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Quais os Sintomas de Piometra em Cachorros? Como Tratar?

Apesar do nome diferente, infelizmente, trata-se de um problema grave, mas muito comum em cadelas não castradas. E que, se não tratado, pode até levar à morte da pet.

Ciclo Reprodutivo das Cadelas

O ciclo de calor da fêmea dura de 18 a 21 dias. O primeiro estágio é chamado proestro . Começa com leve inchaço da vulva e uma descarga sangrenta. Isso dura cerca de 9 dias, embora possa variar em 2 ou 3 dias. Durante esta fase, a fêmea pode atrair machos, mas ela não está pronta para ser fertilizada e rejeitará todos os avanços. A próxima fase é o estro. Normalmente, a descarga diminui e fica mais clara, quase rosa, na cor. A vulva torna-se muito aumentada e macia, e a cadela será receptiva ao macho. Essa etapa pode durar 3 ou 4 dias ou 7 a 11 dias. A fêmea pode ser receptiva um ou dois dias após o momento em que ainda seria fértil. Para ter certeza de que a fertilização está ocorrendo no momento ideal, exames de sangue e exames vaginais podem ser feitos por um veterinário que começa antes do estro e durante a fase estral.

Cadela Deitada de Roupão e Com Termômetro na Boca

Por volta do 14º dia, ou sempre que o estro termina, o estágio final, ou lútea, do ciclo começa; nesta fase é chamada diestro . A descarga fica mais vermelha, a vulva retorna ao seu tamanho normal e a cadela não aceita mais o macho para acasalar. Quando todos os sinais de descarga e inchaço estão ausentes, o calor está completo. O estágio diestro dura de 60 a 90 dias (se não houver gravidez) ou até a cadela dar à luz. Ela então entra na fase anestrus , que é o período entre o final do último ciclo e o início do próximo proestrus.

O Que É a Piometra?

Após o estro (calor), o hormônio progesterona permanece elevado por até dois meses e faz com que o interior do útero fique mais espesso. A repetição desta situação por vários ciclos consecutivos de estro, leva o revestimento uterino a continuar a aumentar de espessura até a formação de cistos nos tecidos uterinos (uma condição chamada hiperplasia do endométrio cístico).

A piometra é a afetação uterina mais comum em cadelas que já atingiram a maturidade sexual. Trata-se de uma infeção secundária, não contagiosa, e que se deve à combinação de vários fatores: o aumento da progesterona após o período de cio, certas mudanças morfológicas do endométrio e uma infeção bacteriana oportunista.

Como se Desenvolve

Durante o estro, os glóbulos brancos, que normalmente protegem contra a infecção pela eliminação de bactérias, são impedidos de entrar no útero. Essa ocorrência normal permite que o espermatozoide entre com segurança no trato reprodutivo da fêmea sem ser danificado ou destruído por essas células do sistema imunológico.

A piometra em cadelas surge habitualmente nas fêmeas com mais de 5 anos, ainda que possa aparecer a partir do primeiro cio. Desenvolve-se na fase do metaestro, ou seja, nas semanas seguintes ao cio, quando a concentração de progesterona é mais elevada.

A paciente canina irá apresentar secreções vaginais sangrentas ou purulentas em 85% dos casos coincidindo com o período que decorre entre a segunda e a oitava semanas após o cio. Neste caso, quando o colo do útero permanece aberto, falamos de piometra aberta. Mas também se pode tratar de uma piometra fechada sem ocorrência de secreção vaginal, e neste caso o prognóstico será mais grave.

Sintomas da Piometra

Os sintomas da piometra canina incluem febre, letargia, inapetência, poliúria e polidipsia. De forma rara, também pode originar diarreia e alargamento abdominal. Em casos bastante avançados, ou naqueles que não receberam um tratamento veterinário correto, pode chagar a surgir septicemia, toxemia, peritonite e insuficiência renal.

Causas da Piometra

As causas da piometra canina estão relacionadas com o ciclo hormonal. Após o cio, as concentrações de progesterona aumentam e este facto diminui as concentrações uterinas, facilitando certas mudanças no endométrio. Isto, por sua vez, favorece o crescimento bacteriano. Além disso, o surgimento de nódulos aumenta a gravidade do processo. A piometra na cadela pode desenvolver-se de duas formas:

  • Piometra aberta: O colo do útero permanece aberto, pelo que as secreções uterinas podem drenar. A piometra aberta é a forma mais benigna, e representa aproximadamente 85% dos casos.
  • Piometra fechada: O colo do útero fica obstruído devido à aparição de nódulos no endométrio, pelo que as secreções não podem drenar e acabam por se acumular, dando lugar à inflamação do útero. Trata-se de uma situação aguda que evolui rapidamente para um estado bastante grave.

Diagnóstico da Piometra

Cães com piometra geralmente apresentam uma elevação severa da contagem de glóbulos brancos e freqüentemente apresentam uma elevação de globulinas (um tipo de proteína frequentemente associado ao sistema imunológico) no sangue. A gravidade específica (concentração) da urina é geralmente baixa devido aos efeitos tóxicos da bactéria nos rins. No entanto, essas alterações não são específicas e podem estar presentes em qualquer cão com uma infecção bacteriana importante.

O diagnóstico da piometra será realizado através da anamnese e do exame de exploração física do animal, e confirmado por meio de ecografia. Se este exame não se revelar conclusivo, ou no caso de se suspeitar de massas tumorais no útero que possam assemelhar-se aos sintomas da piometra, exames analíticos e provas de citologia poderão ajudar a obter um diagnóstico definitivo. O resultado analítico da piometra irá evidenciar sinais da infeção, e na citologia vaginal irá observar-se uma elevada concentração de neutrófilos.

Tratamento da Piometra

As prostaglandinas são um grupo de hormônios que diminuem o nível de progesterona no sangue, relaxam e abrem o colo do útero e causam a contração do útero, expulsando as bactérias e o pus. Eles podem ser usados para tratar esta doença, mas nem sempre são bem-sucedidos e têm algumas limitações importantes.

O tratamento de eleição para a piometra canina é a cirurgia. Porém, podem tentar-se duas abordagens diferentes dependendo do estado de evolução da doença e de quão conservador se queira ser no tratamento:

  • Ovariohisterectomia. A extirpação cirúrgica do útero e dos ovários é a solução terapêutica mais segura, e constitui o tratamento ideal na maior parte dos casos. Também deverá ser pesada a hipótese da administração de uma terapia de apoio, de acordo com o estado do animal: fluidoterapia, terapia antibiótica, analgésicos.
  • Tratamento médico, que engloba a lavagem do útero, instalação de drenagem trans-cervical, terapia antibiótica e administração de prostaglandinas por forma a aumentar a contratilidade do útero. Este tratamento pode ser realizado em casos pouco graves, quando se deseje conservar a fertilidade do animal. Ainda assim, é necessário sublinhar que não existe forma de garantir que a capacidade de a cadela engravidar e gestar se irá manter. Esta opção terapêutica apenas deverá ser administrada na piometra aberta e após a realização de uma cuidadosa avaliação do paciente canino, e nunca quando o animal apresente toxemia.

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