Anêmona Haitiana: Curiosidades, Habitat e Imagens

A anêmona haitiana (Condylactis gigantea) é um tipo de anêmona tropical e seus locais preferidos de habitação são os recifes e as costas do mar caribenho, principalmente na região das Antilhas e das Bahamas. Além disso, também é vista com frequência no sul da Flórida, principalmente nas ilhas do Florida Keys. Conhecida por vários nomes, também pode ser chamada de anêmona com ponta rosa, anêmona gigante do mar do Caribe, anêmona condylactis entre outros. Essa criatura pertence à ordem dos Cnidários.

Individualista, dificilmente esse animal aquático será visto em bandos. Adepto das lagoas e dos recifes, geralmente vive os seus primeiros dias de vida nesses locais. Essa criatura tem enorme importância para a comunidade dos animais que vivem no mar, pois consegue receber vários tipos de peixes e outras criaturas aquáticas em seus corpos, o que impede que essas criaturas sejam alvos de predadores. Além disso, as anêmonas do Haiti também fornecem auxilio na limpeza desses peixes.

Locais de Habitação

A anêmona haitiana normalmente é vista em buracos de paredes rochosas, sempre encostada em alguma rocha, concha ou qualquer tipo de objeto duro que fica nas águas mais rasas dos mares.

Esses animais gostam de locais com ondas bem intensas, o que explica a sua preferência pelas Bermudas. De vez em quando, essas anêmonas também são vistas nas áreas das costas e dos recifes de coral. De modo geral, esses animais podem ser achados em qualquer local que tenha até 30 mil pés de profundez.

Multiplicação da Espécie

A data principal para o processo de cruzamento entre as anêmonas haitianas é no fim de maio. Entretanto, esses animais podem se reproduzir em menores quantidades durante todo o ano. Apesar de existirem alguns hermafroditas nessas espécies, normalmente essa criatura aquática é dióica (espécie que possui tanto o sexo feminino quanto o masculino). Normalmente, ela gera apenas um filhote por vez.

Essas anêmonas têm um esquema de reprodução que é muito característico. Isso significa que tanto os espermatozoides quantos os óvulos são expelidos ao mesmo tempo, pois é importante que haja sincronismo durante a fertilização. Para que o processo de fertilização aconteça com eficiência, é preciso que as anêmonas que estão distantes umas das outras se aproximem.

Depois que esse processo acontece, a fêmea gera um ovo com uma única larva, que normalmente absorve nutrientes internos desse mesmo ovo, o que impede que a pequena criatura morra de fome. Depois de um tempo, a larva se separa de sua mãe e procura um local para se instalar. Ela fica nesse lugar até crescer e se transformar em uma anêmona adulta.

Descrição Física

Uma anêmona haitiana possui 15 cm de altura e 30 cm de largura, o que faz com que o raio do seu diâmetro esteja na casa dos 40 cm. É uma criatura de grande porte e que pode apresentar várias tonalidades: branca, azulada, rosada, vermelha pálida e até mesmo amarronzada. A boca dessa criatura possui um pouco mais de cem tentáculos.

Cada um desses tentáculos podem ser diferentes uns dos outros dependendo da espécie da anêmona, isso inclui a tonalidade de suas pontas, que pode variar bastante e até mesmo ficar bem mais clara que o resto de seus corpos. Em geral, esses tentáculos possuem uma cor amarronzada ou esverdeada.

Modo de Agir

Embora as anêmonas do Haiti costumem viver em modo defensivo e ter uma personalidade séssil (não gosta de se mexer), comparado a outras anêmonas, elas se movimentam bastante, sempre usando a técnica do rastejo. Como elas engatinham muito vagarosamente, esse movimento não lhes ajuda em nada na hora de se proteger de um inimigo.

Esses animais comprimem os seus tentáculos visando coloca-los em sua própria cavidade gástrica. Com isso, eles expelem boa parte da água que está acumulada dentro deles, reduzindo o seu volume de tamanho. Esse tipo de movimento serve para dificultar que um predador a encontre. É uma das estratégias que elas mais utilizam para se proteger.

As anêmonas haitianas ainda utilizam outro meio para se defender, que é a picada por meio de seus nematocistos (membros dos cnidários que, ao serem tocados, liberam toxinas venenosas que, muitas vezes, matam os predadores). Os nematocistos desses animais possuem uma substância venenosa chamada CgNa e, ao serem acionados, eles se estendem e deixam os inimigos das anêmonas do Haiti empalados.

Após a empalação, a CgNa é liberada, deixando o predador com ainda mais dor e totalmente paralisado. As anêmonas do Haiti possuem temperamento agressivo e se recusam a dividir o espaço de seu território com outros animais marinhos. Elas fazem de tudo para viverem isoladas em seu próprio espaço.

Alimentação

A anêmona caribenha possui uma dieta carnívora e normalmente usa os plânctons, os peixes e os mexilhões como principais fontes de alimento, apesar de também devorar camarões e minhocas. Entretanto, elas não têm o hábito de atacar animais que também são predadores. Por exemplo, as lesmas do mar e os caranguejos eremitas estão fora do “cardápio” dessa criatura.

Além de se proteger dos animais inimigos, a anêmona caribenha também usa os seus nematocistos para obter alimentos. Suas presas ficam paralisadas por conta do veneno que elas liberam, terminando suas vidas dentro da boca desse animal. Normalmente, as vítimas dessa anêmona são engolidas sem mastigar. O processo de digestão acontece tanto de forma intracelular (feita por células dentro do animal sem auxilio de tubo digestivo) quanto extracelular (quando o alimento é digerido antes de ser absorvido pelas células, sempre com o auxílio de um tubo digestivo).

Pesquisas feitas com proteínas retiradas dessa anêmona mostram que seus neurônios possuem algumas semelhanças moleculares com os neurônios dos mamíferos. Alguns cientistas acreditam que estudar os cnidários pode ajudar a entender melhor a evolução de seu sistema nervoso.

Função Natural

Esse animal possui enorme relevância ecológica, pois muitos tipos de peixes e pequenos crustáceos (alguns tipos de camarões, por exemplo), usam os nematocistos das anêmonas para se proteger. Vale lembrar que esses animais são imunes as toxinas liberadas por essa criatura marinha. Além disso, as anêmonas não sofrem nenhum tipo de parasitagem dessas pequenas criaturas.

Apesar de ser considerada uma espécie em extinção pela IUCN (União Internacional para Conservação da Natureza), o ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) classificou a anêmona haitiana como vulnerável devido ao fato dela ser caçada repetidas vezes. O Brasil explora este animal há mais de 20 anos, pois ele é interessante para o ramo do aquarismo (criar peixes e criaturas marinhas em aquários).