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Piolho de Cobra de Onde Vem? Qual o Seu Habitat?

O piolho de cobra também pode ser chamado de embuá ou diplópode, terminologia mais aproximada ao seu nome científico Diplopoda. Porém, não se refere a uma espécie unitária, mas a uma ampla classe taxonômica.

Por mais incrível que possa parecer, o piolho de cobra é um dos animais mais antigos, colonizadores do nosso planeta. Ele teria surgido no período pré-histórico Silúrico, compreendido entre 443 a 416 milhões de anos atrás. Acredita-se que os primeiros representantes da classe pudessem medir até mesmo 2 metros de extensão.

Atualmente, há um ramo de estudo científico destinado exclusivamente ao diplópodes, o qual recebe o nome de diplopodologia. Com base neste ramo, já foram descritas cerca de 12.000 espécies, com ampla distribuição geográfica e divididas em 16 ordens, 140 famílias e 2 subclasses. Logo, os diplópodes são considerados os miriápodes mais abundantes existentes na Terra.

Neste artigo, você vai conhecer algumas características adicionais sobre o piolho de cobra e o hábitat no qual ele pode ser encontrado.

Então venha conosco, e boa leitura.

Piolho de Cobra Classificação Taxonômica

Pertence ao Domínio Eukariota, Reino Animalia, Filo Arthropoda, Subfilo Myriapoda e Classe Diplopoda.

Possui 3 subclasses, dentre elas a Penicillata, Chilognatha e Arthropleuridae (atualmente extinta).

Piolho de Cobra Características

As espécies de piolho de cobra da atualidade possuem o comprimento médio variando de 2 milímetros até 35 centímetros, dependendo da espécie. O corpo é constituído por segmentos, sendo que na maioria destes segmentos há dois pares de patas.

Ao todo, a quantidade de segmentos oscila entre 11 até 100, os quais são, preferencialmente, de cor preta ou castanha. Os segmentos também podem estar fundidos de dois em dois, recebendo a denominação de diplossegmentos.

Possuem um par de antenas curtas, as quais se dobram formando um ângulo para a análise do substrato; um par de mandíbulas; e um par de maxilas, que se fundem formando uma estrutura semelhante a um lábio.

O formato do corpo pode ser cilíndrico e muito alongado ou aplainado. A locomoção é realizada através de movimentos lentos. Esses artrópodes também são anatomicamente adaptáveis para viverem em pequenos buracos e se enterrarem no solo.

Corpo do Piolho-de-Cobra
Corpo do Piolho-de-Cobra

Na parte inferior do corpo, estão posicionados os espiráculos, ou orifícios respiratórios, os quais se abrem ao nível de epiderme. Esses espiráculos estão presentes como dois pares ventrais próximos ao segmento da base das patas.

A partir dos espiráculos, há a passagem para uma cavidade interna capaz de armazenar o oxigênio e se conectar com tubos traqueais.

Em relação ao sistema cardíaco, é importante considerar que o coração se estende por todo o comprimento corporal. Em relação ao sistema digestivo, ele composto por um trato em conformação de um tubo simples, auxiliado por dois pares de glândulas salivares. A excreção é realizada através dos túbulos malpinghianos, os quais são dois pares localizados próximo à porção medial do trato digestivo.

Piolho de Cobra Características do Exoesqueleto

O padrão de calcificação do exoesqueleto varia de uma subclasse à outra, podendo ser amolecido, endurecido ou revestido por pequenos pêlos.

Esse exoesqueleto é formado por 5 placas constituídas pelo polissacarídeo quitina, das quais uma delas, chamada tergito, é uma placa dorsal; duas delas, posicionadas uma em cada lado, recebem a denominação de pleuritos; e a última delas, chamada esternito, localizada na porção ventral, mais precisamente na região de união das patas.

Essas placas podem estar fundidas e formar um anel cilíndrico único. Nessas placas também há relativa ausência de cutícula serosa, o que torna os diplópodes bastante suscetíveis á perda de água, tal fator justifica a preferência desses artrópodes por ambientes úmidos.

Piolho de Cobra: Reprodução

A reprodução desses artrópodes ocorre através de um mecanismo que pode ser definido como transferência de pacote de espermas do macho para a fêmea. Esse mecanismo é auxiliado por estruturas chamadas de gonóporos, as quais, na verdade, são estruturas genitais.

Os orifícios reprodutores se localizam no terceiro segmento corporal.

Na maioria das espécies de piolho de cobra, o acasalamento ocorre quando dois indivíduos se colocam um em frente ao outro. Antes da cópula, o macho pode executar determinados comportamentos, tais como golpear com as antenas, ou deslizar ao longo da porção dorsal do corpo da fêmea e oferecer a ela secreções glandulares comestíveis.

O posicionamento durante a cópula frequentemente é do sétimo segmento do macho na direção do terceiro segmento da fêmea. A postura de ovos varia entre 10 a 300 de cada vez, e estes são depositados em solo úmido com bom aporte de resíduos orgânicos.

Piolho de Cobra: Estratégia de Defesa

Piolho de Cobra se Defendendo
Piolho de Cobra se Defendendo

Quando se sentem ameaçados, podem se defender através da liberação de compostos químicos pelos poros distribuídos ao longo do corpo. Uma particularidade importante refere-se à ordem Polyxenida, cujas espécies desprendem conjuntos de cerdas como estratégia de defesa.

Piolho de Cobra: Alimentação

A maioria das espécies presentes nesta classe são dentritívoras (também chamados de saprófagos e necrófagos), ou seja, se alimentam de restos orgânicos, reciclando-os e devolvendo-os à cadeia alimentar. Estes resíduos ingeridos frequentemente são folhas podres caídas no chão, assim como outros elementos vegetais.

Algumas espécies podem se alimentar de fungos ou ainda ingerir seiva dos vegetais, também há um pequeno percentual de espécies consideradas carnívoras. Diplópodes ancestrais, pertencentes à subclasse Archipolypoda e originários no período Selúrico, se alimentavam de musgos e plantas vasculares, ou seja, plantas terrestres com tecidos especializados em transporte de soluto.

Piolho de Cobra - Alimentação
Piolho de Cobra – Alimentação

Piolho de Cobra de Onde Vem? Qual o Seu Hábitat?

Como já citado neste artigo, a origem do piolho de cobra é pré-histórica. Condições de hábitat ideal envolvem locais úmidos, com pouca luminosidade e oferta razoável de matéria orgânica.

Ele pode ser encontrado em todos os continentes, com exceção da Antártica. Em razão da necessidade de matéria orgânica, é encontrado com maior frequência nas florestas tropicais, as quais possuem camadas de folhas caídas no chão, assim como madeira de galhos e fragmentos de troncos em decomposição.

Em florestas com grande percentual de umidade, esse artrópode pode atingir a densidade de 1.000 indivíduos por metro quadrado, no entanto, embora em menor concentração, também pode ser encontrado em desertos, covas, florestas com coníferas e até mesmo ecossistemas alpinos.

Uma curiosidade é que algumas espécies podem sobreviver submersas em água doce por um período de até 11 meses; além do mais, outras espécies também podem habitar o entorno de praias e sobreviver em circunstâncias relativamente salinas.

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Agora que você já conhece sobre o hábitat e as características do piolho de cobra, continue conosco e navegue por outros artigos do site.

Até as próximas leituras.

REFERÊNCIAS

GPA. Piolho de cobra. Disponível em: <https://www.gpabrasil.com.br/insetos/piolho-de-cobra/>;

MARCELINO, D. G. Natureza e conservação. Piolho-de-cobra: conheça curiosidades sobre este animal. Disponível em: < https://www.naturezaeconservacao.eco.br/2017/08/piolho-de-cobra-conheca-curiosidades.html>;

WIKIPÉDIA. Diplópode. Disponível em: < https://pt.wikipedia.org/wiki/Dipl%C3%B3pode>.

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