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Minhocuçu é Venenosa?

Afinal, as Minhocuçus Possuem Veneno?

As minhocuçus não são venenosas, e entre os pescadores elas são quase uma unanimidade quando o assunto é como conseguir uma boa isca para a captura de algumas das espécies de peixes mais tradicionais do país, entre os quais: o dourado, pacu, pintado, surubim, traíra, pirara, entre inúmeras outras.

A minhocuçu é uma espécie típica da região sudeste – especialmente do estado de Minas Gerais -, onde pode ser adquirida (de forma ilegal) na beira das rodovias – uma prática que, aliás, tem colocado a minhocuçu na lista de animais em extinção no Brasil.

Entre maio e agosto é o período ideal para encontrá-las, pois é a época do ano escolhida por elas para hibernar, geralmente em trechos de solo rico em material orgânico – como é típico dos estados de São Paulo, Espírito Santo e Minas Gerais.

Como uma autêntica representante da família Glossoscolecidae, as minhocuçus não possuem veneno, assim como algumas das suas parentes mais próximas. Entre as quais, a Andiodrilus, Andioscolex Andiorrhinus, Enantiodrilus, Onychochaeta, Diachaeta, Glossodrilus ,Glossoscolex, Holoscolex, Pinaemdrilus, além de vários outros gêneros.

As minhocuçus podem muito bem serem identificadas como sendo tão somente uma espécie de “minhocas gigantes”, já que elas conseguem atingir, facilmente, os 60 cm de comprimento e um diâmetro entre 1,3 e 1,5 cm.

Mas apesar dessa estrutura física, a Rhinodrilus alatus (seu nome científico) pode ser encontrada a apenas a alguns centímetros abaixo do solo, onde produzem uma quantidade bastante significativa de húmus, suficiente para tornar o terreno onde elas habitam extremamente rico e apropriado para os mais diversos tipos de cultura.

As Minhocas da Terra

As minhocas da terra ou minhocas comuns, assim como as minhocuçus, não são venenosas.

Essa também é uma típica variedade da família Glossoscolecidae, um anelídeo com uma coloração entre o cinza-claro e o vermelho, originário do continente europeu, mas que se espalhou por todo o mundo – e, no Brasil, tornou-se um verdadeiro sinônimo de uma boa pescaria.

Ela é a estranha, curiosa, nutritiva, importantíssima e, para muitos, repulsiva Lombricus terrestris, uma espécie que mede, em geral, entre 6 e 8cm, possui um corpo todo segmentado em anéis, além de ser extremamente sensível a variações de temperatura.

Semelhantemente à minhocuçu, a minhoca-da-terra constuma viver nas superfície de solos férteis e ricos em matéria orgânica, onde permanecem enterradas durante todo o dia, até que chegue a noite, e possam sair para a caça das suas refeições favoritas, geralmente folhas, pequenos insetos, e até mesmo fezes de animais.

Mas não é somente o fato de não serem venenosas, como as minhocuçus, o elo de ligação entre essas espécies. Assim como a sua parente, as minhocas-da-terra utilizam-se da sua boca (a primeira parte do seu corpo) para ingerir grandes quantidades de terra de uma certa profundidade.

Essa terra ingerida, geralmente repleta de matéria orgânica, é processada em seu organismo e devolvida na forma de húmus (suas fezes) para a superfície do solo – tornando a terra extremamente fértil, e ideal para o desenvolvimento dos mais diversos tipos de culturas existentes.

Mas como se não bastasse o fato de ajudarem a enriquecer o solo, por meio da transformação da terra consumida em seu organismo, as minhocas-da-terra, assim como as minhocuçus, desempenham um papel importantíssimo para a manutenção da estrutura do planeta.

Pois elas, de certa forma, contribuem para que ela “respire” adequadamente – o que, digamos, ajuda a garantir a manutenção da sua estabilidade.

As Oligochaeta

A subclasse Oligochaeta abriga espécies como a minhocuçu, por exemplo, que não é venenosa (assim como todas as demais dessa comunidade).

Mas elas também têm a companhia de mais de 6.000 espécies, que possuem características bastante comuns entre elas.

Características como: um habitat exclusivo em água doce ou em solos úmidos e ricos em matéria orgânica; corpos segmentados por anéis; são hermafroditas (sexuados ou assexuados); além de possuírem um “citelo” (espécie de casulo sob a epiderme, onde os seus ovos permanecem protegidos).

As Oligochaetas também caracterizam-se por apresentarem  estruturas corporais parecidas, geralmente dispostas em séries, separadas por anéis.

Mas outros detalhes também as diferenciam, como a existência de brânquias, cerdas irregulares, entre outras características.

As suas  cabeças, assim como praticamente toda a sua estrutura, também se apresentam com nítidas semelhanças, como a presença de um prolongamento à frente da boca (que está localizada no ventre) e um peristômio – nesse último caso, uma estrutura que contorna toda a extensão da boca.

Minhocuçus: Uma Espécie não Venenosa e Interessante para a Medicina

Isso não é exatamente uma novidade. Mas o que tudo indica é que as minhocuçus, além de não possuírem veneno, ainda podem ter alguma utilidade para a medicina.

O que parece é que a ciência, aos poucos, vai se rendendo às supostas propriedades terapêuticas dessa espécie, que, juntamente com as minhocas-da-terra, vêm sendo alvo de inúmeras pesquisas científicas.

De acordo com alguns pesquisadores, desde meados do séc. XVI as espécies da família Glossoscolecidae são estudadas por algumas comunidades científicas do continente asiático (especialmente na China) quanto à sua eficácia no combate a transtornos como: periodontite, fraqueza pós-parto, doenças das articulações, varíola, pedra nos rins, entre outros distúrbios.

Para o combate a tais doenças, os cientistas geralmente isolam determinados compostos encontrados em exemplares dessa espécie. Compostos que ainda apresentam um acentuado potencial anti-inflamatório, anticoagulante, antiasmático e antioxidante.

Já se sabe, por exemplo, que no ano 500 a.C, na Babilônia, alguns místicos costumavam aplicar minhocas na coluna, como forma de tratar dores intensas nesse local.

O Poder Medicinal das Minhocas

Suspeita-se, também, que espécies como as minhocas-da-terra e as minhocuçus, além de não possuírem veneno, ainda podem produzir um antibiótico natural.

Substâncias como a lumbofibroproteína e a riboflasina, por exemplo, podem ser extraídas do interior desses animais e utilizadas como excelentes bactericidas, desinfetantes, anti-hipertensivos, antioxidantes, antimicrobianos, entre outras propriedades semelhantes.

A indústria de cosméticos já anda empolgada com a possibilidade de poder utilizar aquela gosma que recobre a região externa das minhocas como um potente antirrugas e antiflacidez, graças às grandes quantidades de colágenos encontradas nessa substância.

De acordo com pesquisadores alemães, esse “líquido celomático” também apresenta propriedades cicatrizantes, pois é ele o responsável por proteger as minhocas da terra e as minhocuçus de todo o lixo e resíduos contaminados com os quais elas mantêm contato diariamente.

Porém o que se tem até agora são apenas estudos – avançados, diga-se de passagem – que ainda carecem de alguns anos de pesquisas e dedicação para a obtenção de resultados concretos.

Mas, se depender do interesse dos pesquisadores, inclusive de algumas equipes de estudiosos da Universidade de São Paulo (USP), logo logo teremos respostas mais concretas e científicas acerca da capacidade dessas espécies de contribuírem, de alguma forma, com a medicina.

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