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Lacraia Gigante Venenosa

A Lacraia Venenosa Gigante

A lacraia comum (Scolopendra spp.) já é por demais assustadora pelas suas características.

Mas como se ela por si só já não fosse apavorante o suficiente, diretamente do norte do México e do sudoeste dos Estados Unidos surge a Scolopendra heros ou “lacraia venenosa gigante”, uma espécie que gera calafrios só mesmo de pensar na sua existência.

Ela é um artrópode com cerca de 26 centímetros de pura repugnância e com um corpo segmentado por anéis compostos por um par de patas cada um.

Além disso, ela possui um tronco achatado, comprido e com uma enorme sequência de patas que terminam em um par que pende da sua cabeça, e que faz as vezes de sensores e de canalículos para a emissão de um veneno não tão agressivo.

A Scolopendra hero é realmente um fenômeno! É o tipo de espécie com a qual poucos gostariam de cruzar um dia.

Pois os que já tiveram o desprazer de cruzar com a “Deusa do Deserto”, a “centopeia ruiva gigante”, a “centopeia ruiva do Texas”, a “centopeia gigante de Sonora” ou a “centopeia gigante do deserto” – como costuma ser conhecida em algumas regiões do Texas, Nevada e Arizona – afirmam que não é uma experiência nem um pouco gratificante.

Ela foi descrita pela primeira vez em 1853, quando então não se conhecia, a fundo, as suas principais características.

Foi somente no início dos anos 30 que ela, finalmente, foi devidamente catalogada e diferenciada de outras subespécies, como a lacraia-de-cabeça-vermelha, a Scolopendra heros castaneiceps, a Scolopendra heros heros, entre outras da mesma família.

Espécies que comungam de praticamente as mesmas características, entre elas, a preferência por ambientes escondidos, como frestas, buracos, aberturas, bases de pedras, fendas, entre outros locais semelhantes.

Principais Características da Lacraia Venenosa Gigante

Lacraia Venenosa Gigante no Chão
Lacraia Venenosa Gigante no Chão

As lacraias são espécies tipicamente carnívoras, e, como tal, elas caçam as suas presas – geralmente pequenas rãs, insetos, moluscos, filhotes de aves, camundongos, entre outras espécies semelhantes -, simplesmente dominando-as com a sua infinidade de patas.

Logo após, um par que pende da sua cabeça simplesmente injeta uma toxina capaz de paralisar a vítima e torná-la uma presa fácil.

Quanto aos seus processos reprodutivos, o que se sabe é que a lacraia gigante venenosa é uma espécie onívora, ou seja, o embrião desenvolve-se no interior de um ovo, que deverá ser chocado internamente.

Após a cópula, a fêmea deposita entre 16 e 45 ovos (geralmente no mês de setembro), para serem chocados por pelo menos 1 mês, até que os filhotes possam sair naturalmente para a vida.

Uma curiosidade sobre as lacraias é o fato de que, diferentemente do que se imagina, o seu veneno não representa um perigo para a vida de seres humanos.

Na verdade não existem sequer relatos de mortes diretamente ligadas aos efeitos do seu veneno, cujos sintomas não ultrapassam a dor local, inchaço e edema, que podem evoluir para dores de cabeça, náuseas, vômitos, calafrios, febre alta, entre outros sintomas.

Outra coisa é que, diferentemente das lacraias comuns, as lacraias gigantes venenosas não são muito afeitas às áreas urbanas – elas dificilmente são encontradas dentro das casas, escondidas nas roupas e calçados, entre outras formas de aterrorizar a vida do cidadão comum.

Mas, em todo o caso, o recomendado é a prudência com relação a esse tipo de animal.

E, para tal, a eliminação das suas principais presas (baratas, formigas, moscas, etc) e a limpeza de pias e de ralos – de preferência com água sanitária ou creolina – devem estar na “Ordem do Dia “ em todas as residências urbanas ou rurais.

Curiosidades Sobre Essa Espécie

Uma curiosidade sobre as lacraias gigantes venenosas, é o fato de que, surpreendentemente, elas são mais simpáticas ao ambiente seco e árido, do que propriamente a ambientes úmidos, como acontece com as lacraias comuns.

Aliás, o simples fato de elas serem espécies típicas do norte do México e do sudoeste dos EUA (Arizona, Texas, Nevada, Utah, etc) já explica suficientemente bem essa sua característica.

Lacraia Venenosa Gigante Com seus Ovos
Lacraia Venenosa Gigante Com seus Ovos

Outro fato curioso é que, diferentemente do que a maioria das pessoas pensam, as lacraias (e nem mesmo as centopeias) possuem o número exato de 100 pernas.

De acordo com alguns biólogos, uma lacraia pode ter entre 44 e 170 pernas – a depender da quantidade de segmentos que elas possuam -, com um par de pernas por segmento.

Calcula-se que existam cerca de 3.000 espécies, ao todo, de Scolopendra spp. no mundo.

E só no Brasil, cerca de 200 estão por aí, nesse momento, escondidas em alguma fresta da janela; confortavelmente acolhidas dentro de um calçado; ou apenas esperando alguma mão imprudente vasculhar alguma fenda, toca ou buraco, para que elas então possam manifestar-se, assustadoras e horripilantes, como só elas sabem ser.

O Veneno das Lacraias Gigantes Venenosas

O Tityus serrulatus é o terrível “escorpião-amarelo”. Apesar de não comungar da simpatia da maioria dos indivíduos, hoje já se sabe que uma molécula isolada do seu veneno é capaz de controlar a hipertensão como poucas drogas já inventadas.

Lacraia Gigante Venenosa no Braço de um Homem
Lacraia Gigante Venenosa no Braço de um Homem

A lasiodora parahybana ou simplesmente “Caranguejeira” é considerada uma potencial produtora de um dos mais potentes antibióticos que existem no mundo; e um poderoso relaxante muscular pode ser produzido a partir da simples manipulação de substâncias produzidas por algumas espécies de lesmas marinhas.

Agora já se sabe, também, que o veneno da temida aranha-armadeira é um excelente anti-hipertensivo e um formidável vasodilatador, capaz, inclusive, de tratar de problemas de ereção.

Obviamente, as lacraias gigantes venenosas não poderiam ficar para trás nessa disputa que elege o ser mais assustador e ao mesmo tempo mais benéfico para os seres humanos!

E o que se descobriu, recentemente, foi que uma proteína isolada do seu veneno é capaz de produzir até dezenas de vezes o efeito da morfina, inclusive em pacientes terminais.

De acordo com pesquisadores da Universidade de Queensland, Austrália, a proteína Na 1.7 produz até 140 vezes o efeito analgésico de uma morfina durante os terríveis acessos de dor de um paciente em qualquer estágio da sua doença.

Portanto, ao que tudo indica, os indivíduos agora terão um motivo a mais para reverem os seus conceitos sobre determinadas espécies, que até então eram consideradas verdadeiros símbolos de medo, repugnância e aversão.

E quem sabe agora não terão que tratá-las com um pouco mais de carinho e respeito, como doces e meigos animaizinhos de estimação, mesmo que seja apenas em consideração ao poder curador que muitas delas agora gabam-se de possuir.

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