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Alimentação da Minhoca

A minhoca é um animal plenamente empregado na agricultura, que, incrivelmente, desempenha um papel ecológico fantástico.

É um animal invertebrado, pertencente ao filo Annelida, classe Oligoqueta e ordem Haplotaxida. Acredita-se que no Brasil haja em tono de 26 espécies de minhocas. No entanto, ao redor do mundo, há quase 8.300 espécies conhecidas.

O tamanho das minhocas pode variar entre alguns centímetros até pouco mais de um metro (algumas atingem a marca de 3 metros). Neste segundo caso, elas recebem o nome de minhocuçu, sendo “uçu” um aumentativo de origem tupi.

Desenho de Uma Minhoca Feliz
Desenho de Uma Minhoca Feliz

Neste artigo, você conhecerá um pouco mais sobre este animal e seus padrões alimentares.

Então, venha conosco e boa leitura.

Características Anatômicas da Minhoca

Antes de abordarmos o tópico principal deste artigo, convém revisar um pouco mais sobre algumas características anatômicas deste animal, que apesar de pequenino também é fascinante.

O corpo da minhoca é cilíndrico e alongado, formado por pequenos anéis ou, como também são chamados, segmentos corporais.

Cada anel (segmento corporal) apresenta uma câmara interna, preenchida com líquido aquoso. Por meio destas câmaras, são retiradas as substâncias que serão excretadas, através de poros microscópicos presentes na sua pele.

A minhoca tem um anel mais claro próximo a boca, que recebe o nome de clitelo. A boca e o ânus estão localizados em extremidades opostas.

Na região ventral, sua pele é áspera. Essa aspereza ocorre devido às microscópicas cerdas de um polissacarídeo de cadeia longa chamado quitina.

A quitina está presente na parede celular dos fungos, e no exoesqueleto dos artrópodes, além de em outros componentes animais.

Na minhoca, as cerdas de quitina são fixadas ao solo para facilitar o seu deslocamento. Durante o deslocamento, a musculatura da parede do corpo é contraída.

A textura da minhoca é naturalmente viscosa. Essa viscosidade deve-se à grande quantidade de muco produzida sobre a sua epiderme. O muco auxilia no deslocamento (ao diminuir o atrito com o solo); protege a fina epiderme desses animais do contato com substâncias potencialmente tóxicas; além de ser decisivo no processo de respiração cutânea, ao manter as condições de umidade necessárias para as trocas gasosas na superfície corporal.

A minhoca possui um sistema nervoso formado por gânglios localizados na cabeça e na porção ventral do seu corpo. Em relação à circulação, ela é considerada fechada, pois o sangue é totalmente canalizado. Há 2 vasos sanguíneos principais, conectados a 5 vasos contráteis.

Uma grande curiosidade anatômica sobre este animal (e quase impossível de acreditar), é que ele pode ter de 2 até 15 pares de corações. Outros animais inclusos na mesma classe taxonômica, a exemplo das sanguessugas e minhocas do mar (poliquetas), apresentam um sistema circulatório semelhante.

Outra curiosidade bastante relevante é que a minhoca é um animal hermafrodita, ou seja, tem testículos e ovários. No entanto, classifica-se como um hermafrodita incompleto, pois não é capaz de reproduzir-se sozinho. Durante o acasalamento, a união ocorre por meio do anel clitelo, o qual produz bastante muco , de modo a facilitar a troca de espermas.

Finalizado o acasalamento, as duas minhocas produzem casulos com os ovos, separadamente.

Hábitat da Minhoca

A minhoca vive no interior do solo, esta característica a classifica como um animal subterrâneo.

Diferentemente do que ocorre com outros animais do Filo Annelida, que são encontrados em ambientes de água doce ou salgada, o hábitat da minhoca são os solos úmidos. .

No interior do solo, escava pequenas galerias e canais, que são formados durante o seu trajeto à procura de alimentos.

Minhoca no Solo
Minhoca no Solo

Essas galerias subterrâneas contribuem para ventilar o entorno das raízes das plantas, além de facilitar a penetração da água das chuvas.

O padrão de galerias formadas no solo devido à atuação das minhocas recebe o nome de drilosfera.

Mesmo habitando espaços subterrâneos, as minhocas não são encontradas em grandes profundidades em relação ao solo. A média encontrada está em torno de 30 a 50 centímetros de profundidade.

Além de ambientes úmidos, condições climáticas de um tempo quente e úmido são extremamente favoráveis às minhocas. Essas condições ideais são benéficas principalmente para garantir bons padrões reprodutivos.

Alimentação da Minhoca

Aqui chegamos ao ponto central deste artigo. Afinal, qual é a alimentação da minhoca? O que está em seu cardápio?

Em relação aos hábitos alimentares, a minhoca é considerado um animal dentritívoro, ou seja, alimenta-se de restos de matéria orgânica (em diferentes estágios de decomposição) que estão disponíveis no solo no qual habita.

Esses restos de matéria orgânica podem ser tanto de origem animal quanto vegetal. Neles estão inclusos folhas e pedaços de raízes de árvores mortas; e até mesmo outros organismos decompositores, a exemplo de fungos, bactérias, protozoários e nematódeos.

A minhoca também pode ingerir as suas próprias fezes, ou fezes de outros organismos. Ao ingerir um resíduo orgânico, estes animais tem preferência por estruturas com maior concentração dos macronutrientes Nitrogênio e Cálcio.

O padrão alimentar da minhoca (além do hábito de escavar a terra) está diretamente relacionado a sua imensa contribuição para a agricultura, sendo inclusive objeto de comercialização.

Alimentação da Minhoca: Excreção e Surgimento do Húmus

Ao se alimentar, a minhoca deposita as suas fezes no solo. Essas fezes sofrem a ação de bactérias, e são transformadas em húmus.

O húmus é um substrato riquíssimo em macro e micronutrientes, atuando como um adubo natural com ampla comercialização. Por ser biodegradável, é empregado para fins diversos, e não representa risco de toxicidade para espécies vegetais, sejam elas aquáticas ou terrestres.

MInhocas Como Adubo
MInhocas Como Adubo

Os Macronutrientes encontrados incluem o Nitrogênio, Fósforo, Potássio, Cálcio, Magnésio e Enxofre. Em relação aos micronutrientes, há o Manganês, Ferro, Cobre, Zinco, Cobalto, Boro e molibdênio.

O húmus apresenta uma concentração de Nitrogênio 5 vezes superior a de um solo considerado fértil. Esse número sobe para 7 vezes quando se refere à concentração de Fósforo; e 11 vezes, em relação à concentração de Potássio.

Além do fator nutricional, o húmus pode alterar as características físico-químicas, assim como o pH do solo.

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Agora que você conhece um pouco mais sobre a alimentação da minhoca, e as suas características gerais, continue conosco e conheça outros artigos do site.

Até as próximas leituras.

 

REFERÊNCIAS

EDSON, C.; FABRÍCIO, F.; ALEX, R.; MARNE, C. Fertilização de Substrato de Aquário com Húmus de Minhoca. Disponível em: < https://www.aquaonline.com.br/component/content/article?id=1856:h-de-minhoca&catid=17:favocesmo>;

STEFFEN, G. P. K.; ANTONIOLLI, Z. I.; STEFFEN, R. B.; JACQUES, R. J. S. Importância ecológica e ambiental das minhocas. Rev. de Ciências Agrárias, v. 36, n. 2, Lisboa, Abril 2013;

SUPER INTERESSANTE. Minhoca pode ter quinze pares de corações. Disponível em: < https://super.abril.com.br/ciencia/minhoca-pode-ter-quinze-pares-de-coracoes/>.

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