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Jararacuçu do Brejo é Venenosa?

A cobra Jararacuçu do brejo (nome científico Mastigodryas bifossatus)  , também conhecida como cobra-nova. Pertence à subfamília Colubrinae, família Colubridae. O gênero Mastigodryas abriga 11 espécies, dentre elas a Jararacuçu do brejo.

Ao mencionar esta serpente, é comum que haja confusão com a cobra Surucucu-do-Pantanal (Hydrodynastes Gigas). Pois, em algumas localidades, a Surucucu-do-Pantanal também pode ser conhecida por Jararacuçu do brejo.   

Por isso, deixamos aqui o esclarecimento de que, embora sejam cobras da mesma família, o gênero e as características anatômicas são bem diferentes.

Neste artigo, é a vez de você conhecer um pouco mais sobre a Jararacuçu do brejo, aprender sobre as suas características anatômicas, alimentação e localização geográfica. Além de descobrir se a Jaracuçu do brejo é venenosa ou não.

Então, para você, que como nós, é um grande curioso do mundo animal, pedimos que embarque na leitura deste artigo conosco.

Vamos nessa.

Conhecendo a Família Colubridae

Antes, de entrarmos no mérito se a Jaracuçu do brejo é venenosa ou não, vamos descobrir quais outras espécies compõem a família Colubridae.

A variedade de espécies que esta família abrange é muito vasta. Lembrando que, de fora geral, o Brasil apresenta um das faunas mais abundantes de serpentes do mundo.

Apenas a família Colubridae contém cerca de 40 espécies, e é a mais numerosa do país, tanto em gênero quanto em espécies. No entanto, a maioria das jaracacas não pertence a esta família. Logo, muitos biólogos não consideram a Jararacuçu do brejo como uma Surucucu autêntica.

Conhecendo as Principais Características da Espécie

É uma serpente de grande porte, podendo atingir o máximo de 2 metros de comprimento (o que para alguns pode ser assustador). Sendo que de 11 a 12 % desse comprimento é formado pela cauda. A coloração é escura, com linhas marrons compondo a figura de alguns retângulos.

São serpentes ovíparas, liberando a média de 8 a 18 ovos por vez. O comportamento delas costuma ser muito agressivo.

Para mantê-las em cativeiro, é necessário oferecer um terrário bem aquecido e espaçoso, com temperatura média entre 25 e 28 ºC. Outros requisitos incluem água para banho e um substrato formado por uma espessa camada de folhas, de modo a garantir que o local apresente as condições de umidade necessárias. Apesar de serem serpentes encontradas em solo, adaptam-se facilmente à presença de galhos no interior do terrário.

Algumas pessoas acreditam que cobras mantidas em cativeiro são mais dóceis do que cobras livres da mesma espécie, no entanto, essa característica não costuma ser uma regra.

Localização Geográfica da Jararacuçu do Brejo

Esta cobra é encontrada na grande parte dos países da América Latina, incluindo Venezuela, Colômbia, Brasil, Bolívia, Paraguai e o Nordeste da Argentina.

Aqui no Brasil, relatos sobre a presença deste ofídio são mais frequentes na região central e sul do país. A preferência desta cobra é por áreas abertas.

Jararacuçu Enrolada na Grama
Jararacuçu Enrolada na Grama

O estado do Rio Grande do Sul é o local no qual há mais relatos referentes a esse ofício. Ao todo, o estado abriga um total de 111 reptéis catalogados, sendo 73 espécies de serpentes. Apesar, de que os estudos ainda são escassos nesta área, visto que a maior concentração de pesquisas sobre cobras envolve a região amazônica.

Durante o inverno no Rio Grande do Sul, a Jararacuçu do brejo passa o período da manhã abrigada no ninho, e pode ser avistada nas áreas endêmicas em torno das 15h30, período do dia no qual o clima está um pouco mais “aquecido”.

Alimentação da Espécie

A Jararacuçu do brejo alimenta-se de anfíbios, roedores, aves e lagartos. Confinada em cativeiro, alimenta-se de camundongos, pois, tradicionalmente, este é o alimento mais ofertado nestes espaços.

A Jararacuçu do Brejo é Venenosa?

A Jararacuçu do brejo é uma serpente muito agressiva, por isso é frequentemente mencionada como sendo venenosa, no entanto há um grande equívoco quanto a isso.

A maioria das cobras da família Colubridae não são consideradas venenosas, no entanto, alguns gêneros como o Philodryas causam acidentes moderados em humanos devido à presas localizadas no fundo da boca (dentição opistóglifa).

Esse não é o caso do gênero Mastigodryas e outros gêneros desta família, conhecidos por apresentarem uma dentição áglifa, ou seja, sem presas especializadas e, consequentemente, sem mecanismos de inoculação de veneno.

Diante disso, conclui-se que a Jararacuçu do brejo não é venenosa. Na verdade, grande parte dos boatos contrários deriva do seu grande comprimento e comportamento agressivo.

A agressividade é um mecanismo natural e instintivo da espécie. Dessa forma, é importante conhecer as informações certas, de modo a evitar a matança injustificada destes animais, baseada unicamente no medo.

Conhecer as características e hábitos destes répteis permite uma mudança de mentalidade e atitude em relação a eles. Convém lembrar que são parte constituinte do sistema ecológico, e sua extinção implica em um desequilíbrio natural.

Reforçando a idéia: não se preocupe, pois a Jaracucuçu do brejo não representa risco aos seres humanos. No entanto, sabemos que a reação das pessoas, ao avistar uma cobra é mata-la, com base em sentimentos de ódio e autoproteção.

Lógico que, em situações usuais, você não vai aproximar-se de uma cobra com o objetivo de identificar características específicas. Quando você não conhece a espécie, isso pode representar riscos. Deixe a tarefa para os especialistas treinados da área, os quais, além de identificar corretamente, procederão à captura e soltura do animal.

Evite as Cobras Jararacaçu
Evite as Cobras Jararacaçu

Qualquer exame físico, principalmente o exame da região bucal, destinado a verificar o tipo de dentição (especialmente em répteis vivos) deve ser realizado apenas pelos profissionais habilitados. Mesmo com a cabeça cortada, algumas serpentes ainda são capazes de inocular veneno, e não vale a pena correr este risco apenas para satisfazer a curiosidade.

Em qualquer situação na qual avistar um ofídio, afaste-se. Combinado?

Agora, que você já está por dentro do assunto, compartilhe-o, divulgue-o. Ajude a repassar a informação adiante.

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Até as próximas leituras.

REFERÊNCIAS

GIRAUDO, A. 2001. Serpientes de la Selva Paranaense y del Chaco Húmedo. Buenos Aires, L.O.L.A. 328 p;

LEITE, P. T. História natural de Mastigodryas Bifossatus (serpentes, cloubridae) em domínio subtropical no Brasil. UFSM. Santa Maria- RS, 2006. Dissertação de mestrado. 70 p;

UFRJ. Laboratório de Herpetologia. Lista de espécies reptéis do Rio Grande do Sul. Disponível em : < https://www.ufrgs.br/herpetologia/R%C3%A9pteis/Mas tigodryas%20bifossatus.htm>;

Serpentes. Disponível em: < https://br.herpeto.org/repteis/serpentes/>.

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