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Reprodução Do Ornitorrinco: Filhotes E Período De Gestação

O ornitorrinco é um dos animais mais estranhos e peculiares do mundo devido à sua aparência. Trata-se de um ser raro, mas que nem por isso deixa de ter características comuns a todos os seres vivos, como a capacidade de se reproduzir. E, esse é o assunto que abordaremos a seguir.

O Ornitorrinco E O Seu Sistema Reprodutivo

Em média, esse animal vive por volta de 15 anos, numa expectativa de vida que pode ser tanto na natureza, quanto em cativeiro. Mesmo tendo um tempo de vida relativamente curto, os espécimes de ornitorrinco só começam a se reproduzir com cerca de 7 anos de vida.

Após o acasalamento, as fêmeas podem colocar de 2 a 3 ovos apenas, com os filhotes nascendo apenas após o sexto ou o sétimo dia após a colocação desses ovos. Ou seja, muito rapidamente eles se desenvolvem, e já nascem para serem devidamente cuidados pela mãe. O ninho em que as fêmeas botam seus ovos é feito na terra, em um túnel de, pelo menos, uns 1,8 m de profundidade.

Os filhotes desse bicho, inclusive, nascem completamente pelados e cegos, possuindo um único dente na ponta do seu bico (que já está formado), e que serve para saírem dos seus respectivos ovos com bem mais facilidade. Contudo, é bom ressaltar que logo após o nascimento, esse dente imediatamente cai.

Porém, é curioso notar que mesmo a reprodução dos ornitorrincos sendo feita na base da coloração de ovos, eles são mamíferos, ou seja, as fêmeas produzem leite materno que servirá para alimentar os filhotes em suas primeiras semanas de vida. Neste caso aqui, o leite da fêmea sai através de poros em seu abdômen, tendo os filhotes que lamberem essa parte do corpo da mãe para poderem se alimentar, não necessariamente “mamando” ao pé da letra, já que esse animal não possui mamas.

Além disso, os filhotes recebem os devidos cuidados até alcançarem o tamanho médio de 30 cm (metade do tamanho de ornitorrinco adulto). Após isso, passam a viverem sozinhos.

Outras Características Singulares Desse Animal

Além da questão reprodutiva do ornitorrinco ser bem interessante, com ele botando ovos, e, ao mesmo tempo, sendo um mamífero, ele possui outras particularidades bem interessantes. Por exemplo, são animais totalmente adaptados à um estilo de vida a água. No geral, conseguem mergulhar por cerca de 2 minutos sem precisar vir à superfície para respirarem.

Já quando estão dentro da água, membranas especiais protegem seus olhos, ouvidos e narinas, o que faz com que fiquem temporariamente cegos e surdos enquanto estão mergulhando. Mas, então como procuram alimentos desse jeito, já que suas presas preferenciais estão justamente na água? Simples: eles possuem um sentido que se chama eletrorrecepção, no qual terminações nervosas bastante sensíveis localizadas em seus bicos detectam os campos magnéticos gerados pelas suas presas através de contrações musculares.

Existe também outra característica bem interessante do ornitorrinco que é a produção de veneno por parte do machos, que possuem esporões nos tornozelos, e que secretam uma peçonha composta por, principalmente, proteínas DLPs. Esse veneno acaba tendo a capacidade de matar pequenos animais, e o ápice da produção desse veneno é justamente na época reprodutiva desses animais. Por causa disso, muitos acreditam que esse veneno também tem uma função social, que é servir como elemento de dominância para defender territórios contra machos que sejam rivais.

Uma Reprodução Que Ajudar Na Evolução Da Biologia

Filhote de Ornitorrinco
Filhote de Ornitorrinco

O sistema reprodutor do ornitorrinco não é apenas peculiar, como também ajudar a moldar concepções fundamentais para a biologia moderna. De maneira científica, esse animal foi descrito pela primeira vez em 1800, no livro História Geral dos Quadrúpedes, do naturalista Thomas Bewick. Só lembrando que faltavam mais trinta anos para surgir a Teoria das Espécies de Darwin, que viria a revolucionar a ciência em diversos parâmetros.

O ornitorrinco, de início, foi um animal que desafiou a convenções biológicas, que, na época, estavam mais atreladas a conceitos religiosos do que científicos propriamente ditos. Vários cientistas passaram anos tentando entender como um animal podia ser tão diferente, tanto na forma, quanto nas suas características mais intrínsecas. Em 1824, já se sabia que as fêmeas desses bichos botavam ovos e davam leite para os seus filhotes.

Somente muitos anos depois que, finalmente, o ornitorrinco conseguiu uma classificação biológica, que dividiu com outro animal igualmente peculiar, a equidna. Ambos fazem parte da ordem dos chamados monotremados, ou seja, mamíferos que põem ovos, um grupo de animais exclusivo da Oceania. Hoje em dia, os monotremados em geral não correm risco de extinção, mas, é notório que suas populações vêm diminuindo com o passar dos anos.

Algumas Pequenas Curiosidades a Mais Sobre Os Ornitorrincos

Bem, além de um sistema reprodutivo tão diferenciado assim, esses animais também possuem outras características igualmente interessantes. Uma delas é que são animais que não têm estômago. Isso porque eles conseguiram abdicar de uma parte produtora de ácido de suas entranhas. Além deles, outros seres também conectam o esôfago diretamente com o intestino, como algumas espécies de peixes, por exemplo.

O termo monotremado quer dizer “buraco único” em grego. Bom salientar que só existem 5 espécies de monotremados no mundo (1 de ornitorrinco e 4 de equidnas). Esses animais se dividiram dos mamíferos há cerca de 166 milhões de anos atrás, mas, somente em 2008 que cientistas conseguiram mapear o DNA de um ornitorrinco. Foi a partir daí que se descobriu, definitivamente, que os ornitorrincos possuem genes derivados de répteis, aves e mamíferos.

No processo evolutivo, muitas partes do corpo dos ornitorrincos passaram a servir a diversos propósitos. É o caso de suas caudas, por exemplo, que se assemelham às de castores. Contudo, ao contrário das caudas desses roedores, que servem para baterem na água como aviso ou como uma espécie de remo para nadarem, as dos ornitorrincos servem como depósitos de gordura, podendo guardar até 50% dela em caso de falta de comida no habitat do animal. A pelagem que fica na parte de cima também é útil para afastar a sujeira de túneis que estão sendo cavados.

Como se vê, trata-se de um animal bastante diferente em vários aspectos (e não somente em termos reprodutivos).

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