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Lula: Esse Animal Solta Tinta? Como é Seu Mecanismo de Defesa?

De tão incríveis, alguns animais possuem características tão inusitadas que nem parecem ser desse mundo. Um deles é a lula. Alguns de vocês já devem ter visto esse animal, por exemplo, soltando uma espécie de tinta quando se sentem ameaçados, não é mesmo? Mas, como ela produz essa tinta? E, esse é o seu único mecanismo de defesa?

A seguir, esclareceremos mais a respeito desse assunto.

Lula: Características Básicas

Antes de começarmos de fato esse tema das formas de defesa da lula é interessante conhecer, primeiro, as particularidades desse bicho. A lula é um molusco, da classe dos cefalópodes, um nome que significa, literalmente, “pés na cabeça”. Pertence, portanto, à mesma classe de outros animais semelhantes, como os polvos.

A lula possui dez tentáculos (ao contrário do polvo, que tem oito), e uma massa visceral alongada, com um corpo sendo coberto por uma espécie de manto. É através desse manto que ela respira através das guelras localizadas nessa parte do seu corpo. Já na parte posterior da massa visceral, ela possui duas nadadeiras, que facilitam bastante na hora da locomoção, em especial, em águas muito profundas.

A expectativa de vida das lulas é relativamente bem pequeno, sendo de mais ou menos 1 ano. Em geral, elas morrem logo após o período reprodutivo. Já em termos de alimentação, todas elas são essencialmente carnívoras, comendo, preferencialmente, peixes e outros cefalópodes. Fazem isso através de potentes mandíbulas móveis em forma de bico, que rasgam e cortam a presa com muita facilidade.

Na cavidade respiratória desse animal, a água é expelida por um tubo (chamado de funil), que é localizado em sua cabeça. É justamente o jato de água gerado pela contração do manto, e que é expelido pelo funil, que faz com que a lula seja projetada para trás, como numa espécie de propulsão a jato. Não é à toa que, entre os cefalópodes, a lula é o espécime mais rápido.

O problema é que, apesar da agilidade, a lula é uma presa muito vulnerável aos predadores pelo fato do seu corpo ser muito mole. Por isso, ela precisa de alguns mecanismos de proteção, e é o que vamos mostrar a seguir.

Tinta Para Todo o Lado!

Quando se sente ameaçada de alguma forma, além de expelir água para fugir que nem um torpedo, a lula também utiliza outro método bastante eficaz que é esguichar uma espécie de tinta para se esconder no meio dela enquanto foge. Essa tinta tem o nome de sépia, e vem justamente do nome científico de um animal muito próximo às lulas e aos polvos (a “Sepia Officinalis”).

Essa substância fica localizada numa glândula que, ao ser contraída, solta a tinta toda vez que o animal sente necessidade. Como essa tinta é escura, em geral, o predador fica assustado, ou simplesmente desnorteado, o que dá chance para a lula escapar. Um mecanismo bem eficaz de defesa, diga-se.

Curiosamente, a tinta da lula era usada, há muitos anos atrás, para dar aquela coloração amarronzada em fotos antigas, numa técnica que surgiu por volta do ano de 1880. Atualmente, outros pigmentos são usados para a colorização de fotos, o que fez com que a tinta da lula não precisasse mais ser usada com essa finalidade. Inclusive, popularmente falando, essas fotografias eram chamadas de fotos em sépia, e hoje, são conhecidas apenas pelo nome de fotos envelhecidas.

Também descobriu-se recentemente a existência de melanina nas bolsas de tinta de cefalópodes de 160 milhões de anos trás, o que indica que esse mecanismo de defesa já existia há muito tempo, e permaneceu praticamente intacto com o passar do tempo. Os cientistas que fizeram essa descoberta, por sinal, acham bastante curioso que essa forma de ser defender dos cefalópodes tenha se mantido praticamente o mesmo por todos esses anos, e as próximas pesquisas prometem descobrir coisas ainda mais interessantes a respeito desse assunto.

Quase um “Camaleão” do Mar

Sabe o camaleão, que pode mudar de cor, e se camuflar perfeitamente no meio ambiente onde vive? Pois bem, digamos que a lula tem um mecanismo mais ou menos parecido com o do camaleão, só que um pouco menos sofisticado, digamos assim.

Lula Dentro de Um Aquário
Lula Dentro de Um Aquário

Essa característica se deve ao fato desse animal possuir células de pigmentação especiais em seus tentáculos, e que são chamadas de cromatóforos. É durante o processo embrionário que os cromatóforos são gerados especificamente na chamada crista neural das lulas (e em qualquer outro animal que tenha essa habilidade), que é a parte que acaba sendo responsável pela coloração da pele e dos olhos do animal. Dessa forma, a lula tanto pode mudar a cor da sua pele, como também consegue modificar a sua textura, o que, em determinadas partes dos oceanos, é uma ajuda e tanto.

Outros Métodos de Defesa

Nem somente de tinta ou de mudança de cores vivem os mecanismos de defesa das lulas. Algumas precisam partir para a força bruta, como é o caso da misteriosa lula gigante. Ela é o maior invertebrado que existe atualmente, e vive nas águas do Atlântico. Com um impressionante tamanho de 18 metros de comprimento e cerca de 500 kg, essa lula é realmente um animal muito poderoso, e o único ser vivo que faz frente a ela numa luta é a cachalote. Ao mesmo tempo, a aparição dessa lula é muito rara, até mesmo porque ela costuma ficar mais nas profundezas do oceano, próxima a áreas abissais.

Porém, algumas outras espécies desse bicho utilizam métodos bem menos violentos e até curiosos, como é o caso da lula vampiro (de nome científico Vampyroteuthis infernalis), que emite um brilho azulado de suas membranas. Essa fosforescência contorna o corpo do animal, fazendo com que ele fique “invisível” da perspectiva de baixo para cima, confundindo os seus predadores. Além disso, um par de fotorreceptores localizados na cabeça do animal “avisam” se algum perigo se aproxima.

Como deu pra perceber, as lulas possuem alguns mecanismos de defesa interessantes além do fato de esguicharem tinta, e esses métodos vão depender muito da espécie e do habitat onde vivem. Mais uma prova da habilidade de adaptação dos seres vivos para garantir a sua sobrevivência.

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