu animal em exposições de répteis, pois é provável que você nunca mais consiga localizar o vendedor após ter adquirido o animal.

3 – Tenha Certeza que Você Pode Comprometer-se Com uma Tartaruga Por um Longo Tempo

Se você pensa em ter um animal de estimação por um, dois anos no máximo, definitivamente a tartaruga não é a sua escolha de animal.

As tartarugas podem viver de 50 a 100 anos, o que significa que seu adorável bichinho poderá viver mais do que você. Porém, não deixe que isso o assuste; apenas cuide para ter uma tartaruga de estimação quando viver em um ambiente estável e lembre-se de que terá que encontrar alguém para cuidar dela se precisar se mudar ou não estiver mais ali.

4 – Alimentando sua Tartaruga

O tipo de comida que ela come dependerá bastante da espécie escolhida. É importante perguntar ao vendedor ou cuidador de origem do seu animal quais itens você pode incluir na dieta básica dele.

Em geral, porém, a maioria das tartarugas se alimenta de um misto de vegetais que você pode encontrar em qualquer quitanda.

Quando são filhotes, elas precisam comer alimentos leves e mais macios, pois suas minúsculas mandíbulas encontrarão dificuldade em moer alimentos mais duros.

Alimentando sua Tartaruga

Elas comem quase todos os vegetais, como brócolis, ervilhas ou couve, principalmente se você misturá-los, mas é importante saber do que sua tartaruga específica precisa.

Pode ser que você tenha que dar suplementos à sua tartaruga. Um veterinário poderá indicar corretamente se há necessidade e quais são esses suplementos.

Mas de maneira geral, os suplementos precisam ter Cálcio e Vitamina A. Vitamina D3 também é recomendada para tartarugas que vivem dentro de casa, sem muito contato com o sol.

Algumas tartarugas preferem folhas de dente-de-leão, aipo, alface e algumas frutas. Uvas são uma opção válida.

5 – A Importância da Água Para a Tartaruga

É importante que a tartaruga sempre tenha água disponível para ela. Deve-se ter cuidado para ela não entornar o recipiente, nem que ela possa se afundar totalmente nele.

Além da água para beber, é interessante deixar algum recipiente raso, que ela possa submergir uma parte da cabeça na água, mas não totalmente.

Uma boa dica é fazer um buraco na terra e encaixar o pires ou a tigela, para que assim ela não corra o risco de entornar.

Troque a água diariamente.

6 – Segure a Tartaruga com Muito Cuidado

O simples fato de segurar a tartaruga pode ser estressante para o animal. Tartarugas são bichos que não são acostumados e ficarem no colo ou sendo segurados pelas mãos o tempo todo, portanto cuidado é fundamental.

Nunca derrube a tartaruga, pois se o casco quebrar, o animal pode vir a morrer.

É melhor admirar a tartaruga de distância. Explique isso as crianças e tenha bastante cuidado, se ela for ainda pequena, para não pisar nela.

Segure a Tartaruga com Muito Cuidado

7 – Se Filhote, Mergulhe-o na Água Algumas Vezes na Semana

As tartarugas precisam de hidratação, especialmente quando jovens. Quando a trouxer para casa pela primeira vez, deverá mergulhá-la na água algumas vezes durante a semana, para que ela se sinta completamente hidratada, cuidando para que sua cabeça fique acima da água. Normalmente, depois que a tartaruga ser mergulhada, ela começará imediatamente a beber água. Isso será um sinal de que tudo está correndo bem.

Lembre-se de que muito nem sempre é o bastante quando se trata de mergulhar sua tartaruga na água. Dia sim, dia não, no máximo, já deve ser ótimo. A água tem que estar morna.

8 – Escolha o Tipo de Abrigo Para sua Tartaruga

É ideal que faça alguns abrigos externos para ela. Algumas pessoas acreditam que é desumano criar uma tartaruga apenas dentro de casa.

Se quiser mesmo assumir o compromisso, saiba que deverá estar preparado para fazer alguns abrigos externos, a menos que a tartaruga seja muito pequena ou de uma espécie que seja capaz de permanecer apenas em casa.

Se quiser que ela seja um animal de interior, então faça uma pesquisa e escolha uma espécie que saiba lidar com isso.

Você ainda pode misturar e combinar, mantendo sua tartaruga dentro de casa nos meses mais frios e deixando-a ao ar livre durante os meses quentes. Você deve estar preparado para ambas as opções.

Cuidando de uma Tartaruga em Ambiente Interno

Se o seu local de moradia não tem acesso a ambiente externo (exemplo, um apartamento sem sacada), portanto a tartaruga só terá o ambiente interno para viver, alguns cuidados são importantes para manter seu bichinho saudável.

Veja essas dicas importantes:

1 – Escolha um Abrigo Interno Adequado

Você pode escolher um aquário de vidro ou um terrário. Apenas tenha em mente que você deve ter pelo menos 6 m² disponíveis para um filhote.

Um tanque pode servir para um filhote, mas ele ficará maior muito em breve, e você precisará garantir que seu animal tenha bastante espaço para crescer.

Você pode usar vidro, mas as tartarugas ficam frustradas porque tentam atravessá-lo. Você pode colar papel do lado de fora do tanque para evitar que elas se confundam.

Você também pode usar uma caixa de plástico ou uma bacia média para um filhote. Algumas delas têm o bônus de ter os lados foscos, que não frustrarão as tartarugas como o vidro.

O cercado precisa ser alto o suficiente para a tartaruga não escapar.

2 – Pense na Iluminação

Se a tartaruga vive um pouco que seja no ambiente externo, ela terá contato com o sol e você não tem que se preocupar com isso. A vitamina D é muito importante para a tartaruga.

Mas para as tartarugas que só vivem em ambientes fechados, a iluminação tem que ser uma preocupação.

Você precisa usar uma luminária, que deve ter pelo menos 100W de potência para o calor, e outra luz UV sob a qual sua tartaruga possa se aquecer.

Uma única lâmpada a vapor de mercúrio basta para proporcionar ao seu bicho o calor e a luz necessários.

A temperatura da lâmpada deve estar entre 30 e 35 °C, mas isso varia de acordo com a espécie.

Posicione a lâmpada corretamente para que sua tartaruga seja capaz de absorver o calor enquanto descansa.

Fornecer calor e luz à sua tartaruga não é apenas essencial como é também útil para a felicidade da sua criatura. Elas adoram tomar um banho de luz!

3 – Pense no Substrato Apropriado

O substrato é o local onde a sua tartaruga ficará pisando e estará. Portanto é importante lembrar que ele não seja muito úmido, pois a umidade nesse caso propicia o desenvolvimento de bactérias e fungos, aumentando o risco da tartaruga contrair uma infecção.

Esse substrato também não pode ser completamente seco.

Portanto, considere algumas alternativas: se o animal precisa de umidade média a alta, o substrato precisa ser capaz de reter a umidade muito bem. Fibra de coco, ou turfa são alguns desse tipo de substrato.

Substrato Apropriado para Tartarugas

Se a tartaruga precisa de um clima mais seco, então o substrato deve conter fibra de coco seca ou pedaços de grama.

Evite usar areia no substrato, pois as tartarugas podem comê-la e prejudicar-se por isso.

Quando a tartaruga for de ambiente externo, o substrato não tem muita importância, já que o ambiente natural pode ser apropriado. Você pode acrescentar mais turfa ao ambiente, como um estímulo adicional. Apenas verifique se os aditivos são livres de substâncias químicas e pesticidas.

Cuidando de uma Tartaruga em Ambiente Externo

O ideal para a tartaruga, quando possível, é que ela tenha contato com o ambiente externo, sobretudo quando o clima estiver mais quente. Mas você não pode simplesmente larga-la no quintal e ela que se vire. Não é assim!

É preciso que você cuide para que a tartaruga não saia perímetro e acredite, mesmo ela sendo lentas, elas conseguirão escapar se esse cuidado não for tomado.

1 – Construa uma Barreira Protetora

É possível usar blocos de concreto empilhados com argamassa ou muros de madeira pintada ou envernizada.

A tartaruga tentará fazer uma toca cavando os cantos do cercado, para torná-lo seguro e agradável. Se ela fizer tocas, você pode acrescentar malha de arame abaixo da superfície da barreira para mantê-la segura.

As tartarugas geralmente não lidam bem com o frio, portanto, se vive em área de clima mais frio, será preciso preparar-se para colocar sua tartaruga para dentro durante uma parte do ano (a menos que a mantenha dentro de casa o tempo todo).

Se for o caso, você deve escolher uma tartaruga que se dê bem em ambientes internos por uma parte do ano, pelo menos. Será mais fácil se você morar em uma região de clima muito quente e quiser ter uma tartaruga do lado de fora, mas será preciso fazer sombra para certas espécies de tartaruga. Elas buscam sombra.

2 – Forneça Abrigo Para sua Tartaruga

As tartarugas buscam abrigo em dias de maior frio, vento ou chuva e até de calor intenso. Buscam locais que possam se sentir seguras.

O certo é fazer uma caixa de esconderijo para seu bichinho dormir e se proteger das mudanças no clima. Você pode fazer um abrigo de madeira e cobri-lo com alguns centímetros de areia, bem como um elemento aquecedor para o frio, se necessário.

Primeiro, apenas cave um grande buraco. Você pode colocar uma barreira de madeira compensada no fundo do buraco.

Acrescente um teto na caixa de esconderijo para abrigar sua tartaruga.

Cubra o abrigo com terra.

3 – Coloque Plantas Perto da Tartaruga

Plantas ajudam a controlar o nível de nitrato do solo, portanto são importantes também por isso. Opte sempre por plantas não-tóxicas

E pra finalizar esse texto, siga essas dicas:

  • Estimule a tartaruga, sempre a fazer buracos ou a se mexer um pouco;
  • Não se preocupe se ela fechar os olhos, apenas mergulhe-a em um pouco de água. Se for algo crônico, aí sim pode ser sinal de infecção ou falta de vitaminas;
  • Proteja a tartaruga de outros animais, como cachorros ou gatos;
  • Mantenha sua carapaça firme e não a derrube no chão;
  • Qualquer mudança de comportamento, consulte um veterinário.

É importante lembrar que a tartaruga é um bichinho delicado e que pode viver saudável por muitos anos. Mas cuidados são necessários e qualquer mudança no comportamento do animal deve ser investigado por um profissional da área veterinária.

Além disso, manter o animal seguro, bem-alimentado e protegido seja em um ambiente externo quanto interno é algo simples de fazer, basta seguir as dicas dadas nesse texto e ter um bom acompanhamento.

Certamente, você e sua tartaruga viverão muito tempo felizes um com o outro.

Fontes: https://canaldopet.ig.com.br/curiosidades/2017-11-06/tartarugas-tipos-domesticas.html

https://www.pensamentoverde.com.br/meio-ambiente/conheca-5-especies-de-tartarugas-marinhas-brasil/

https://www.tamar.org.br/tartaruga.php?cod=18

https://pt.wikihow.com/Cuidar-de-uma-Tartaruga

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