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Caburé de Pernambuco Alimentação

O caburé de Pernambuco (glaucidium mooreorum) é uma espécie de coruja da família Strigidae . Esta espécie é endêmica no Brasil, mas precisamente no estado de Pernambuco. Ou melhor era… Talvez não exista mais!

Extinção Iminente ou Extinta

O caburé de Pernambuco foi descrita pela primeira vez em 2002, quando duas peles de estudo foram examinadas no estado pernambucano. As peles foram originalmente coletadas em 1980 e, na época, pensou-se que se tratava de subespécies do caburé miudinho (glaucidium minutissimum) ou do caburé da Amazônia (glaucidium hardyi). Após um exame mais detalhado das peles e vocalizações das aves também obtidas no mesmo ano, concluiu-se que esta era uma nova espécie.

Um estudo de 2018, citando padrões de extinção de aves e a quase completa destruição de seu habitat, recomendou que a coruja fosse colocada em perigo crítico, possivelmente extinta. Em 2014, estudos realizados pela Universidade de São Paulo, com o apoio da Fundação do Grupo do Boticário para a Proteção da Natureza já considerava o caburé de Pernambuco um espécime em extinção. A BirdLife International alegava ter um estoque de menos de 50 exemplares e classificou as suas espécies na categoria de ameaçadas de extinção (criticamente ameaçadas). A área de distribuição provavelmente cobre menos de 48 km² e era altamente fragmentada devido ao desmatamento da Mata Atlântica.

Informações Fragmentadas Sobre a Espécie

O caburé de Pernambuco assemelha-se ao caburé miudinho (glaucidium minutissimum) e onde as principais diferenças estão na sua cor mais clara e nas suas vocalizações. As medidas corporais são baseadas em duas peles de aves adultas, coletadas em 1980. O tamanho é de 14 a 15 centímetros, o comprimento da asa da asa estendida medido a partir do arco da asa é em torno de nove centímetros, o comprimento da cauda baseado no que se examinou nas duas peles registrou média de cinco centímetros. Uma suposição sugere peso de 51 gramas. O peito é marrom-amarelado com algumas manchas brancas discretas. Os lados e flancos também são marrom-amarelados com alguns fios. O baixo ventre é branco com fios castanho-amarelados. Os olhos são amarelos, o
bico é amarelo-esverdeado. As pernas e os dedos são laranja-amarelos.

Olhos da Coruja Caburé de Pernambuco
Olhos da Coruja Caburé de Pernambuco

O caburé de Pernambuco é conhecido apenas de duas localidades de Pernambuco. A primeira é a Reserva Biológica de Saltinho, que ocupa uma área de 4,8 quilômetros quadrados e é predominantemente dominada por florestas secundárias antigas. O segundo lugar é a Usina Trapiche, perto de Sirinhaém, onde um indivíduo foi visto no alto da borda da árvore, na borda da
floresta.

A Alimentação do Caburé de Pernambuco

Quase nada se sabe sobre o modo de vida do caburé de Pernambuco. Como sua espécie tem semelhanças intimamente vinculadas ao caburé miudinho e ao caburé da Amazônia, então ele provavelmente se alimenta de insetos e pequenos vertebrados. O único registro de observação de um espécime vivo data de 2001, em que um macho comeu uma cigarra. As evidências confiáveis de esta coruja é apenas a partir dos anos 1980, 1990 e 2001. Em pesquisas em Pernambuco e Alagoas desde 2004 não foram encontrados nenhum vestígio do caburé de Pernambuco.

Lista de Corujas ameaçadas no Brasil

O Brasil possui quase 2000 espécies de aves. Dessas, mais de 10% de espécies e subespécies estão extintas ou ameaçadas de extinção. Uma lista baseada nos dados mais recentes do International Union for Conservation of Nature (IUCN) e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) mencionam três corujas que existem ou existiram no Brasil. Além do caburé de Pernambuco há na lista:

O murucutu ou murucututu (pulsatrix perspicillata). Também conhecida como coruja de óculos, uma grande coruja da mata sul no Brasil e também em florestas do sul do México e Trinidad. Com uma cabeça arredondada, com um padrão cefálico inconfundível, que lhe dá o apelido ‘coruja de óculos’, esta espécie é considerada vulnerável.

A coruja preta (strix huhula). Com quase 40 centímetros de penachos negros com belas linhas brancas, essa coruja também conhecida como mocho negro tem duas subespécies que também vivem no Brasil. Uma pela região norte e a outra pelas regiões sul e sudeste. Fora do Brasil também são encontrados a leste dos Andes e pela Bolívia, Colômbia, Venezuela, Equador, Paraguai e Argentina. Também é uma espécie considerada vulnerável a extinção.

Será que Há Solução?

A população de corujas sofreu um declínio nas últimas décadas devido à caça furtiva, falta de presas para alimentação, falta de habitat adequado e doenças virais. Várias espécies de corujas que se alimentam de insetos decaíram em números depois de consumirem insetos borrifados com inseticida, o que se reflete muito negativamente nas corujas. Várias espécies de corujas viram seu habitat natural destruído por humanos que consideram invadem e modificam o ambiente para a agricultura em grande escala. Ainda outras populações de corujas sofrem um declínio alarmante causado pela caça furtiva, especialmente na Malásia. Algumas espécies que tentam se adaptar as novas condições impostas a seu habitat natural pelo desenvolvimento urbano acabam mortas atropeladas  nas estradas e rodovias ou eletrocutadas pelos sistemas de eletricidade.

Existem medidas adotadas pelas organizações para coibir o declínio da população de corujas, que incluem a proibição da caça de corujas, bem como o estabelecimento de áreas de proteção em áreas de habitat de coruja para evitar a destruição de seu habitat. Outra medida recentemente introduzida é a sensibilização dos agricultores para o uso de corujas como controle de pragas em vez do uso de pesticidas. Corujas naturalmente atacam roedores e outros insetos que são perturbações para os agricultores.

Coruja Caburé de Pernambuco Com um Rato Caçado no Chão
Coruja Caburé de Pernambuco Com um Rato Caçado no Chão

No mês de maio desse ano, uma operação internacional contra o tráfico ilegal de animais realizada pela Interpol apreendeu milhares de aves incluindo corujas e muitas dessas apreensões foi resultado do trafico aqui no Brasil. Em uma coletiva de imprensa após o sucesso dessa operação, o secretário da da Convenção Sobre o Comércio Internacional de Espécies da Fauna e da Flora Selvagem Ameaçadas de Extinção (CITES), srº Ben Janse van Rensburg, mencionou em sua entrevista que só uma ação conjunta entre todos os países envolvidos direta ou indiretamente nesse tipo de tráfico é que trará resultados significativos no combate a essas ações ilegais. O que foi realizado pelo Thunderstorm (a ação orquestrada pela Interpol) serviu para provar isso, que só apenas uma ação mútua, uma ação conjunta solucionará o problema, porque nenhuma nação governante ou agência, por mais equipada e articulada que esteja, será capaz de dissolver ou desarticular o tráfico de animais sozinho.

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