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Carrapato Pólvora: o Que É? Qual o Seu Tamanho? Onde Vive?

A vida ao ar livre, junto à natureza, especialmente em áreas rurais é o sonho de muita gente. Entretanto, tem também alguns inconvenientes. Um deles é a presença mais constante de carrapatos, que podem acarretar doenças muito graves e até a morte, se não forem tratadas a tempo.

Existe uma variedade enorme de carrapatos, mas o mais temido é o carrapato pólvora (Amblyomma cajennense), popularmente conhecido como carrapato estrela ou carrapato de cavalo. O hospedeiro preferido do carrapato pólvora é o cavalo, mas ele pode também alojar-se em bois, cães e outros animais.

Quando está em sua fase de ninfa e larva o Amblyomma cajennense é conhecido como carrapato pólvora, carrapatinho, carrapato meio-chumbo e carrapato-fogo. Em sua fase adulta recebe os nomes populares de carrapato picaço, carrapato micuim, carrapato rododolego e carrapato rodoleiro.

Se fosse um simples bichinho que nos pica, causa coceiras e depois passa, tudo bem. Mas as reações do organismo humano às picadas do carrapato vão além de coceiras. Após quatro horas no corpo hospedeiro, o carrapato pólvora pode transmitir doenças como a Babesiose equina e a Babesia caballi, popularmente chamada de febre maculosa, considerada uma zoonose que pode levar à morte.

O amblyomma cajennense geralmente permanece em locais de sombra, por onde costumam passar os animais que os hospedam. Quando ocorre a contaminação deve ser notificada às autoridades da área da saúde.

Como o Carrapato Pólvora se Desenvolve?

Um só desses carrapatos coloca no solo aproximadamente 3 a 4 mil ovos. Com cerca de 60 a 70 dias de encubação, os ovos eclodem e surgem as larvas. Quando encontra um hospedeiro, a larva permanece nele durante um período de cinco dias, para alimentar-se com o seu sangue.

Até aí a larva tem três pares de pernas, mas quando chega neste estágio transforma-se em ninfa, e passa a ter quatro pares de pernas, liberta-se do hospedeiro, vivendo longe dele até um ano. Após esse período sente novas necessidades de alimentos e ataca outro hospedeiro, onde permanece por mais 5 ou sete dias. Quando sai do hospedeiro, novamente no solo, passa de ninfa para adulto, fase em que tem o sexo diferenciado em macho ou fêmea.

Carrapato Pólvora

Na fase adulta o carrapato pólvora pode ficar até dois anos sem alimentar-se. Mas quando encontra um novo hospedeiro, se acasala. A fêmea permanece no hospedeiro até saciar sua fome, quando desce ao chão para colocar seus ovos.

Como o Carrapato Transmite Doenças?

Quando o Amblyomma cajennense está em sua fase adulta, dificilmente transmite doença, pois sua picada é dolorosa, e quando a sentimos a primeira reação é buscar e retirar o carrapato da pele, exterminando-o. Já em seu estado de larva ou ninfa, permanece no mínimo durante quatro horas no hospedeiro, transmitindo a bactéria rickettsii, que transmite  Babesiose equina e a Babesia caballi (febre maculosa).

Conhecida também como doença do carrapato ou piroplasmose, a Babesiose é a doença  que leva à malária. Ela surge por meio dos carrapatos, que transmitem ao sangue do hospedeiro diversos tipos de microorganismos eucarióticos (protozoários), do gênero Babesia spp, infectando os glóbulos vermelhos.  Existem várias espécies de Babesia:

  • Babesia bigemina, Babesia bovis e Babesia divergens – que infectam bovinos (do latim Bovinae), são mamíferos artiodáctilos bovídeos que incluem 24 espécies distribuídas em nove gêneros, como o iaque, o búfalo, o bisonte e o antílope.
  • Babesia caballi e Babesia Equi – que infectam equinos (do latim Equidae), mamíferos perissodáctlos, dentre eles a zebra, o burro e o cavalo.
  • Babesia duncani e Babesia canis – que infectam canídeos (chacais, raposas, coiotes, lobos e cães).
  • Babesia felis – que infecta felinos – (felinae), pertencentes a uma sbfamília de felídeos – inclui gato doméstico, linces, jaguatiricas, guepardos, suçuaranas, leopardos, onças, leões e tigres.
  • Babesia venatorum – que infecta cervídeos – (do latim Cervidae), envolve animis ungulados aritodáctilos e ruminantes, como o veado, a corça, o caribu e o alce.
  • Babesia microti – que infecta roedores – (do latim Rodentia), envolve a ordem de mamíferos com placenta, com mais e 2000 espécies, que vai da capivara e ao camundongo-pigmeu Africano.
  • Geralmente a infecção em bovinos e cachorros têm consequências mais graves que no homem, que também costuma ser infectado pelas doenças Babesia venatorum, Babésia duncani, Babesia divergens e Babesia microti.

Febre Maculosa (Americana)

No Brasil é conhecida como febre do carrapato ou tifo exantemático. Já em Portugal é chamada de febre de carraça.  É ocasionada por fezes de piolhos ou picadas de carrapatos, que levam a bactéria Rickettsia rickettsii. No Brasil costuma ser transmitida pelos carrapatos amarelos, com focos na região sudeste.

Na Colômbia a febre maculosa recebe o nome de “fiebre de Tobia”, no México tem o nome de “fiebre manchada e nos EUA é chamada de febre manchada das montanhas (Rocky Mountain spotted ferver).

Em outros países, espécies diferenciadas de Rickettsia causam a febre maculosa, que recebem outros nomes: febre maculosa tailandesa, febre maculosa japonesa e febre maculosa australiana.

Sintomas da Febre Maculosa

Após a picada do carrapato, a febre maculosa leva de sete a dez dias para se manifestar. É recomendado que após os primeiros sintomas, não se ultrapasse cinco dias para iniciar o tratamento, pois se assim for, os medicamentos podem perder seu efeito de ação.

  • Dor de cabeça
  • Febre alta
  • Dor no corpo
  • Manchas vermelhas no corpo
  • Diarréia

Alguns dos sintomas acima, como manchas vermelhas, podem não ocorrer em algumas pessoas e assim, o histórico do paciente deve ser estudado por um profissional experiente. Além do que, nada pode ser confirmado por exames, que demoram cerca de 14 a 15 dias para ficarem prontos, e a doença não pode esperar, pois progride rapidamente. Assim, aos primeiros sintomas como os citados acima, procure um médico que poderá fazer os exames e diagnosticar a doença, que pode ser confundida com outras  que apresentam sintomas similares, como:

  •  Meningite meningocócica
  • Sarampo
  • Rubéola
  • Apendicite
  • Dengue hemorrágica
  • Hepatite

Prevenção é o Melhor Combate

Como em muitas doenças, a prevenção é a melhor arma contra ela.  Veja alguns cuidados que deve tomar para que ela não o contamine:

Febre Maculosa Prevenção
  • Se for para algum local rural, evite levar seu cão. Se levá-lo, tome muito cuidado e examine-o constantemente e elimine os carrapatos, pois se for infestado por eles não apresentará nenhum sintoma da doença.
  • Se você já mora em área rural, nunca deixe seu cãozinho fechado dentro de casa e faça frequentemente uma vistoria e higienização do animal com carrapaticidas.
  • Apare o gramado de sua casa com roçadeira mecânica na época das águas, pois assim os ovos ficarão acima do capim, expostos ao sol, o que impedirá o ciclo de reprodução do parasita.
  • Se for entrar em lugar de mato, em especial nos meses de julho a novembro (auge da febre maculosa), coloque calca comprida, camisa de mangas longas e botas, vedando-as com fitas adesivas para que o carrapato não entre.
  • Evite caminhar por lugares que saiba serem infestados por carrapatos.
  • Quando voltar do passeio rural, com ajuda de outra pessoa examine toda sua vestimenta antes de tirá-la e retire os carrapatos que encontrar com uma pinça, sem nunca matá-los com elas. Isole os carrapatos e queime-os.

Classificação Científica

  • Reino – Animalia
  • Filo – Arthropoda
  • Classe – Arachnida
  • Subclasse – Acarina
  • Ordem – Ixodida
  • Família – Ixodidae
  • Gênero – Amblyomma
  • Espécie – A. cajennense
  • Nome binomial – Amblyomma cajennense

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