A fauna antártica está quase completamente concentrada nas águas do Oceano Antártico e na orla costeira da Antártida e é quase inexistente no manto de gelo. Sua biomassa é uma das maiores do planeta.
Antes de mais nada é importante ressaltar que, se analisarmos o assunto extensivamente, faríamos não um artigo mas um livro. Existem pelo menos 300 espécies de peixes vivendo lá, só para começar.
Além disso, numerosas aves estimadas em 200 milhões de indivíduos para 40 espécies, incluindo 4 espécies de pinguins que costumam se agrupar nessas regiões em épocas de acasalamento.
Entre cetáceos e pinípedes, existem 8 espécies, incluindo 4 que também se reproduzem na Antártida. Muitas dessas espécies ainda carecem de dados e, portanto, mesmo que fosse um registro literário extensivo, seria deficiente de dados.
Sendo assim, apenas para satisfazer a abordagem de nosso artigo, tentaremos falar pelo menos de algumas espécies mais representativas da região, dentre a grande diversidade existente.
Os Pinguins na Antártida
Os pinguins imperadores vivem na Antártida. Eles geralmente se reproduzem em um pacote estável não longe das costas. As colônias que se formam, portanto, procuram áreas planas protegidas dos ventos por rochas ou icebergs para se instalarem.
Se estendermos o pólo para outras partes congeladas do hemisfério sul, então podemos incluir também nessa lista os pinguins de Magalhães. É um pinguim típico das costas do sul, se reproduzindo nas costas da Argentina, Chile e Ilhas Falkland.
Outro pinguim do hemisfério sul que as vezes coloniza partes da Antártida é o pinguim de penacho amarelo, principalmente os que pertencem a subespécie eudyptes chrysocome filholi, colonizador de várias ilhas subantárticas como Ilhas Falkland, Ilhas Kerguelen, Ilhas Auckland, etc.
Todos os pinguins que mencionamos coabitam em regiões da Antártida pela busca de alimentação e também para fins reprodutivos, especialmente o pinguim imperador, o mais coabitante do pólo dentre todos. De todos os pinguins, apenas o pinguim imperador tem coragem de passar o período reprodutivo durante o inverno da Antártica, e enquanto estiver lá, se for preciso ele pode peregrinar por 50 ou até 120 km no gelo.
Outras Aves na Antártida
Além dos pinguins, uma infinidade de outras aves sobrevoam a região em busca de comida invariavelmente. Uma região com tamanha fartura de peixes, cefalópodes e também crustáceos é sem dúvida um parque de atrações.
O cormorão é um deles. Muitas vezes chamadas de corvos marinhos, essas aves aquáticas de médio a grande porte são consideradas cosmopolitas, com uma distribuição mundial. E algumas dessas são frequentadores assíduos das regiões sub-antárticas.
O albatroz de sobrancelha é considerado um habitante circumpolar dos oceanos do sul e, consequentemente, volta e meia dá os seus rasantes nas regiões da Antártida em busca de valiosas presas. Ele também se reproduz em ilhas ao redor da Antártida.
As regiões marítimas no entorno da Antártida são bastante superpopulosas de peixes e, portanto, muito atrativos para os animais inclusive o homem que invade os mares com navios pesqueiros por lá também. As aves aproveitam muitos dos restos perdidos desses pesqueiros,
O albatroz é eficiente em seus vôos rasantes pra capturar sua alimentação na superfície do mar, mesmo furtando dos barcos. O cormorão igualmente o faz, além de ser especialista também em ele mesmo mergulhar fundo na água pra buscar o que deseja. De fato, o cormorão se precisar mergulha nas águas geladas e indo tão profundo quanto 40 metros ou mais! É uma ave de grande habilidade realmente, tanto no ar quanto no fundo do mar.
Os Pinípedes na Antártida
Um dos mais temíveis predadores dos pinguins, a foca leopardo vive nas águas frias que cercam a Antártida. Nos meses de verão, as extensões cobertas pela matilha e algumas ilhas subantárticas vivem, permanecendo no entanto durante a maior parte do tempo na água, mas frequentam o ambiente das colônias de pinguins. É considerado o mais poderoso predador do continente antártico.
Os elefantes marinhos do sul vivem nas águas do Antártico e nas áreas do sul do Pacífico, Índico e Atlântico. No final do inverno austral, os machos atingem as costas arenosas de algumas ilhas subantárticas, onde começam a lutar para delimitar seus territórios, na intenção de começar seu harém.
Na verdade, os elefantes marinhos do sul não ficam na superfície por um longo tempo, apenas na hora de reabastecer e mergulha de volta ao mar. Em busca de sua comida, ele pode facilmente passar mais de 20 minutos caçando sua comida, que consiste principalmente de lula e peixe. Há registros de elefantes marinhos permanecendo submersos por horas.
Outros pinípedes também são frequentadores de regiões sub antárticas semelhantes aos mencionados. E todos por razões semelhantes: comida e também em busca de fêmeas no período de acasalamento e reprodução. Nessas épocas, os embates entre presas e predadores são dignos de nota.
Cetáceos na Antártida
Levando-se em consideração o tamanho dessa baleia e a proporção que precisam comer, dá pra entender porque a baleia azul é uma grande frequentadora dos mares da Antártida. Especialmente a espécie balaenoptera musculus intermedia que, embora possa ser encontrada em todos os oceanos, uma grande população desses animais passa o ano inteiro perto da Antártida.
A baleia azul alimenta-se quase exclusivamente de krill, embora também consuma copépodes, e por isso a baleia azul vive em lugares onde o krill é abundante porque haja krill para alimentá-la (o que veremos mais adiante). De fato, a baleia azul consegue comer mais de 3600 kg de krill em um dia!
Outro cetáceo frequentador assíduo dos mares gelados da Antártida são as famosas orcas assassinas. E adivinha porque? Por alimentos também, é óbvio. Aqui, são os pinguins as grandes presas, mas não as únicas, que atraem essas baleias para o pólo com enorme frequência.
O Oceano Antártico é onde existem os mais diferentes tipos de orcas vivas. E se a foca leopardo pode ser considerado um dos mais temíveis e poderosos predadores na região da Antártida, isso deve ser só no continente porque no mar as orcas assassinas são predadores super poderosas e absolutamente não se intimidam com nada no fundo do mar, caçando até mesmo as baleias azuis e as focas leopardos.
Euphausia Superba
E não poderíamos finalizar o artigo sem mencionar um dos grandes representantes do território, apesar de ser uma espécie minúscula. Falamos do krill, em especial a espécie euphausia superba, cuja população é endêmica das águas do Oceano Antártico.
Krill antártico são invertebrados, como camarões, e vivem em grandes grupos chamados “enxames”, às vezes atingindo densidades de 10.000 a 30.000 indivíduos por metro cúbico. Há o krill antártico fervilhando nas águas superficiais do Oceano Antártico. Dá pra entender porque as baleias azuis esfomeadas vão pra lá né?